Carteira ativa ou passiva de investimentos? Qual é mais rentável?


Há diferenças de rentabilidades entre os investimentos de uma carteira ativa ou passiva?
Veja, na atualização de 2019 até novembro/24, as performances de ambas no meu portfólio e as últimas movimentações mensais dos ativos.
Será que vale a pena buscar mais liberdade de tempo entregando-se passivamente aos fundos de investimentos?


Carteira ativa ou passiva para os seus investimentos? O assunto rende assunto na Finansfera, como mostraram artigos dos blogs do e do Frugal. As principais questões levantadas são:

  • vale a pena perseguir uma melhor rentabilidade em uma carteira ativa, mesmo que isso demande mais tempo da rotina?
  • ou é melhor aceitar um rendimento menor de uma carteira passiva, e, consequentemente, ter mais liberdade em nossa vida?

O equilíbrio é a resposta mais fácil. Porém, com a idade passando e com o patrimônio consolidando a cada ano a independência financeira, tenho procurado deixar a balança pender mais ao tempo livre, preferindo dedicá-lo mais à estrada do que com a mala.

Carteiras de Investimentos Ativas ou Passivas? Qual é a melhor?

Com o novo viés e objetivo de melhorar a otimização das horas dedicadas à gestão financeira, em 2019 comecei a transferir parte da minha carteira pessoal de ativos para fundos de investimentos, e com isso, diminuir o tempo utilizado em performar cada vez melhor no mercado de capitais. Talvez seja a segunda etapa na viagem lenta à plena liberdade financeira.

Em junho de 2020, passei a montar também uma carteira de ETFs e fundos de índices: acesse-a se preferir uma alternativa de meio-termo, onde não se gasta tempo escolhendo ativos, mas sim em seu rebalanceamento regular. Desde então, ela tem se tornado uma alternativa mais viável do que o investimento em fundos, ao menos até o final de 2024.

O objetivo na comparação das rentabilidades

Nesse texto veremos um acompanhamento da rentabilidade das duas carteiras: a primeira sob minha própria gestão (realizada através do método de Alocação de Ativos) e a segunda, composta de um mix de fundos de investimentos.

Apesar de estarmos comparando a rentabilidade das carteiras de investimentos com dois benchmarks, o objetivo principal é que elas sejam consistentemente superiores à rentabilidade que preciso (medida pela TNRP) para manter meu portfólio em um nível confortável, que, após a atualização de 2024, encontra-se em 2,6% reais ao ano.

A definição da melhor carteira de investimentos passará sempre por essa variável, e um dos benchmarks, o IPCA+5%, fornece uma margem de segurança muito confortável (até demais) para o cumprimento dessa meta.

A alocação de ativos em cada carteira de investimentos

Os papéis que fazem parte da carteira ativa de investimentos são aqueles operados individualmente, como ações, fundos imobiliários, títulos de crédito privados como CDB, LCIs e debêntures e fundos de investimentos de índice, como o dólar e ouro.

Já os fundos de investimentos com gestão ativa de terceiros (multimercados, ações, crédito privado, fundos de fundos imobiliários e as carteiras digitais rebalanceadas por robôs de investimentos), estão contidos na carteira passiva de investimentos.

A alocação da carteira ativa de investimentos

Renda fixa

A partir de 2022, o percentual em renda fixa na carteira veio aumentando gradativamente, uma vez que direcionei dinheiro extra para aproveitar o então aumento de juros reais no Brasil, chegando em junho/24 a 50,30%. No mês seguinte, fiz um direcionamento do ETF IB5M11 para a carteira de ETFs e uma realocação de fundos de crédito privado para a carteira passiva, no intuito de, além de corrigir essa distorção nas carteiras, balancear o percentual de renda fixa em todas. Agora, as carteiras ativa e de ETFs estão equivalentes, enquanto o percentual de renda fixa na carteira passiva subiu consideravelmente.

Já com as carteiras melhor rebalanceadas, o percentual de renda fixa fechou o mês de novembro/24 em 49,28%. Alguns títulos de crédito privado que vêm vencendo nos últimos meses continuam sendo reinvestidos em ativos pós-fixados e parte aproveitando algumas LCIs de três anos, que continuam com juros reais muito atraentes.

Em tempos mais normais, com taxas de juros reais medianamente positivas, a alocação média atribuída à renda fixa havia sido estabelecida em 40% do portfólio. Com sua queda insana em 2020, culminando com o inédito prêmio de 2% brutos, eu havia diminuído esse valor para 35%. Agora, com uma alta taxa real e por eu já estar com mais de 52 anos, deixei esse número subir mais, além de 50% se não considerar outros investimentos potencialmente mais rentáveis.

Renda variável: ações

O percentual de ações no portfólio caiu mais um pouco em novembro com nova queda do Ibovespa e chegou a 21,34%. Aportes em renda variável só estão sendo realizados através da carteira de ETFs como rebalanceamentos, tratada em outro texto.

Para registro, a partir de 2021 vendi pequenos lotes de GOAU4, TUPY3, TAEE11, SUZB3, PETR4, ITUB4, TAEE11, VALE3, BPAC11 e ODVP3. A estratégia da VALE3 e PETR4 consiste em ir diminuindo aos poucos minha posição em commodities, pois ainda possuem uma participação relevante no portfólio em razão das antigas operações de vendas cobertas de opções. Ainda há lenha para queimar.

Mantenho ainda o apontamento que, desde o segundo semestre de 2020 me desfiz de 24 empresas: ABCB4, FLRY3, BRFS3, HGTX3, WIZS3, ITSA4, SQIA3, UGPA3, EMBR3, GRND3, ELET3, MYPK3, GUAR3, VULC3, COGN3, BRSR6, HGTX3, WIZS3, OIBR3, QUAL3, ENBR3, ODPV3, CVCB3 e AESB3. Ainda estou com 17 empresas na carteira, pretendendo diminuir para 15 nos próximos meses, seguindo com minha estratégia de simplificar a carteira e migrar parte dos investimentos para a carteira de ETFs e para a carteira de investimentos no exterior.

Renda variável: fundos imobiliários

Os fundos imobiliários entraram na minha carteira de investimentos um pouco mais tarde, há treze anos. De uns três anos para cá retornei mais atenção a eles em virtude da queda dos juros. É uma forma de receber mais dividendos com alguma previsibilidade.

Sua participação na carteira tem se mantido em torno de 15%. Em 2021 e 2022 reforcei posições em BTLG11, KNRI11, RBRP11, HGLG11 e RBRP11, além de entrar em novas emissões dos demais se o preço for convidativo. Seu percentual de alocação está a 13,47% atualmente, com a nova configuração da carteira.

Mantenho registrado que, desde o segundo semestre de 2020, encerrei a participação em HGRE11, RCRB11, FCFL11, GGRC11 e RBRR11. Hoje estou com 12 fundos imobiliários (exceto os FoFs na carteira de índices e de fundos de investimentos). Novos aportes estão sendo direcionados apenas a fundos de fundos na carteira passiva e fundos de índice na carteira de ETFs.

Veja abaixo os gráficos de alocação entre os ativos de renda variável.

Câmbio

A participação histórica do câmbio na minha carteira ficou muito tempo em torno de 10%. Em 2020, com a expressiva valorização do dólar e do ouro, alcançou em setembro o percentual de mais de 22%, bem acima do final de 2019, quando havia fechado em 13,10%. Isso ocorreu mesmo com rebalanceamentos, envios de dinheiro ao exterior (saldos não computados nessa carteira) e saques para doações.

Sempre que entendo que o dólar está a uma taxa melhor em relação ao real, transfiro algum valor de alguma alocação para fora. A última transferência ocorreu em março de 2024. O percentual em câmbio da carteira ativa (com ativos somente no Brasil) subiu com as valorizações dos ativos dolarizados em outubro e fechou o mês em 15,91%.

Segue, enfim, o resumo da alocação da minha carteira ativa de investimentos. Uma evolução mensal do percentual tanto da carteira ativa, quanto passiva, pode ser vista ao final da seção no gráfico interativo.

Alocação de ativos na carteira ativa
Percentual dos pilares alocados na carteira de investimentos ativa

A alocação nos fundos de investimentos (carteira passiva)

Divido a gestão passiva em duas classes: os fundos de investimentos tradicionais e os fundos de previdência privada. Cada um possui particularidades diferentes.

Os fundos de previdência privada

Adquiri esses fundos (são três com gestões diversificadas) quando ainda era empregado. A empresa contribuía com parte dos aportes, e eu usava o abatimento de 12% na minha declaração anual de imposto de renda. Deles, mantive dois sem movimentação até hoje, embora tenha alterado a gestão em três momentos.

O terceiro, sob tributação progressiva, possui uma estratégia diferente. Como não tenho renda tributada na fonte (salário) há anos, faço saques anuais (uma média de R$ 30.000,00) de forma que eu receba de volta o imposto de renda retido na fonte de 15%, na declaração anual simplificada. Nos últimos meses, entretanto, tenho evitado mais os saques para aproveitar a boa condição da renda fixa brasileira aliada ao benefício fiscal do come-cotas.

Os fundos de previdência privada estão contidos nos cálculos de rendimentos dos fundos da minha gestão passiva, mas não os considero para o estabelecimento da alocação ideal da carteira, uma vez que possuem uma estratégia própria. Eles estão fora dos objetivos da alocação, mas fazem parte do ranking de rentabilidade, uma vez que são fundos arrojados:

  • Os dois primeiros são fundos de fundos de previdência (FoF) e possuem uma alocação média de 40% em fundos multimercados e 23% em renda variável;
  • O terceiro é um fundo de crédito privado que vem obtendo boas rentabilidades históricas.

Sua alocação dentro da carteira passiva de investimentos já foi de mais de 57% em 2019, mas hoje está em 45,57%, devido aos resgates anuais e aportes nos fundos de investimentos.

Os fundos de investimentos

O percentual restante da carteira passiva, 54,43%, é composto, em sua maior diversificação, por 19 fundos de investimentos. Até 2023, fazia parte o fundo composto pelos robôs de investimentos, o qual foi extinto em 2023.

Nessa alocação, estão considerados todos os fundos com gestão ativa, incluindo, a partir de agosto de 2020, FoFs ativos de fundos imobiliários. Uma vez que comecei a comprar FoFs passivos de fundos imobiliários para a carteira de ETFs, trouxe de lá os FoFs ativo para esta carteira de fundos de investimentos.

Em 2020 também comecei a comprar fundos de debêntures incentivadas, para reforçar a posição em renda fixa com taxas maiores de retorno.

Em 2021, percebendo a dificuldade de rebalanceamentos em fundos direcionados e uma estratégia específica para compor uma alocação-alvo, decidi começar a priorizar os fundos multimercados e, principalmente, fundos de fundos na estratégia. As razões são aprofundadas nesse texto.

Assim, progressivamente, a partir de 2021 fui pedindo o resgate de fundos como o Alaska Black, Fama, Capitalys, Brasil Plural, Kinea Chronos, Adam Macro Strategy II, Perfin Foresight, Vítreo Money Rider Hedge Fund, Empiricus FoF Melhores Fundos Global, Bogari Value e Indie FIC FIA, para aportar em outras carteiras (inclusive no exterior) e focar em FOFs nesta carteira de fundos de investimentos.

Entretanto, em função da baixa rentabilidade obtida até então (escrevo essa linha em out/24), da dificuldade de captação dos gestores, da confiança no mercado de fundos ativos e da baixa rentabilidade obtida nesses últimos 6 anos, estou tendendo a alocar cada vez menos nessa carteira.

Veja uma comparação de rentabilidade dos FOFs da Vítreo, XP, Banco Inter, Itaú e Nubank/Easynvest acessando essa página.

Os ativos atualmente na carteira são:

  • Fundos Multimercados
  • 1. Legacy Capital FIC FIM
  • 2. Kapitalo Kappa D FIC FIM
  • 4. Kapitalo K10
  • 5. Itaú Optimus Titan
  • Fundos de Ações
  • 1. Dahlia Total Return FIC FIM
  • 2. Brasil Capital 30 FIC FIA
  • Fundos de Crédito / Renda
  • 1. Kinea Infra (KDIF-FID01B0)
  • 2. BTG Infra (BDIF11)
  • 3. Sparta TOP Inflação
  • 5. Perfin Apollo Energia (PFIN11)
  • 6. Nu Reserva Planejada
  • Fundos de Fundos de Investimentos
  • 1. Empiricus FoF Melhores Fundos Multiestratégia
  • Fundos de Fundos Imobiliários
  • 1. RBRF11
  • 2. KFOF11

A alocação atual dos fundos de investimentos, excluindo os 3 PGBLs, fechou o mês dessa forma:

Alocação dos fundos de investimentos na carteira passiva
Alocação dos fundos de investimentos de terceiros na carteira passiva

Para conhecer cada um mais a fundo, vale incorporar em sua rotina a leitura das cartas de seus gestores, as quais mantenho atualizadas em um drive virtual público para os leitores do blog.

Se houver interesse em como os percentuais evoluíram com o tempo, vejam abaixo o gráfico responsivo, onde é possível ver a evolução mensal. No próximo tópico, checamos a rentabilidade atualizada das carteiras ativas e passivas de investimentos.

Comparação das rentabilidades das carteiras ativa e passiva

Vamos então a comparação das rentabilidades entre a carteira ativa e passiva! Veremos inicialmente uma visão mensal e posteriormente, os resultados acumulados.

O benchmark IPCA 5%

Para efeito de bechmark, ou índice de referência, escolhi o IPCA + 5% ao invés do CDI, pois representa um indicador real do valor dos investimentos. No texto das rentabilidades das carteiras com os robôs de investimentos, há uma maior explicação sobre esse indicador.

Panorama atual

A renda fixa brasileira nos últimos meses continua se apoiando no CDI, que segue entregando bons juros reais. O indicador até novembro marca uma valorização de 9,94%. Já o IMA-Geral, índice médio de todos os índices de renda fixa calculados pela AMBIMA, vem bem atrás, em virtude das incertezas econômicas, e apresenta um desempenho bem pior. Acumula uma valorização de apenas 5,72% no período, prejudicando todas as carteiras de investimentos, mas, em especial, a carteira ativa e a carteira de ETFs completa, mais carregadas em títulos de longo prazo. Para termos uma ideia, o índice IMAB5+ desvaloriza, no ano, 4,45%.

O mês de novembro viu tanto o Ibovespa quanto o IFIX recuarem novamente: -3,12% e -2,11% respectivamente. No acumulado anual, a bolsa brasileira mantém-se no negativo, com -6,35%. O IFIX a acompanha, com queda anual de -5,25%. Um ano péssimo para a renda variável brasileira.

Salvando as rentabilidades das carteiras, os ativos dolarizados fecharam, nesse mês, com variações muito positivas, impulsionados pelo aumento do S&P500 e criptomoedas, com a ajudinha do aumento do dólar. A bolsa americana acumula uma variação de 26,47% ano. O ouro sem hedge, ou seja, calculado em reais, 58,92%, embora tenha ficado estável em novembro. O dólar, 23,18%. A cesta de criptomoedas HASH11, baseada na NCI e convertida ao real, subiu 46,98% em novembro, e registra um rendimento expressivo de 152,64% no acumulado anual, após a cobrança das taxas do ETF.

Nosso benchmark, o IPCA +5%, sobe 9,42%, abaixo do CDI (9,94%). Aguardemos algum ato minimamente racional desse governo no campo fiscal para ver se será possível uma maior recuperação dos ativos variáveis e de renda fixa brasileiros no último mês de 2024.

Desde janeiro de 2019 até novembro de 2024, o quadro das rentabilidades é o seguinte:

Rentabilidades das carteiras ativas e passivas comparadas ao benchmark
Rentabilidade das Carteiras X IPCA+5%

Fantando um mês para fechar o ano, a carteira marca 8,08%, enquanto a carteira passiva anotou uma valorização positiva de 8,20%. Um dos papéis que mais maltrataram a carteira ativa nesse período foi o da VALE, minha maior posição entre a renda variável. Os títulos com yields longos, maior posição na renda fixa, sofrem com uma rentabilidade negativa no ano. O alento é que boa parte da carteira está hoje posicionada em uma taxa de juro real longa bem atrativa.

A carteira ativa está menos alocada em renda variável e tende a sofrer menos nas quedas do Ibovespa (e subir menos nas altas também). Já nos meus 52 anos, planejo diminuir gradativamente o percentual de ações no portfólio, colocando hoje uma meta máxima de 30%, caso a bolsa tenha, de fato, um rallye de alta. Caso contrário, pretendo ficar com cerca de 25%, ou abaixo, da forma que está hoje. Os juros reais altos também favorecem a decisão. Vale lembrar que a alocação de renda variável nessa carteira aborda somente ativos brasileiros (o exterior está representado pelas carteiras de ETFs).

Carteira ativa ou passiva de investimentos? Qual é mais rentável? 1

Seguem as rentabilidades históricas, em formato de tabela:

Carteira201920202021202220232024Total
Ativa25,16%11,89%6,29%10,15%17,06%8,08%107,44%
Passiva16,40%3,66%1,39%0,40%15,48%8,20%53,47%
IPCA + 5%9,91%10,12%15,57%11,13%9,84%9,42%87,12%
CDI5,67%2,56%4,38%12,39%13,04%9,94%58,01%

Rentabilidade acumulada em todo o período

Nesse período de 71 meses, o Ibovespa subiu 42,97% e o IMA-Geral, 53,87%. Através desses indicadores, seria previsível que uma carteira tradicional de ações e renda fixa, sem rebalanceamentos, deveria ficar nessa faixa, certo?

No entanto, em função dos ativos de câmbio e realocações, a carteira ativa diretamente administrada carrega uma rentabilidade de 107,44% no período, acima do agressivo benchmark IPCA+5% e quase duas vezes o valor do CDI. A carteira passiva acumula um valor abaixo do IMA-Geral e CDI: 53,47%.

Rentabilidade acumulada das carteiras ativa e passiva frente aos benchmarks
Rentabilidade acumulada das carteiras e IPCA+5%

Nesse período, onde o IPCA+5% subiu 87,22%, o rendimento do CDI ficou em 58,02%, mostrando que é um indicador realmente mais desafiador, além de oferecer uma visão mais acurada da eficiência das rentabilidades no longo prazo.

É mais fácil pensar, para seu planejamento futuro, em uma rentabilidade real, acima da inflação, do que uma rentabilidade bruta. Veja mais sobre essa rentabilidade real em renda fixa ou variável: o que é melhor para seus investimentos?

A carteira ativa, gerenciada já há mais de 18 anos pela estratégia de alocação de ativos, está rendendo 123,32% do benchmark desde o começo de 2019, enquanto a carteira passiva, com os fundos de investimentos gerados pelas gestoras, sobe 61,38% do indicador. Comparando ao CDI, os números seriam 185,19% e 92,17%.

Pensamentos finais

Lembro que passamos por um mercado altista em 2019, inclusive para a renda fixa, com a redução dos juros longos e aumentos dos preços unitários dos títulos. Assim, as rentabilidades de ambas as carteiras foram plenamente beneficiadas pelo momento.

Já no primeiro trimestre de 2020 vimos uma situação adversa, com aumento de juros longos e uma enorme queda no mercado de renda variável. Após uma recuperação de 4 meses, tivemos novamente, de agosto a outubro, uma queda do mercado de renda variável, e, particularmente no Brasil, uma piora da perspectiva de crise fiscal, influenciando muito os rendimentos da renda fixa. Os três últimos meses de 2020 foram períodos de grande recuperação.

Já em 2021 os ganhos foram revertidos, ampliados pela grande queda da renda variável e renda fixa de longo prazo, o que fez os rendimentos das carteiras de investimentos ficarem abaixo do benchmark, o que ocorreu novamente em 2022. Em 2023, tivemos um novo governo leniente com déficits fiscais, juros dos EUA subindo e depois caindo, comodities em alta e novos desafios geopolíticos.

O ano de 2024 está fechando pessimamente para os ativos de renda variável brasileiros. Enquanto as carteiras de ETFs vão bem, com uma boa alocação em ativos no exterior, a carteira ativa não consegue decolar, sendo empurrada para baixo, inclusive, através da queda dos juros longos do Tesouro. A carteira passiva decepciona novamente.

Meu objetivo nessas observações é certificar-me de que é possível migrar a maior parte da minha alocação da carteira ativa para a passiva, e, como expliquei no texto “independência financeira passiva ou ativa“, ter mais tempo, paz e tranquilidade. Afinal, quem não os desejam, né? Infelizmente, a carteira de fundos não tem se mostrado uma boa opção. Cada vez mais, tendo a migrar os excedentes para a carteira de ETFs, inaugurada em 2020, e diminuir o percentual do patrimônio nos fundos de investimentos de terceiros.

No início desse texto comentei sobre a TNRP, a “taxa necessária de remuneração do portfólio”, métrica que utilizo para as tomadas de decisões no futuro. Ela fechou o ano de 2023 em 2,6% (clique para acompanhar). Esse número significa que eu preciso de uma remuneração anual REAL de 2,6% de meu patrimônio para poder viver bem com meu planejamento financeiro até eu passar para o lado de lá.

Se a remuneração anual estiver acima desse valor, a TNRP tende a cair a cada ano, facilitando minha decisão de continuar minha migração para o gerenciamento passivo do portfólio. A adoção do benchmark em inflação+5% fornece uma margem de segurança adicional nesse objetivo.

Acesse também a página fixa do blog que resume todos os números de rentabilidade em apenas um local.

Explore mais o blog pelo menu no topo superior! E para me conhecer mais, você ainda pode…
assistir uma entrevista de vídeo no YouTube
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… ou adquirir um livro que reúne tudo que aprendi nos 20 anos da jornada à independência financeira.

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Apoiador finansfera
Apoiador finansfera
10 meses atrás

Oi, André! Parabéns pelo ótimo resultado da carteira ativa. Talvez você já tenha falado a respeito, então peço desculpas caso assim seja. Se o seu benchmark é ipca+5, não faria sentido dar ênfase em títulos longos do tesouro ao invés de pagar taxas de Adm em fundos nessas carteiras passivas? E também em cdbs até o limite do fgc? Até mesmo algum crédito privado AAA. Imagino que com esse mix seria possível bater esse benchmark com relativa tranquilidade, não? Vc também investe em etfs de imab? Eu pessoalmente acho que o custo de taxa de adm + performance de fundos… Leia mais »

Simplicidade e Harmonia
10 meses atrás

André,

E dessa vez o IPCA ficou em último lugar… Enquanto isso, a carteira ativa teve um resultado admirável.

E o CDI continua alto. Será que nos próximos anos voltará mesmo a ter 1 dígito apenas? Eu tenho minhas dúvidas.

Feliz 2024 para você e seus familiares. Que seja um ano de muita saúde, paz, harmonia, alegria e bom retorno nos investimentos!

Vagabundo
1 ano atrás

Grande André, poderia comentar porque escolheu estes FOFs de FIIs ?

Simplicidade e Harmonia
1 ano atrás

E mais uma vez o IPCA+5 continua na frente.
O mercado de ações realmente não é para qualquer um.

Abraços,
https://simplicidadeeharmonia.com/

Simplicidade e Harmonia
Reply to  André
1 ano atrás

André,

” Nosso país não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade.”
Sua frase ficou perfeita. Infelizmente é a triste realidade. Como você disse uma vez, o Brasil não sai do voo de galinha. Quando a gente pensa “agora vai”, algo dá errado…

Estou como você: poucas e muito bem pensadas operações. E migrando para a renda fixa aos poucos.

Boa semana!

Thales
Thales
1 ano atrás

Superar IPCA + 5% nessa janela 2019-2022 foi um grande feito! Parabéns!
Acho melhor continuar com a gestão ativa. hehehe

Nei
Nei
2 anos atrás

Viagem lenta, eu tendo dificuldades em localizar as atualizações que vô e posta. Esta muito confuso. Clico no link certo e vem uma longa matéria antiga… Não consigo identificar a publicação nova…. Desistindo do seu blog….

João Paulo
João Paulo
2 anos atrás

Andre, sobre a questão da gestão passiva, vc ja analisou o investimento em ETFs globais como VT e WRLD11. Eles tem taxas de administração baratas e diversificação cambial e geográfica a nível global. Pode ser uma boa pra sua estratégia de simplicação.

Bilionário do Zero
3 anos atrás

Olá!
Fiquei olhando a quantidade de ações e FIIs que você se desfez até agora, acho que se era pra ter tantos ativos assim era melhor ter ETFs mesmo, minha carteira tem 16 ações e 11 FIIs e eu já acho difícil acompanhar tudo. Eu estou cada vez mais convencido de que para o pequeno investidor a melhor estratégia é ETFs mesmo, principalmente no começo, quando a gente não sabe quase nada, mas pensa que vai conseguir ganhar do mercado selecionando ações.
Abs

Simplicidade e Harmonia
3 anos atrás

André,

“Nesse período, onde o IPCA+5% subiu 30,18%, o rendimento do CDI ficou em 10,16%…”
Quem iria imaginar que algum dia o CDI ficaria tão abaixo de um título IPCA+5%.

Abraços,

Silva
Silva
3 anos atrás

Deixa ver se entendi, se precisa de uma remuneração real de 2,8%aa ( a tal da sua TNRP), pq não colocar tudo no TD IPCA+ pagando mais de 4,4% real ou uns 3,7% real liq???

Vagabundo
3 anos atrás

Grande André, já estudou a tal carteira permanente ? Essa sim é super simples de manter, pois precisa somente 4 ativos ! Pra preservar patrimonio pode ser uma boa. KISU11 vai entrar aí em algum lugar ? Abs (PS nao sei porque nao recebo notificacao quando vc responde)

Vagabundo
Reply to  André
3 anos atrás

Legal cara ! Vou ler seu artigo sobre portfolio permanente e clicar no tal campinho pra receber notificacao (apesar que tenho a impressao de ja ter feito isso alguma vez). Qual seu feeling agora sobre essas carteiras, a tendencia é ir pra mais simples ou ficar no meio termo ? Eu estou com cerca de 120 ativos diferentes e nao aguento mais !!!!

Vagabundo
Reply to  André
3 anos atrás

nao está dando certo receber as notificacoes… sobre a carteira permanente eu comecei a ler seu artigo. Acho que ela se deu bem nos ultimos 50 anos porque carrega um monte de bonds, que valorizaram bastante com a queda de juros no mundo inteiro. Daqui pra frente eu nao sei. Bitcoin talvez ? abs

Vagabundo
Reply to  André
3 anos atrás

E aí cara, em primeiro lugar parabéns pelo bebê ! Estava procurando esse comentário e acabei lendo em algum lugar, nao sabia que ja tinha nascido. Tá conseguindo dormir ? Enfim, nao funciona a notificacao. Deixo anotado em algum lugar e depois volto pra ver. Estou tentando entender bitcoin, como pode alguns bytes valerem dinheiro ? Ainda nao cheguei lá. Suponho que vc ainda gaste um bom tempo gerenciando sua carteira. Entendo que ela tem agora menos dinheiro, mas a quantidade de trabalho já diminuiu ? Abs

John
John
3 anos atrás

Queria sugerir o assunto de BDR de ETF. Se puder falar sobre aqueles ETFs por mercado europeu ou emergente seria bem legal.

Renato
Renato
4 anos atrás

Eu mesmo com uma carteira super ativa estou com rentabilidade de -7% no ano de 2020. Muito relativo isto dae

Vagabundo
4 anos atrás

Muito boa essa série, continuo acompanhando. Eu descobri esses dias que PGBL nao serve pra planejamento sucessorio, pois entra em inventario e paga ITCMD. Nao sei se sabia disso. Sobre o aumento da sua TNRP por causa do bebê, sugiro um post sobre sua visão sobre os custos de uma criança e como vc chegou nesse número. É um tema que tem muita mistificação. Abs

Vagabundo
Reply to  André
4 anos atrás

Então, essa confusão toda fez o PGBL perder o sentido pra mim. Antes a empresa dava uma contraparte em cada aporte, agora nao tenho mais isso. Nao tenho mais renda ativa substancial que faça valer a pena aportar pra deduzir no imposto. Tambem nao quero que meus herdeiros tenham que brigar na justiça por esse dinheiro. Ai danou-se. Vou migrar pra VGBL aos poucos, resgatando conforme a faixa de imposto permitir. abs

Cinthia
Cinthia
4 anos atrás

Caro André, para o bem (ou para o mal) você é um gestor de patrimônio muito melhor do que tantos por aí!

Meu sonho seria ter uma Bridgewater tupiniquim para investir.. rsrs! Será que dá pra investir nela lá fora?

Danilo
Danilo
4 anos atrás

Ótimo post André.
Sempre aprendo muito com eles. Fico impressionada com a sua maneira de pensar. Muito obrigado por compartilhar seus conhecimentos e suas experiências de vida.
Foi por meio do seu blog que mudei o jeito de pensar, agir e como cuidar melhor das minhas finanças e da vida pessoal. Hoje tento levar uma vida mais minimalista e frugal. Aprendi, também, a valorizar e buscar pelo o nosso maior Ativo que é o “TEMPO”.

Forte abraço!

Antonio
Antonio
4 anos atrás

Boa tarde André Te peço uma orientação para saber se estou no caminho certo. Tenho 54 anos, sou aposentado, esposa também, temos casa própria, e outra que rende aluguel 1k, não tenho dívidas. Com a rescisão do último trabalho, resolvi começar por conta própria uma carteira com a finalidade principal de obter dividendos mensais +/- 2k daqui a 5 anos( com aportes até lá) para completar minha aposentadoria, será que dá?. Essa carteira até jan/ 21 vai estar com 200k, hoje está assim: ITSA4 ( 38 mil) 37% EGIE3 ( 17 mil) 12% BBAS3 ( 16 mil ) 11% BBSE3 ( 13 mil) 9%… Leia mais »

Antonio
Antonio
Reply to  André
4 anos atrás

Bom dia André Obrigado por sua resposta e pela paciência. Entendi e chego a algumas conclusões: a) Como já desconfiava, devido minha idade, devo não me empolgar tanto com ações, vender algumas e rebalancear com FI. Coloquei como meta 2k, mas se não chegar a isto, não vou me abalar. b) Preciso adquirir mais conhecimento sobre FI; o que mais leio é que eles ficaram caros. c) Vou ler com atenção a carteira com alocação de ativos. Vc me indicaria mais alguma coisa sobre FI ( diversificação, yeld maior….) ? Obrigado por partilhar sua experiência de vida e conhecimento conosco,… Leia mais »

LEOBINO BARROSO DE ARAUJO
LEOBINO BARROSO DE ARAUJO
4 anos atrás

André,
Uma curiosidade, qual seu metodo de seleção de açõies? usa a formula de green blatt?

Bilionário do Zero
Reply to  André
4 anos atrás

Muito importante esse seu estudo, seria interessante compartilhar um pouco mais conosco seus métodos de gestão ativa. Eu comecei uma experiência parecida mês passado, provavelmente meus métodos de seleção de ações e FIIs sejam bem inferiores aos seus, pela sua experiência de mercado, mas eu peguei minha carteira “ideal” atual e cadastrei os ativos no site meus dividendos, e fiz uma segunda carteira no mesmo site pegando 3 ETFs, vou tentar acompanhar a evolução de ambos estudos e publicar em um novo blog, carteirasimples.blogspot.com, só pra me avaliar e saber se eu consigo ganhar da média do mercado. Se daqui… Leia mais »

Anônimo
Anônimo
4 anos atrás

André,

Teria como vc monstra um post detalhando seus custos e despesas mensais ? Minha curiosidade é saber seu grau de frugalidade. Eu tenho muita dificuldade em ser frugal, assim, para conseguir alcançar uma “independência financeira” vou ter que acumular uns $5 milhões o que acho bem complicado (já estou com 40 anos e estou bem longe desse valor). Sendo assim, gosto de saber com as pensões que são independentes financeiramente como elas gerenciam seus gastos.

Abs,

Thiago

Acumulador Compulsivo
4 anos atrás

Grande André, tudo bem? Cara, eu fico sempre admirado com a qualidade e profundidade das suas postagens. Não tenho toda essa dedicação, portanto admiro bastante. Acho que a escolha de carteira ativa ou passiva, também tem muito a ver com a personalidade da pessoa, com o tipo de renda ativa que ela tem. Tenho alguns amigos que trabalham no comércio (renda muito variável) e por serem muito arrojados, não aceitam nada que seja muito “estável”. Não curtem renda fixa, nem muito fundos passivos. Gostam de emoções, rs… Quando, na real, acho que deveriam buscar mais solidez e segurança nos investimentos,… Leia mais »

Simplicidade e Harmonia
4 anos atrás

André, Gostei dos gráficos interativos. Ficaram muito bons com esse layout. Quem iria que algum dia os FIIs passariam por tal situação… Nas lives percebo que o tom inicial mais otimista já não existe mais, pois o desenrolar dos fatos mostraram que tudo é muito mais sério do que imaginava-se a princípio. Fico pensando também na segurança do TD e da renda fixa (títulos de bancos médios). Até o começo do ano, as coisas estavam indo relativamente bem. Mas e agora? As taxas do TD estão mais altas e o risco Brasil está maior, pois o país encontra-se com 3… Leia mais »

LEOBINO BARROSO DE ARAUJO
LEOBINO BARROSO DE ARAUJO
4 anos atrás

André, tudo bom? vc tem gostado dos seus Fundos de Crédito Privado e/ou Juros Longos? Eu usava o Az quest para reserva de oportunidade, ele era um reloginho ali na casa dos 106 / 110% do CDI e D+0. Com essas quedas da selic, ele ta apanhando do CDI coitado…

LEOBINO BARROSO DE ARAUJO
LEOBINO BARROSO DE ARAUJO
Reply to  André
4 anos atrás

Sim, divido minha reserva em lft e algum fundo DI ou renda fixa para ter um ganhozinho maior. Esse colchao é bastante importante, nesse caso o papel nao rentabilidade, sem duvida.

Renan
Renan
4 anos atrás

Puxa, nao sei se entendi pq ta bem confuso essa parte ai, mas é complicado usar carteira previdenciária na carteira Passiva; é bem tendencioso né. Fundos péssimos. Tem que pegar só ETF de baixo custo como PIBB11, IVV se quiser faz isso sem bias !

O Engenheiro Investidor
4 anos atrás

Me toquei que um blog tão bom e recomendado quanto o seu não estava na minha blogroll.

Corri para adicionar, excelente post!

Alfredo
Alfredo
4 anos atrás

André,
Gostei muito.
Tenho acompanhado suas postagens e sempre as considero boas e ponderadas.
Meus parabéns,
Uma dúvida :Quando você considera IPCA +5% ,o que me parece uma boa taxa,é com ou sem IR ?
Penso que o ideal seria uma taxa líquida .

Anônimo
Anônimo
Reply to  André
4 anos atrás

André,
Só hoje vi a sua resposta, que achei que nunca viria.
Obrigado pela sua atenção.
Acho seu blog excelente.Assino algumas casas de orientação financeira como a Empiricus e a North e tenho muitos fundos como você.
A diferença é que sinto que me identifico com sua preocupação em ter mais tempo para aproveitar a vida e sua preocupação com a renda passiva também é a minha.
Sinto que você é uma pessoa especial já que se dedica a ajudar as pessoas ,com sua experiência ,a melhorarem sua vida.
Meus parabéns e obrigado.
Um abraço ,
Alfredo

Bansir
4 anos atrás

Esse ano ainda não deu para a carteira passiva… Vai ter que ficar na ativa mais tempo hehe

Abração!

Roberto
Roberto
5 anos atrás

hahaha sacanagem comprar ativo com passivo só em 2019 quando só sobe essa porra de bolsa. faz um em 2016 pra ver ai sim fica interessante

LEOBINO BARROSO DE ARAUJO
LEOBINO BARROSO DE ARAUJO
5 anos atrás

Oi André,

Parabens pelo novo blog, O visual ficou bastante friendly e clean.

Qnto à estratégia de gestão passiva x tempo, sempre fiquei pensando se nao valeria a pena ter uma carteira de fundos com base na minha alocação de ativos 30% CDI, 30%renda fixa, 20%multimercado, 10%açoes BR, 10% açoes estrangeiras…O duro sao as taxas e a confiança no gestor, mas talvez compense nao ocupar o tempo.

Simplicidade e Harmonia
5 anos atrás

André,

Interessante a divisão da sua carteira. Como eu comecei com FIIs (e não com ações), minha exposição acabou ficando maior nesse ativo, devido a valorização das cotas durante esse ano – preciso fazer o rebalanceamento da carteira…

Boa semana!

Guilherme
5 anos atrás

Excelente artigo, André!

Gostei particularmente do novo benchmark, IPCA + 5%. Acho uma métrica mais desafiadora do que simplesmente usar o CDI, até porque a tendência daqui pra frente parece ser o enxugamento cada vez maior dos juros reais.

Abraços!

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