Você já deve ter ouvido sobre a TSR, a “taxa segura de retirada”, mas aposto que não ouviu falar da TNRP… Essa, é a taxa necessária para remunerar seu portfólio e a melhor forma de gerenciar sua independência financeira.
Aproveite e faça o download da Planilha de Plano Patrimonial e aprimore seu planejamento futuro. Inclusive disponibilizando mais dinheiro para gastar!
O termo “TSR”, Taxa Segura de Retirada sobre o patrimônio, já foi abordado algumas vezes entre colegas da Finansfera. Seu significado reflete o quanto uma pessoa poderia “sacar” periodicamente de seu patrimônio sem diminuição de seu valor real. Ou seja, para qual valor de despesas mensais o patrimônio seria eterno, possibilitando assim, a declaração da independência financeira?
Existe uma categoria de estudos que buscam averiguar qual a taxa segura de retirada para diversas situações. Um dos mais famosos é a série de estudos Trinity, onde a maioria dos resultados para diversos portfólios costumam convergir a TSRs próximas de 4% anuais. Condições sui generis em determinados mercados, como altos históricos de remunerações na taxa real de juros e/ou rendas variáveis, bem como outras alocações, podem trazer TSRs muito diferentes.
O blog do Investidor Inglês trouxe há um tempo excelentes informações sobre um estudo ampliado para outros países mostrando a variação da taxa conforme a realidade de cada mercado. Nosso país mostrou-se um lugar seguro com uma TSR de 5%, sendo influenciada, sem dúvida, pela (até então) alta taxa de juros.
Os conceitos sobre a TSR já foram debatidos há algum tempo no blog do Viver de Renda, e no Aposente-se aos 40. Diante das referências, vou eximir-me de entrar muito em detalhes teóricos e vou ater-me à minha opinião sobre o assunto.
Confesso que, apesar de perceber o conceito como educativo no intuito de evitar grandes bobagens (como ignorar o efeito da inflação no tempo), eu nunca o usei como uma indicação para meus gastos futuros. Sempre fiz o inverso, ou seja, estabeleci uma previsão de gastos futuros e calculei qual deve ser o rendimento do meu patrimônio para atingir meus objetivos.
O post está dividido em 5 partes: use o índice abaixo se desejar pular direto na seção que deseja. Na primeira parte, explico porque não gosto da TSR. Em seguida, apresento a TNRP. A terceira parte, mais breve, mostra como você pode gastar mais dinheiro (sim, gastar mais dinheiro) usando esses conceitos. E, enfim, a mais longa seção mostra como fazer o download e preencher a planilha de plano patrimonial. Finalizo posteriormente com minhas conclusões.
Este post é basicamente teórico. Para conhecer o post onde atualizo anualmente a minha TNRP e faço considerações adicionais, bem como as mudanças no planejamento no decorrer dos anos, acesse: “Quanto tempo o dinheiro vai durar? A TNRP e a atualização da sucessão patrimonial anual“.
1) A TSR é insuficiente para planejamentos de longo prazo
Aos colegas que usam e gostam da TSR, não me entendam mal: eu dou importância à utilidade do conceito como um guia para as pessoas que buscam – ou já possuem, a independência financeira.
Mas vejo alguns pontos falhos que prejudicam nossos planejamentos futuros. A taxa não é flexível para absorver mudanças durante nossa jornada até a independência financeira ou na manutenção posterior do patrimônio. Exatamente em função disso, nunca a usei para alcançar meus objetivos. Explico melhor nos itens abaixo.
a) Os gastos anuais variam com o tempo
A TSR, uma vez que indica um valor monetário máximo para as retiradas periódicas de seu patrimônio, acaba engessando um plano de longo prazo. Como o blog do Frugal Simple já escreveu em um texto, as despesas são determinantes para definir a duração das reservas financeiras. E seu planejamento de longo prazo não pode ser baseado em um limite máximo de retiradas considerando apenas a realidade atual.
É possível que, se usarmos uma taxa de 4 ou 5%, poderemos chegar a uma conclusão precipitada de que somos independentemente financeiramente, considerando nossas despesas no momento. Mas como será seu futuro? Será que seus gastos aumentarão? Existem expectativas em ter mais filhos, possuir mais bens de consumo ou fazer um MBA de ponta no exterior?
Ou seja, cada decisão que tomamos hoje aumenta ou diminui o prazo para alcançar a independência financeira, como eu comentei nos comentários do texto do Aportador Financeiro, que possui uma opinião diferente da minha. Assim, entendo que, como estamos sujeitos a mudanças de planos em nossa vida, não podemos tirar conclusões baseadas no valor de TSR.
b) O ambiente está sempre em mudança: como fica a situação com as novas taxas de juros no Brasil?
Parágrafos atrás, comentei o estudo que colocava o Brasil como um país confortável para aceitar uma taxa segura de retirada de 5%, sob uma carteira de investimentos baseada sob títulos de renda fixa. Porém, o Brasil é um país de ciclos econômicos sui generis, concordam?
Para o ano de 2020, está estimada uma remuneração líquida máxima via Selic de 3,6% e o boletim Focus estima uma inflação de… 3,6%! Com esses dados, pergunto aos leitores: agora que nossa taxa de juros reais caminha para zero, podendo ser até negativas no futuro, será que aquele estudo continua valendo?
De maneira nenhuma! Uma TSR de 5%, atualmente, é uma taxa totalmente inviável sem a assunção de riscos! Para persegui-la, a alocação em renda variável deve ser altíssima, e, com isso, um gerenciamento de riscos muito eficaz deve ser utilizado para manter uma rentabilidade positiva em todos os anos à frente.
Reparem que William Bengen, o homem que criou o número mágico de 4%, disse recentemente em out/20 que “agora” o ambiente permite pensar em uma taxa de 5%. E se fosse o inverso? Impossível planejar algo a longo prazo com uma taxa que “varia”, não?
Além disso, não há consenso. Outros estudos enfatizam que, com a baixa na taxa de juros dos Estados Unidos, a TSR deve ser menor, e não maior.
Assim sendo, qual é a relevância de um estudo cujas bases não são minimamente sustentáveis no tempo? Por que gastamos tanto tempo pensando em TSR, se as condições mudam de momento a momento?
c) A alocação do portfólio é determinante para definir uma TSR
Como entramos no assunto de alocação de ativos, vale citar que os estudos americanos são realizados com base em determinadas distribuições da carteira de investimentos.
O estudo Trinity, por exemplo, usou 50% em renda fixa e 50% em renda variável. Estudos mais modernos usaram alocações diferentes. Para o Brasil, usou-se 100% em renda fixa no estudo apontado pelo blog do Investidor Inglês.
Ou seja, as variáveis nas alocações são enormes! E elas não se encerram apenas no percentual de cada classe de ativos no portfólio, mas também em que momento do mercado você realizou cada compra, venda e cada rebalanceamento de ativos. Os ciclos de mercado proporcionam variações imensas em uma possível TSR. Enfim, é um samba do crioulo doido!
Espelhar de forma fiel sua carteira de investimentos com a carteira desses estudos, almejando uma correlação minimamente segura para a expectativa de duração de seu portfólio é algo praticamente impossível. E, consequentemente, seria um risco muito grande você pautar sua liberdade financeira utilizando esse indicador.
d) Quanto de seu patrimônio você deseja deixar aos herdeiros ou a entidades assistenciais?
A Taxa Segura de Retirada ignora essa decisão. Oferecendo apenas um número frio, ela não considera o destino que desejamos dar ao nosso patrimônio no final da vida. Se nós já estamos descendo a ladeira da idade e não vemos necessidade de deixar a totalidade de nossa carteira de investimentos aos herdeiros, podemos gastar muito mais do que a TSR nos aponta.
Imagine que você chegou à sua independência financeira utilizando o conceito de TSR. Atribuindo uma taxa de 5%, digamos que você poderá gastar até R$100 mil por ano. Mesmo se desconsiderássemos os 3 itens acima comentados, esse número só seria verdadeiro se desejássemos manter nosso patrimônio intacto.
E esse planejamento pode não ser a ideia dominantes que temos em vida. Podemos, por exemplo, desejar gastar além desse valor para ajudar entidades assistenciais. Veja a seção 3 desse texto.
Todos esses conceitos foram expostos em um artigo de 2014 do blog Pensamentos Financeiros, onde eu também fiz um comentário sobre o método que utilizo para o cálculo da manutenção da liberdade financeira: a TNRP, que explico na sequência.
2) O que é TNRP
Enquanto a TSR é definida, sob certas condições, em fornecer um limite máximo de retirada, a TNRP é feita do futuro para o presente. Ou seja, você define primeiro seus objetivos anuais e somente depois, verifica qual seria a taxa necessária de remuneração de seu patrimônio para alcançar sua liberdade financeira.
O leitor pode estranhar que, em alguns momentos, utilizo o termo “independência financeira” e em outros, “liberdade financeira”. Embora ambos sejam grandes conquistas individuais, veja em “Independência ou liberdade financeira? Será que você está chegando lá?” como eu defino cada conceito e suas diferenças.
Essa forma “inversa” de cálculo prevê flexibilidade em seus gastos anuais conforme seus projetos e necessidades, evitando o primeiro item que apontava para a ineficiência da TSR, de que os gastos variam com o tempo. Não é muito útil saber quanto posso gastar “hoje” da minha carteira de investimentos sem possuir um planejamento futuro de despesas. Ou seja, essa taxa engloba uma ampla flexibilidade que poderá ser atualizada ano a ano.
Essa atualização periódica é essencial para considerar também mudanças do ambiente citados no segundo item. As taxas sempre devem estar coerentes com a realidade da economia. Assim, ela sempre estará coerente com suas expectativas. Dividir taxas para diferentes ativos também é uma atitude que facilita a gestão, sendo possível posteriormente definir uma taxa média, que é o número cujo histórico apresentarei aos leitores na sequência.
Em resumo, a TNRP é a taxa que seu patrimônio precisa ser remunerado para fazer frente a todo seu planejamento de despesas para seus próximos anos. Com a planilha disponibilizada, é possível flexibilizar muitas variáveis e ver como se comportam as demais. Várias simulações são possíveis e algumas são exemplificadas no item “d” da seção 4.
Novamente, para conhecer meu histórico e considerações adicionais, inclusive para sucessão patrimonial, leia “Quanto tempo o dinheiro vai durar? A TNRP e a atualização da sucessão patrimonial“.
3) Como gastar mais dinheiro e usufruir sua independência financeira?
Muitos textos nesse blog enfatizam dois pontos principais em relação à nossa liberdade. O primeiro é que o investimento é fundamental para conquistar sua independência financeira. O segundo: você nunca será livre se considerar a poupança como um objetivo de vida. Será livre em relação ao mundo, mas preso em uma obsessão. É o terno equilíbrio entre ser excessivamente frugal e demasiadamente perdulário.
Suas economias precisam possuir uma finalidade. Seja material ou simplesmente, relacionada à obtenção (e posteriormente, à manutenção) de sua liberdade. Se obtiver sucesso, haverá um ponto em que tal segurança financeira estará bem consolidada. Será que haveria a necessidade de agarrar-se ainda a essa garantia ou poderíamos afrouxar o cinto e viver mais a vida que nos resta?
a) A poupança como meio, e não como objetivo
Mesmo que alguém não tenha grandes ambições para si próprio, há várias maneiras de beneficiar o mundo em que vivemos. Podemos decidir, por exemplo, quais os montantes necessários para a herança aos descendentes. Nem sempre o “máximo possível” é a resposta certa: as pessoas precisam adquirir responsabilidades e produzir de forma própria. Criar filhos dependentes nunca será uma boa ideia, nem para eles ou para o mundo.
Ainda que a pessoa não tenha descendentes, ela não se livra da possibilidade de oferecer auxílio a outras pessoas. Ou a cães e gatos, se preferir. Ou à natureza. Há várias maneiras de utilizar nosso patrimônio de forma positiva. Os bilionários do mundo que o digam. Há, ainda, sempre a possibilidade adicional de investir em si mesmo e obter maior crescimento pessoal.
Evidentemente, todas essas decisões passam por um dilema: quando parar de guardar dinheiro e começar a usá-lo de uma forma mais intensa? Quando parar de buscar cifras cada vez maiores de seu patrimônio e permitir um gradual e planejado decréscimo dessa segurança financeira, aproveitando melhor o nosso presente? A Planilha de Plano Patrimonial ajudará muito nesse planejamento.
b) A oportunidade de realizações com a diminuição da TNRP
Como vimos anteriormente, minha TNRP está em queda contínua. Nessa situação, é possível aumentar os gastos anuais, dentre todas as possibilidades que a vida lhe oferece, como nos exemplos que citei acima. Assim, você poderia dar a você mesmo, ou aos outros, uma vida mais abastada sem prejudicar sua liberdade financeira.
Mas há ainda outra possibilidade: pensando em tempo livre, a redução da taxa necessária de rentabilização do seu patrimônio permite ainda que você, caso use muito de sua rotina diária para gerenciar seus investimentos, pense na alternativa de possuir uma independência financeira mais passiva.
Para isso, você pode se interessar em construir uma carteira através de fundos de investimentos. Estou fazendo esse teste. O objetivo é que, a cada ano, eu passe a ter mais tempo livre para outras atividades, ao invés de estar no computador administrando minha carteira de investimentos e alocando ativos. Não que eu gaste muito tempo nisso, mas… quanto menos tempo gasto, melhor, não?
Já dividi meu portfólio em dois: a carteira de investimentos ativa, sob minha gestão e a carteira de investimentos passiva, sob a gestão de terceiros. Estou publicando os resultados de suas rentabilidades mensalmente nesse texto, sempre observando anualmente minha TNRP e o rendimento da carteira passiva. Se sua rentabilidade se mantiver consistentemente acima da taxa necessária para eu remunerar meu portfólio, a ideia é eu diminuir cada vez mais minhas atividades no mercado financeiro.
No fundo, tudo se resume a maximizar o maior ativo que temos: o tempo. É através dele e da segurança financeira que estamos aptos a realizar todas as metas e sonhos que aspiramos. Se existisse um único conselho a ser dado, eu diria: use bem seu tempo, o bem mais valioso que temos. Principalmente para os mais jovens, que precisam de um esforço bem menor para alcançar a liberdade.
Vamos agora ver como funciona a Planilha de Plano Patrimonial e como preenchê-la? É importante que você mantenha ela aberta em uma das abas do navegador para ir seguindo o passo a passo. Adiante!
4) A PPP – Planilha de Plano Patrimonial
Com a PPP, você será capaz de realizar um planejamento até o final de sua vida. Pode parecer meio tétrico falar nesses termos, mas a morte é uma das maiores certezas de nossa existência. E precisamos conviver com ela, gostemos ou não.
Diferentemente da calculadora que determina o ponto exato para alcançar a independência financeira, essa planilha possibilita um planejamento atual muito mais preciso, e não a valores constantes, como também prega o conceito de TSR.
Clique abaixo para acessar a planilha. No processo, você se tornará um assinante do blog e receberá semanalmente uma newsletter, além do acesso à página do assinante com todas as planilhas disponibilizadas e ao drive virtual das cartas dos gestores de investimentos aos acionistas.
A planilha gera uma previsão de gastos totalmente customizável para suas próximas décadas de uma forma muito simples. O usuário pode definir, para cada ano, seus projetos e condições particulares de despesas. Pode parecer algo demorado e enfadonho, mas acredite: não é.
Uma vez definidos seus projetos principais, resta definir o percentual de aumento ou diminuição anual de cada categoria de despesas, que pode ser copiado para as células seguintes.
Antes do leitor pensar que é impossível planejar algo para longuíssimo prazo, vale o alerta que um planejamento não é algo estático, que uma vez feito, é imutável. Tenho atualizado a Planilha de Plano Patrimonial anualmente, já há quase 20 anos. A cada renovação, acrescento elementos novos, atualizando automaticamente todas as informações que alimentam os resultados.
O importante é que, a cada ano, a ferramenta nos forneça um farol para os próximos anos. Se a PPP atual mostra, por exemplo, que nossos objetivos ficaram mais difíceis de serem atingidos comparados com a PPP anterior, é possível que tenhamos cometidos algum deslize nesse ano que passou. E agora possuímos uma chance de corrigir a rota.
O objetivo é sempre manter a TNRP o mais baixa possível, uma vez que ela mostra quanto de rentabilidade devemos ter em nossos investimentos dado nosso planejamento anual. Mantendo-a baixa, ficaremos muito mais tranquilos com a consolidação de nossos objetivos.
a) Alguns parâmetros financeiros
Para qualquer planejamento, devemos ter um ponto de partida que reflete nossa situação financeira atual. Utilizo sempre a virada do ano. A coluna “B” deve ser preenchida com nossa situação financeira ao final do ano anterior. Esses valores serão a base para todos os cálculos futuros.
Preencha também a célula C1 com o ano em que nasceu. Essa informação será útil para conhecer sua idade (linha 2) para cada ano fiscal (linha 3). Veja que nesse exemplo, para um usuário fictício que nasceu em 1982, ele estará, ao final do planejamento de 50 anos, com 88 anos de idade em 2070.
As linhas verdes correspondem às receitas. Suas categorias podem ser alteradas conforme a realidade de cada um, assim como as categorias de despesas, em laranja. Considerem porém, que a soma das receitas e despesas devem estar corretas nas linhas 22 e 23, que serão necessárias para a apuração do lucro anual (linha 24, em amarelo).
Seus investimentos consolidados (renda fixa e variável) ao final do ano devem ser preenchidos nas células B26 e B27. Na sequência, deixei espaço para preenchimento dos “ativos” fixos (veículos, outros ativos e imóveis). Uma vez que as células da coluna B devem ser preenchidas conforme sua situação real no período, supõe-se que você já esteja avançado no sentido de possuir o controle sobre sua vida financeira, especialmente de suas despesas, através de uma planilha de orçamento.
Reparem que nas células B34 e B35 devem ser colocadas duas considerações muito importantes. Elas são as estimativas para a taxa de remuneração de seu patrimônio que você pretende receber durante os anos, seja os juros pelos seus investimentos em renda fixa ou o percentual de lucros estimados para a renda variável. É, portanto, uma estimativa média anual.
Esses valores são as TNRPs e, como a PPP não considera inflação, as taxas devem ser líquidas, ou seja, reais. Como exemplo, coloquei o juro real em renda fixa a 3,0%, factível atualmente se pensarmos em títulos de longo prazo do Tesouro Direto. Porém, se daqui a um ano essas taxas diminuírem ainda mais, devemos nos próximos planos patrimoniais fazer os ajustes necessários.
É possível pensar em apenas uma TNRP, englobando a remuneração geral do portfólio, se preferir (hoje, na verdade, uso uma taxa consolidada). Se preferir fazer o mesmo, elimine a linha 35 e 9, para que os lucros (ou juros) considerem o total de seus investimentos (renda fixa e renda variável) aplicando a taxa única definida na célula B34. Dúvidas, deixem nos comentários que responderei com prazer.
b) Simulando as receitas anuais
Preenchida a coluna B com os valores reais ao final de 2020, iniciamos a consideração dos critérios para simulação de valores futuros. A simulação depende dos objetivos de cada pessoa e cada usuário deve corrigir as premissas que coloquei moldando a planilha conforme sua necessidade.
O bom funcionamento dessas estimativas anuais está diretamente relacionado a situação do fechamento real do ano em vigor. A planilha baseia-se que suas receitas e despesas não foram impactadas por eventos extraordinários, e que elas representem bem o seu fluxo de caixa padrão. Se houver algo discrepante, temos de ter o bom senso de reconsiderar a situação.
A partir da coluna “C”, então, iniciamos as estimativas para o futuro. No caso da “receita de salários” e “restituição de IR”, por exemplo, mantive o padrão (sem aumentos reais) até a idade de 56 anos do usuário (veja coluna “T”). Após isso, a ideia é que o usuário pretenda parar de trabalhar e viva da renda de seus investimentos. Vamos utilizar essa consideração como um dos objetivos do usuário e verificar como ficará sua situação no futuro.
Na linha de vendas, veja que considerei que seu carro, que valia R$ 50mil em 2020 (e foi-se desvalorizando nos anos seguintes com um desconto de 5% anual), foi vendido em 2025, ano em que foi comprado outro carro de R$ 50mil. Mantive essa troca de veículo de 5 a 5 anos até quando o usuário atingisse a faixa dos 70 anos. Talvez ele prefira utilizar um Uber sem motorista no futuro…
As linhas dos juros e lucros de investimentos buscam as taxas que foram colocadas anteriormente nas células B34 e B35. Os valores são aproximados, pois não consideramos os juros compostos capitalizados dia a dia nas aplicações, e sim apenas anualmente. Lembro que estamos fazendo um planejamento para 50 anos e se começarmos a detalhar as coisas nessa magnitude, a PPP perde sua usabilidade.
Adicionalmente, essa condição pode funcionar até como uma segurança para o excesso de expectativas, uma vez que as pessoas costumam a pensar que ganharão muito mais do que vão de fato. Esse ponto equilibra o balanço para um viés negativo, o que é saudável. Considerem como uma margem de segurança forçada.
c) Simulando as despesas anuais
Para as despesas de moradia (aluguéis, prestações de financiamentos, condomínios, etc) considerei um aumento anual real de 1%, como se o usuário desejasse aumentar seu padrão de vida com o tempo. Se não houver essa expectativa, poderíamos deixar sem variação modificando as fórmulas das células.
Eventos extraordinários devem ser considerados nesses gastos. Vejam, por exemplo, uma queda brusca de despesas de moradia no ano de 2034. Se examinarem o ano anterior (2033), simulei a compra à vista de um imóvel (célula O19), o que fez as despesas de moradia caírem abruptamente por causa da eliminação do aluguel ou a conversão para uma prestação menor.
Nas contas de consumo, considerei um aumento real de 1%, mas até o usuário completar os seus 56 anos. Posteriormente, modifiquei a fórmula para manter essa despesa constante (célula T12). Talvez após certa idade não consumiremos tantos insumos comparativamente à juventude. Todas as mudanças de fórmulas nas células estão evidenciadas com um fundo um pouco mais escuro.
É relevante falarmos dos impostos. Observe na fórmula que fiz uma estimativa de despesas considerando 20% do salário do usuário, 4% do valor de seu veículo e 15% do valor de seus investimentos. Para os investimentos, é uma estimativa pessimista e pode ser alterada. Normalmente ela é válida apenas para as pessoas que mantém os valores em fundos ou títulos do Tesouro Direto.
Para quem mexe ativamente com ações, por exemplo, é possível pagar bem menos do que 15% fazendo vendas parciais mensais abaixo do valor de R$ 20mil e compensando o imposto com demais prejuízos. Cada usuário deve modificar a fórmula para refletir sua condição.
É possível prever gastos alternados a cada ano. No item “viagens e lazer”, por exemplo, considerei valores que oscilam entre R$ 5mil e R$ 10mil a cada ano, simulando possivelmente uma alternância entre viagens nacionais e internacionais. Se bem que, muitas vezes, fica mais caro viajar pelo Brasil mesmo. Novamente, cada usuário terá aqui, sua realidade.
Na categoria “automóvel” estipulei um aumento de 2% ao ano até o ano em que o usuário deixará de trabalhar (quando a despesa será reduzida 1% ao ano). Afinal, ele deixará de ir de carro no trabalho e economizará combustível. Já a categoria “saúde” é sensível, e tende a aumentar conforme a idade. Considerei um aumento de 5% real ao ano.
Para os investimentos, considerei que, a cada ano, metade dos lucros vão para a renda fixa e metade para os investimentos em renda variável (linhas 26 e 27). Talvez com o tempo e com o envelhecimento do usuário, esse percentual deva ser modificado para que a renda fixa ocupe uma posição de maior destaque, diminuindo riscos.
Percebam assim os leitores que tudo pode ser adaptado de forma a atender realidades específicas. Adicionem mais categorias, modifiquem valores e deixem a planilha com uma fiel representatividade de suas vidas futuras.
d) Avaliação do planejamento e simulações
Vamos agora avaliar os resultados de nosso Plano Patrimonial.
Lembre-se que nosso objetivo era checar se o usuário, parando de trabalhar aos 56 anos, conseguiria chegar aos 88 anos de vida com dinheiro no bolso. Parece que não: observe que aos seus 78 anos, sua conta de investimentos começa a ficar negativa (linhas 26 e 27). Então, algo deve ser mudado. Aqui reside, assim, a parte mais interessante de nossa PPP: quais as simulações necessárias para que a meta seja alcançada? Vejamos algumas possibilidades.
d.1) Reduzir as despesas
O senso comum sempre nos impele à saída mais óbvia: reduzir as despesas do dia a dia. O usuário pode reduzir as viagens, por exemplo, para uma frequência de 3 em 3 anos. Ou ainda, trocar de carro em um espaço maior de tempo. Pode ainda reduzir o aumento de despesas de moradia e contas de consumo.
Enfim, são muitas simulações possíveis. Se mantivermos, por exemplo, as despesas dessas duas categorias como fixas e viajarmos somente a cada 3 anos, o usuário conseguiria prolongar sua sobrevivência financeira por mais tempo.
d.2) Prolongar o trabalho assalariado
Mas talvez ele não queira alterar a faixa de suas despesas. Ele ainda tem a opção de trabalhar um pouco mais. Simule sua aposentadoria aos 61 anos agora (e não mais aos 56 anos): arraste o valor de seu salário até o ano de 2043 e da restituição de IR até o ano de 2044. Ele completará os seus 88 anos com mais de R$ 500mil em caixa. Resolveria seus problemas como também deixaria uma pequena herança aos seus descendentes.
Caso, entretanto, ele deseje deixar de ser assalariado mesmo aos 56 anos e não queira diminuir suas despesas, ainda há alternativas.
d.3) Investir melhor
Uma possibilidade é dedicar-se mais aos investimentos e buscar uma taxa real de remuneração maior. Isso pode fazer toda a diferença. Se alterarmos os valores de 3,0% de renda fixa para 4,0% (talvez arriscando em boas debêntures ou títulos de bancos menores) e de 6,00% para 7,00% em renda variável (opções e mercados futuros), vemos que, novamente, o usuário consegue completar seus 88 anos com um bom caixa líquido de quase R$ 460mil.
Em ambas as situações acima ele teria um patrimônio imobiliário de pouco mais de R$ 500mil. Mas… e se ele não tivesse comprado o imóvel?
d.4) Não comprar um imóvel
Ele também poderia continuar se aposentando aos 56 anos de idade, manter suas despesas intactas e ainda chegar aos 88 anos com mais de R$ 230 mil em caixa se ele não tivesse comprado o imóvel aos seus 50 anos. Suprima o valor de R$ 500mil da célula O19 e arraste as despesas de moradia na célula O11 até a coluna AZ e veja o resultado.
A valorização de seu imóvel foi estimada pelo padrão histórico das últimas décadas, que mostrei no artigo “Alugar ou comprar um imóvel: minha experiência e bobagens diversas“.
5) Finalizando…
Enfim, vocês perceberam que há muitas possibilidades que brincam com a ideia de gastar mais dinheiro e usufruir mais sua liberdade financeira?
Se a planilha apontar um valor de mais de um milhão, por exemplo, quando você estiver com seus 80 anos, será que não é hora de planejar algo diferente? Viajar mais, viver com mais conforto ou começar a realizar doações frequentes para organizações confiáveis? Iniciar uma nova faculdade? Ter outro filho, como fui agraciado em 2020? Outros projetos? Ou ter mais tempo colocando sua carteira de investimentos para ser gerida por fundos de investimentos?
O importante é conhecer nossa situação atual e nossas possibilidades futuras. Somente assim poderemos agir com base em nossas aspirações, mas com ao menos, um dos pés no chão.
Essas simulações são a chave para que o usuário saiba o que deve ser prioridade de médio e longo prazo em suas escolhas financeiras. Entendendo como os juros compostos funcionam de fato, fica fácil entender o que uma economia de meros R$ 5mil ao ano pode resultar no futuro. Assim como a decisão de viajar a cada ano ou a cada 3 anos. Ou ainda, o quanto impacta alguns anos a menos ou a mais de salário.
Cada um deve conhecer suas prioridades e trabalhar com as variáveis que estão na mesa. O importante é que sejamos coerentes com os esforços que podemos, de fato, oferecer para a conquista de nossa liberdade financeira.
A Planilha de Plano Patrimonial é uma ferramenta excelente para seus projetos futuros. Sua utilidade vai ficando mais relevante a cada utilização, ano a ano, comparando com as versões anteriores.
É sempre importante avaliar quais estimativas acertamos e quais erramos. Julgar se os erros não ocorreram nas estimativas, mas sim no nosso espírito consumista, que nos impediu de cumprir corretamente o nosso orçamento. Ou ainda, considerar se ocorreram eventos imprevistos, mas necessários, que resultaram no desvio de nossas metas.
O importante é sermos honestos nessas avaliações, e ponderarmos todas essas variáveis na confecção do próximo Plano Patrimonial.
E vocês, leitores? Como está a sua jornada particular para a liberdade financeira? Espero que essa técnica de monitoramento tenha sido útil para estimulá-lo a alcançá-la e usufruir todas as possibilidades que ela fornece!
Explore mais o blog pelo menu no topo superior! E para me conhecer mais, você ainda pode…
… assistir uma entrevista de vídeo no YouTube
… ler sobre um resumo de minha história
… ouvir uma entrevista de podcast no YouTube
… participar de um papo de boteco
… curtir uma live descontraída no Instagram
… ou adquirir um livro que reúne tudo que aprendi nos 20 anos da jornada à independência financeira.
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Olá André, não entendi muito bem qual é o parâmetro que você usa para estabelecer a tua TNRP. Você tem o valor desejado em certa idade, ou um valor que pretende deixar para sucessão? No mais, conheci teu blog recentemente e tenho aprendido muito com ele. Inclusive pretendo utilizar a tua planilha patrimonial, gostei muito da ideia contida nela de olhar a partir do futuro para estabelecer o presente.Abraço
Oi, Jones! Que bom que está retirando ideias do blog para sua independência financeira futura. Quaisquer dúvidas, pode perguntar por aqui. Primeiro, estabeleço a previsão futura de gastos. No suposto ano que a gente bater as botas, pode sobrar algo ou não para a sucessão. Você define quando estiver definindo seus gastos anuais. Você pode preferir doar em vida também (Quanto tempo o dinheiro vai durar? A TNRP e atualização da sucessão patrimonial para 2024 – Viagem Lenta). Esse planejamento de gastos ocorre em função de uma taxa de remuneração que você adiciona na célula específica. Se ela for maior,… Leia mais »
Ficou claro sim, André. Tudo é flexível, inclusive com quanto se quer chegar no fim da vida. É que na tua entrevista para o André Massaro, eu fiquei com a impressão que você iria explorar esse parâmetro futuro que define a tua TNRP no presente (quando usou a palavra “metade”), mas o Massaro te interrompeu e o assunto acabou não sendo retomando depois. A flexibilidade no planejamento que a planilha permite é o que há de melhor na estratégia. Confesso que para mim a TSR 4% sempre soou algo meio na linha do “aceita que dá certo”, mas como engenheiro eu gosto… Leia mais »
Eu não me lembro muito bem desse ponto da entrevista, mas é basicamente isso. Vidas, projetos e pessoas e são diferentes. O futuro tem muitas variáveis, algumas controláveis, outras não. Não dá para ter uma fórmula mágica. O ideal é fazer um planejamento e ir ajustando anualmente de acordo com as mudanças que ocorrem na vida e no mundo.
Abraço e obrigado!
Bom dia André,
Vc não vislumbra receber nada do INSS na velhice? Nem ao menos um salário mínimo?
Fiz a planilha TNRP e considerei um salário mínimo a partir dos 68 anos ( mesmo contribuindo sobre o teto atualmente).
Olá Thales! Eu não conto com isso não. Em meu entendimento, o Estado está falido e esses valores ou vão se corroendo com o tempo ou o prazo para solicitação irá se estender cada vez mais. Mas eu sou MEI (por causa da necessidade de NF para a Remessa Online) e contribuo com R$60,00 mensais para todos os impostos, incluindo o INSS. Tenho apenas por que ela me paga um valor mensal acima da contribuição. Se as regras não mudarem, posso pedir algo com 65 anos. Não sei se será um salário mínimo apenas ou se as contribuições máximas mensais… Leia mais »
Opa! Que bacana! Bem tranquilo e independente seu planejamento.
Eu particularmente não me conformo em contribuir obrigatoriamente por tanto anos e não receber pelo menos um salário. Hehehe
Acredito que se nosso país ao menos não der errado e virar venezuela, são boas as chances de receber ao menos um salário mínimo. Claro que a solicitação será cada vez mais velho.
Mesmo assim, melhor trabalhar para não precisar disso e se vier que seja um plus.
Exatamente Thales! Se vier, ok. Mas, se não vier, ok também rsrs
Andre, muito obrigado por compartilhar seu conhecimento e experiências como esta no seu blog.
Valeu João! Espero que a planilha lhe seja útil!
Abraço!
Boa noite,
Acabei de mecadastrar como assinante, mas ainda não recebi o link para baixar as planilhas. Como proceder?
Anon, o link da página do assinante está no email que recebeu após fazer a assinatura. Veja se não caiu no spam.
Além disso, reenvio o link semanalmente na newsletter. Normalmente, ela sai às quintas-feiras, mas tenho uma ideia de alterá-la para sexta-feira.
Abraço!
Bom dia.
Não consigo baixar as planilhas. Já sou assinante da Newsletter
Como faço?
Obrigado
Olá Leonardo! Boa tarde!
Os links de todas as planilhas estão na página do assinante, cujo link foi enviado para seu email quando se inscreveu na lista de assinantes e também na newsletter que envio semanalmente para você.
Está recebendo-a normalmente?
Abraço!
Tenho 37 anos e sempre tive a mentalidade alinhada ao FIRE mesmo sem saber que existia o movimento, inclusive no mundo todo srsrrs. Levo uma vida simples e posso simplificar mais ainda em termos financeiros, hj em termos de dividendos recebidos consigo trocar de cidade e ter uma vida simples no interior, mas bate muita insegurança neste momento que vemos a linha chegada, mesmo que ainda falte um pouco. Passa um milhão de situações que podem acontecer no futuro, da coisas que estamos abrindo mão (ou pode ser tmb das coisas que esteja no prendendo tmb). A principal preocupação é… Leia mais »
João, eu acredito que a planilha que disponibilizo nesse texto é a melhor ferramenta para dar a segurança que precisa. Você dá a entrada de seu patrimônio atual, sua estimativa de gastos para o futuro e ela lhe mostrará qual a taxa necessária de rentabilidade que você precisa. Você chegou a preenchê-la? Qual a TNRP que deu?
Abraços!
Boa noite André, tudo bom? Inicialmente queria te agradecer por compartilhar sua experiência financeira e de FIRE para nós, pessoas que almejam alcançar a independência financeira. Vi seu podcast junto ao Mr. IR 365 e gostei muito das informações que você apresentou e outras disponíveis no seu blog! Queria pedir seu conselho em um assunto que apenas uma pessoa experiente e com tempo de FIRE poderia me responder: Aumento de gastos com o tempo no FIRE. Estou no caminho da IR já a algum tempo (desde os 26 – tenho 37 anos). Assim como você, tenho(no seu caso teve) um… Leia mais »
Olá Renato! Obrigado pelo acompanhamento e pelas palavras! A ideia é mesmo auxiliar pessoas que pretendem seguir o caminho da liberdade. Estamos bem alinhados nas idades rsrs. Eu comecei aos 27 anos e pedi demissão aos 37, tivemos o mesmo privilégio do alto salário e levamos uma vida bem aquém do que ele poderia nos proporcionar financeiramente. Ou seja, podemos trocar boas ideias. Vou fazer alguns comentários, mas veja sempre que, apesar dessas semelhanças, somos pessoas ímpares e podemos ver as coisas de forma diferente. A ideia aqui é mostrar que o que penso não são verdades universais e você… Leia mais »
Olá André, muito obrigado pelas informações! Sempre estudei IF por sites gringos e a regra dos 4% é quase uma religião por lá, o que acabou influenciando minha forma de estruturar meu caminho para o IF/FIRE…(até um ano atrás desconhecia blogs como o seu e o do Mr IF 365 pensando que era um conceito mais americano). Foi muito interessante conhecer o seu sistema de ajuste anual, bem diferente do que considerava. Concordo que é um sistema bem mais próximo da realidade e você é exemplo vivo de que o sistema funciona! Sobre os gastos de saúde e educação (filho)… Leia mais »
Obrigado pelas explicações e sugestões André! Serão muito úteis! Já estou testando a planilha dentro da minha realidade! Algumas dúvidas: No caso do filho, você o lançou no ano previsto para o nascimento uma despesa não recorrente de R$400k? Outro ponto que achei estranho é o local para o lançamento do valor referente a imóveis. No caso deve-se lançar o apartamento próprio onde moramos ou ignorar a existência dele na planilha? Se lançarmos teria que ser o valor emulando o preço líquido de venda não é (tirar 15% de IR) e lançar um valor equivalente de aluguel no mesmo ano… Leia mais »
Olá Renato! Legal, espero que goste e seja útil a vc! Sobre o plano de saúde, sim, concordo que é um risco. Pesa também o fato de que não gosto do atendimento dos planos padrão no mercado. Como comentei, minha esposa tem o melhor da cidade aqui e ela sempre sofre para marcar atendimento rapidamente (eu, se preciso marcar particular, é na hora) e já vi casos onde pessoas precisariam ficar internadas e o plano de saúde não permitiu. Enfim, acho que em casos bem extremos como citou, o plano de saúde vai sempre deixar vc na mão. Enfim, foi… Leia mais »
Respondeu sim André, obrigado! Tinha lançado R$400k diretamente no ano planejado para o Filho (ação altamente conservadora). Vou revisar a planilha adequando conforme explicado…Gostei e absorvi o seu método de ajuste da taxa de retorno conforme o passar dos anos! Atualmente uso os 4% como meta de rentabilidade dos meus investimentos (IPCA+4% líquido) na fase de acumulo de capital, mas para estimativa de tempo para aposentadoria uso seu método. Obrigado novamente por compartilhar seu conhecimento!
Legal, Renato!
Boa sorte, sucesso, e, se ficar alguma questão, continuamos por aqui.
Abraço!
Olá, André! Tudo bem? Já estou na lista de assinantes do blog, mas não consigo baixar a planilha do plano patrimonial.
Se puder mandar para o e-mail menteinvestidoragyn@gmail, agradeço, desde já,
Sucesso!
Abraço.
Olá Mente Investidora!
Eu testei aqui e parece tudo normal. Seria interessante você me dizer por onde está tentando acessar para ver se posso melhorar algo no acesso.
O link está acessível em duas situações:
1) Quando você se torna assinante, eu envio um email finalizando o cadastro e lá tem o link;
2) Em toda newsletter semanal, há o link para a página do assinante que, por sua vez, contém os links de todas as planilhas.
Você poderia me ajudar e checar, para eu avaliar se está ocorrendo algo errado?
Obrigado!
E ai André, ouvi hoje sua entrevista no podcast do sr if 365. Muito legal ! Vc comentou que o patrimonio caiu durante os anos da Dilma. Fiquei curioso pra ver o que aconteceu com a TNRP nessa época. Vejo aqui que se manteve estável e até caiu um pouco em 2014. Nao entendi. Se o portfolio fica menor vc precisa de um rendimento maior pra cobrir os gastos. Onde que eu estou errando ? Abs
Fala Vaga! Obrigado! Eu ainda não ouvi novamente, mas verei se consigo ver hoje à noite. Primeiro, naquele período eu “esticava” a planilha por menos anos do que hoje. Fui checar agora e naqueles anos ela ia além dos 30 anos a mais (o que fica mais favorável para a TNRP). Eu cheguei nos 40 anos em 2015. Além disso, naquele período 2020-2014 eu colocava um salário adicional como remuneração adicional (ideia da academia, ou personal trainer, etc), fazendo com que eu “precisasse” de menos juros do que seria se eu não tivesse mais salário. Agora ao motivo mais emocional… Leia mais »
Cara, acho que entendi. O problema em se manter um historico de TNRP é que a vida vai mudando e vc vai adaptando o orçamento e expectativas. A TNRP de um ano pra outro varia tambem por causa disso. Tem que analisar caso a caso o motivo dela ter baixado ou subido. Abs
Exatamente. Você pode mudar de ideia para várias coisas da vida. Por isso não compartilho muito a ideia dos 4% fixos da TSR. A TNRP é bem mais maleável.
Abraço!
E ai Andre, também nao sou grande sou fan da regrinha dos 4%, pelos motivos que vc explicou. Já tinha comentado no outro post que eu acabei desenvolvendo uma planilha assim, baseada em despesas (se eu soubesse que vc ja tinha uma…). Eu ponho o orçamento ano a ano e ela me diz quanto tenho que ter pra cobrir tudo, levando em conta inflação e rendimentos. Vou deixar o link pra vc dar uma olhada se quiser, de repente vc pega alguma idéia pra melhorar a sua. Ela nao me dá uma taxa e sim um valor de patrimônio que… Leia mais »
Legal, Vagabundo! Vou dar uma olhada lá sim, assim que resolver umas coisas aqui.
Sua taxa está bem legal também hein? Se houver um aumento de juros em algum momento, já dá p colocar tudo em IPCA longo e receber os juros semestralmente rsrs.
Abraço e obrigado pelo comentário!
Cara, essa é a idéia. Tenho um monte de SELIC só esperando o IPCA2050 bater em 5% pra começar a migração. E vamo que vamo.
Teoricamente eu já poderia fazer isso esse ano, mas acho que é meio arriscado ficar na mão do governo, não acha? Além disso, quero surfar um pouquinho desses anos brasileiros sem governos de esquerda hehe
Olá Vagabundo! Vi sua planilha! Achei-a bem legal! No fundo eles nos levam ao mesmo objetivo: saber quando parar de acumular e começar a gastar o dinheiro. Parabéns pela iniciativa e perseverança! Não conhecia muito seu blog, estou colocando ele na minha página da “Finansfera”. Tem muito conteúdo interessante lá! Um pitaco: vc não acha que simplificaria sua análise se desconsiderasse a inflação e pensasse somente em taxa de juros reais? É uma variável complicadora a menos. E no caso da rentabilidade (“fluxo”, coluna “J”), não seria interessante colocar expectativas de rentabilidades maiores agora e menores no futuro, uma vez… Leia mais »
Fala André ! Tenho certeza que tinha respondido esse comentario mas vejo agora que nao saiu nada. Que legal que vc curtiu o conteúdo. Enfim, eu dei uma mexida na planilha pra me dar os juros reais, e daí qual a taxa de juros real que permitiria ao portfolio ir até o fim – a TNRP. Deu 3,42%. Daí joguei a sua segunda sugestao – rendimento menor nos últimos anos. Nos ultimos 20 anos coloquei 1% a menos, resultando entao numa TNRP de 3,08%, e um portfolio-alvo um pouco maior logicamente. Vim aqui agora pra te comentar a mexida que… Leia mais »
Joia Vagabundo! No meu entender, fica mais fácil controlar pela taxa real. Além de ser mais simples fazer as simulações futuras. Uma taxa boa hein? Quem sabe nas vésperas da eleição o PT aparece em uma pesquisa na frente e as taxas do IPCA+ sobem a mais de 5% ao ano. Aí vc faz sua vida haha (brincadeira, tem mais variáveis… rs) Vou ver sim. Mas pelo que entendi do que vc escreveu, ele não varia as despesas anuais, certo? O que mais eu considero na planilha da TNRP é a possibilidade de variar suas despesas frente à sua idade… Leia mais »
Vc vai ver que as despesas variam sim, ficando inflação e rendimento da carteira constantes. Lendo outro blog descobri que o cara também usa esse esquema, veja Retirement Cash Flow em https://www.theretirementmanifesto.com/resources/ Sobre o PT, pelo andar da carruagem não duvido que voltem e aí vou lavar a égua como vc disse haha Abs e bons e investimentos !
🙂
Vou checar quando acabar de resolver algumas prioridades aqui!
Abraço, bom final de semana!
Tudo bem e muito bom mas sua TRNP pressupõe que se pode te controle da “remuneração da carteira”, o que é totalmente inverídico. O único controle que vc tem é sobre o nível de risco que quer assumir, agora retorno não há garantia alguma. Não gostei muito da TRNP não, a TSR tem suas falhas mas é simples e não pressupõe este controle sobre o que é incontrolável
Oi Renato! Não entendi qual conceito você faz da TSR. Você acha que ela não assume uma remuneração da carteira para garantir os saques anuais? Não há mágica envolvida. É claro que ela assume uma rentabilidade e pressupõe sim um controle que você diz que é incontrolável. Nisso ela nada difere da TNRP. A diferença é que na TNRP você controla anualmente seus gastos através da planilha (e eles podem mudar conforme o tempo) e na TSR você “engessa” isso para o resto da vida. Por isso não vejo sentido. Talvez você se apegue na “simplicidade” da TSR, mas acredito… Leia mais »
Dá uma pesquisada mais a fundo sobre a TSR. Ela não assume remuneração nenhuma da carteira. Inclusive muitos blogs ai falam isso erroneamente. Não é preciso obter 4% de juros reais nada. A TSR pressupõe que posso viver 30 anos com o capital+rendimentos sem nunca ficar sem dinheiro. Simples e prática e em nenhum momento ela pressupõe engessar seus retornos pq isso nao existe, retorno jamais vc poderá controlar. O que vc pode controlar sim são suas despesas e seus ganhos, então a TSR faz muito mais sentido que a TRNP. Mas cada um usa a que achar mais confortável,… Leia mais »
Renato, insisto que ela está baseada em uma taxa estimada de remuneração. Os estudos foram feitos com históricos de rentabilidades, e há estudos para variações de ativos que dão valores diferentes. A TSR pressupõe que você pode viver 30 anos com o capital-rendimentos baseada nesses históricos, dado um certo balanceamento de sua carteira. Veja nessa página do mesmo site que indicou no outro comentário, como a TSR pode variar dependendo de novos estudos: https://earlyretirementnow.com/2016/12/21/the-ultimate-guide-to-safe-withdrawal-rates-part-3-equity-valuation/ Ao final ele conclui: “All of that does not bode well for the 4% rule. To push failure rates of the withdrawal strategy to a low… Leia mais »
Resolvi colocar em outro comentário pra não ficar tão longo rsrsrs. Uma dúvida, vi que você deixa separado os Juros e Lucros de Investimentos (acrescido anualmente de 4 a 6% de rendimento) com o Total dos investimentos em Renda Fixa e Variável (acrescido com o valor dos aportes). Por qual motivo seria? A pergunta pode soar bem básica, mas me perdoe, porque sou bem ruim de matemática, mas é que eu colocaria no Total, o valor do patrimônio + os juros recebidos (que atualmente está em Receitas) tudo junto. Isso interfere de alguma forma no cálculo? Acho que a pergunta… Leia mais »
Opa, pode fazer quantos comentários quiser rsrs! Bom, eu fiz a planilha já há anos, então recebi sua pergunta como uma crítica construtiva se poderia aperfeiçoá-la. Na prática, se você estivesse focada apenas no crescimento patrimonial, realmente não mudaria nada. Daria certo colocar os rendimentos na mesma célula de patrimônio. Acredito que separei para facilitar a visualização do lucro/prejuízo anual. Da forma que está, você tem um controle mais direto se sua renda passiva anual está cobrindo seus gastos. Se eu colocasse os incrementos de juros e dividendos diretamente, as Receitas Gerais ficariam distorcidas prejudicando o cálculo do lucro/prejuízo na… Leia mais »
Oi André, sim, você conseguiu responder a minha dúvida, fez sentido a resposta! Nesse caso, vou usar da forma que está, foi uma dúvida que surgiu enquanto estava preenchendo a planilha. Obrigadíssima!!!! Beijos. Yuka.
Se tiver alguma sugestão de melhoria, fique à vontade. Mais perto da virada do ano vou preencher a minha e republicarei o artigo com uma versão possivelmente melhorada.
😉
Oi André, tudo bem? Baixei a sua planilha e preenchi até os meus 110 anos (sou mais otimista que você heim rsrsrs). Que planilha legal. Obrigada por ter disponibilizado. Acabei pensando em diversas coisas como a mudança para uma casa menor quando minhas filhas saírem de casa; quando elas tiverem uma idade razoável, passar a dar uma mesada para elas; quando eu sair do meu emprego terei aumento no gasto com alimentação, já que recebo um vale alimentação bem alto; daqui a alguns anos terei gastos com educação, inglês, instrumento musical etc; enfim, vários fatores que geralmente acabamos nem pensando… Leia mais »
Olá Yuka! Que bom que gostou! Sim, eu acho essa planilha muito útil porque ela permite flexibilidade de gastos durante os anos. Seus exemplos mostram o quanto nossas vidas mudam e como essas mudanças podem influenciar nos gastos futuros e nos cálculos de quanto nosso patrimônio vai durar. É justamente por isso que não gosto do cálculo da famosa TSR, uma vez que ela entende que vamos viver sempre com os mesmos valores de renda anualmente. Isso poderia ser verdade quando as pessoas se aposentavam com seus 65 anos ou mais. Mas atualmente, com pessoas mais jovens alcançando a independência… Leia mais »
Deem uma lida ai para entenderem melhor. Estão bem por fora da TSR e os pressupostos dela
https://earlyretirementnow.com/safe-withdrawal-rate-series/
não precisa apagar minhas respostas não André, respeito sua opinião que não gosta da TSR mas peço que respeite a minha.
Olá Renato! Respondi no outro comentário.
Em nenhum momento pensei em apagar seu comentário rsrs. O debate é sempre saudável. Justamente por isso a seção de comentários aqui é livre. Nem login precisa fazer!
Eu também respeito sua opinião. O que estamos debatendo são apenas conceitos de cada uma das alternativas.
Abraço!
Caros, esse post tinha mais de 25 comentários no Disqus, que encontram-se nos links abaixo. Não consegui agregá-los ao novo texto. Fica de referência para discussões.
Obrigado!
https://disqus.com/home/discussion/viagem-lenta/fechamento_anual_da_planilha_do_plano_patrimonial_da_tnrp_e_algumas_mudancas_para_o_futuro/
Bom dia, André. Parabéns pelo excelente trabalho. Por gentileza, estás satisfeito com a superprevidência FoF?
Oi Leonardo!
No momento sim, mas o tempo ainda é muito curto para avaliações. Mas desde que eu transferi para lá, está rendendo uns 130% e pouco do CDI. Espero que com uma melhor previsão de crescimento da renda variável agora, ele aumente esse percentual.
Abraço!
Perfeito, André, muito obrigado e um abraço.