As melhores cidades para morar e viver bem sua FIRE


Quais as melhores cidades para viver sua independência financeira e aposentadoria antecipada?
Veja nesse guest post a excelente pesquisa d
o Marcos e faça o download da planilha eletrônica que ele montou.


Olá pessoal!

Esse é um guest post de um leitor do blog, o Marcos. Ele fez uma pesquisa bem interessante pensando em conciliar independência financeira com o prazer de viajar, aliado à manutenção de qualidade de vida, que são os atributos que almeja atingir em alguns anos.

Na busca para encontrar um local legal para curtir sua liberdade, listou diversas cidades brasileiras aptas a receber esses novos “aposentados” e ofereceu seus resultados aos leitores do blog.

Marcos, em nome do blog, agradeço sua iniciativa e seja bem-vindo novamente quando quiser compartilhar seus pensamentos e pesquisas. Sigamos agora com o seu relato!

As melhores cidades para se viver

Depois de muito refletir sobre os altos e baixos inerentes ao percurso da independência financeira e aposentadoria antecipada, do montante que é necessário pra se atingir essa meta e do conjunto de incertezas que ronda esse projeto, decidi que o meu modelo de aposentadoria precoce era um meio do caminho entre o que a maioria faz (a velha corrida dos ratos no piloto automático até se aposentar) e o que a maioria dos FIREs miram inicialmente (juntar um volume monstruoso de patrimônio o mais cedo possível pra comprar sua liberdade).

A decisão pela semi-aposentadoria

Minha escolha passou a ser por uma mini-aposentadoria de no máximo três anos seguida de um retorno ao trabalho, só que agora com carga horária reduzida (a semi-aposentadoria) e, preferencialmente, buscando se aproximar de trabalhos e temas mais satisfatórios que façam mais sentido pra mim, dentro daquilo que minhas habilidades permitam fazer de melhor para trazer valor aos demais.

Dessa forma, esses três anos “sabáticos” servirão para eu terminar processos de aprendizado ligados aos temas para os quais desejo direcionar as minhas atividades nessa nova etapa, que assim terá um pouco menos de “trabalho” e um tanto mais de satisfação pessoal.

Mas o principal uso desse período seria aproveitar a mobilidade geográfica que a ausência de um trabalho fixo me impõe e conhecer mais de perto a rotina e o dia a dia de um conjunto de cidades brasileiras nas quais me interessaria morar, seja no meu retorno ao trabalho, seja mais adiante, quando eu vier a me aposentar oficial e definitivamente, com direito a previdência complementar. Tudo somado ao acúmulo patrimonial decorrente da adoção de um estilo de vida minimalista e com inteligência financeira (que não deixa de requerer também muita inteligência emocional).

As melhores cidades para viver e se aposentar

Nesse intuito, recentemente recorri a alguns grupos temáticos de compartilhamento de experiências dos quais participo pedindo opiniões sobre cidades seguras, de baixo custo e porte médio que fossem agradáveis para se morar, já visando uma transição para um estilo de vida mais econômico, focado no autocuidado e na qualidade de vida.

As melhores cidades para se morar

Como as opiniões eram controversas demais e muitas delas tinham nítido afeto pessoal envolvido, resolvi arregaçar as mangas e buscar dados oficiais que pudessem balizar um comparativo entre as cidades desse porte (priorizei cidades com população total superior a 300k, embora tenham algumas fora desse padrão, mas são perfeitamente justificáveis pela sua performance excepcional nos demais critérios).

A tabela que fiz demonstra esse conjunto de indicadores, cada qual com uma razão específica para estar ali. Faça o download da planilha eletrônica em Excel ou Google Docs e acompanhe a explicação de cada variável abaixo.

1) O indicador de segurança nas melhores cidades para se viver

O indicador de segurança mostra a taxa de homicídios por 100 mil habitantes1, atualizada em 2017 em nível municipal e em 2019 em nível estadual. As cidades estão posicionadas da mais pacífica para a mais violenta (o critério segurança hierarquizou a posição das cidades na lista).

2) A população total importa?

O total da população no município tende a demonstrar o potencial de atendimento local em bens e serviços sem ter que se deslocar para uma cidade grande vizinha, assim como acesso a programação cultural e a outras formas de socialização ou integração local.

Trocando em miúdos: cidades que têm vida própria são mais cômodas, confortáveis e interessantes para seus moradores, pois demandam menos deslocamentos rotineiros e desenvolvem uma variedade um pouco maior de estilos de vida possíveis, tanto no aspecto material (o que se vende perto) quanto no comportamental (o que se tolera fazer ou conviver sem estranhamento social).

3) Por que a densidade demográfica é importante?

A densidade demográfica além de complementar a mesma intenção do item anterior, pode sugerir também o nível de conurbação logística interna à cidade (maior fluxo de pessoas concentradas em um mesmo perímetro).

Uma densidade alta demais pode indicar trânsito intenso, porém se for baixa demais pode indicar rarefação na oferta de bens e serviços, devido ao baixo fluxo de transeuntes ou de trânsito em um determinado perímetro (normalmente isso acaba concentrando as atividades em uma pequena parte da cidade, deixando outras áreas pouco exploradas, o que explica a baixa densidade total).

4) O custo de vida das melhores cidades para se viver

No custo de vida, quanto menor a nota atribuída mais barata a cidade será. Esse item carece de maiores complementos e estudos econômicos mais regionalizados, visto que os dados oficiais sobre formação de preços não têm, em regra, capilaridade e escala em nível municipal com cobertura comparativa nacional.

5) Distância para os aeroportos

A distância para o aeroporto regional e/ou internacional mais próximo evidencia o nível de integração logística da cidade, sobretudo o tempo e o custo para se chegar ou sair em nível individual. Isso pouco interfere na logística de alimentos e outros bens e serviços, por exemplo, mas indica o quão acessível ou permeável uma cidade é para o resto do país e mesmo do mundo.

6) O IDH das melhores cidades para morar

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) agrega dados estatísticos oficiais sobre a expectativa de vida ao nascer, a educação e o PIB per capita (como um indicador do padrão de vida e paridade do poder de compra) recolhidos em nível nacional2.

Serve também como um sugestivo sobre as condições de segurança local nas próximas décadas, vez que há uma correlação direta entre sociedades pacíficas e o acesso a estudos e qualificação profissional; capacidade de geração de emprego e renda; condições habitacionais; cuidados institucionais ofertados na primeira infância de forma ampla; e acesso a bens culturais e materiais de forma geral, que tendem a ampliar e a melhorar as perspectivas de vida e a autoestima local.

Estratégia para viver os primeiros anos da independência financeira

Por fim, com base nesses resultados a ideia seria montar uma “mudança em fluxo” só com as coisas mais essenciais e, de carro, usar esses três anos não para escolher uma das melhores cidades para se viver para o período inteiro, mas para fazer uma sequência com as melhores cidades escolhidas, podendo ficar seis meses em uma e um ano em outra, por exemplo, de acordo com as escolhas feitas. Ou então escolher duas para ficar um ano em cada e usar o último ano, ou o primeiro, pra ficar só três meses em outras quatro cidades.

Aposentadoria antecipada nas melhores cidades para se viver

Assim poderei “flanar” melhor pelo cotidiano de outras realidades brasileiras e viver algo fora da minha rotina atual, outras experiências, as quais podem me levar até para outros caminhos profissionais depois e, porque não, para outros caminhos pessoais também. Como disse Einstein, “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”.

A ideia de publicar esse projeto e compartilhar esse estudo sobre as cidades brasileiras está também em chamar a comunidade de investidores, viajantes, pesquisadores e outros inclassificáveis a, com a sua experiência específica desses locais ou de um dos assuntos listados como critério, ajudar a matizar e a detalhar mais essas informações, visto que muitas vezes os dados puros são frios e não revelam as nuances que outras perspectivas poderão dar.

Roteiros possíveis entre as melhores cidades para morar

Ao final da planilha há uma sugestão de trechos com conjuntos de cidades que são mais combináveis entre si, e que assim poderão fornecer uma experiência de fluxo mais confortável e menos desgastante ao viajante-explorador. Tem uma queda maior por Minas? Vai de Trecho 1. Seu sonho era explorar o Sul? O trecho 3B é uma ideia a se pensar. Tem uma queda pelo Vale do Café? Fica com o Trecho 3A. Quer conhecer outro lado do Estado do Rio que é pouco divulgado, mais seguro, com clima mais ameno e também com boas atrações turísticas? Adote o Trecho 4 e seja feliz.

Mas se seu negócio for o nordeste, dá pra montar um bem-bolado entre Natal e Alagoas tranquilamente, passando ainda por Recife e João Pessoa no caminho, fora as diversas possibilidades com outros estados (no quesito segurança o Piauí vem apresentando os melhores indicadores e seus dados de educação apontam que isso tenderá a permanecer ou mesmo melhorar). Outras sugestões de sequências de cidades boas e bem casáveis entre si são bem-vindas.

Gostaria de chamar atenção aqui para um último aspecto que, no meu caso, pode mudar completamente os resultados e possibilidades dessa experiência: uma coisa é fazer uma jornada dessas quando não se tem filhos e ainda não se é casado; outra seria fazê-la depois dos 50 ou com uma arquitetura de vida e de rotina que te imobilizam mais, mulher e filhos pra alguns, saúde ou disposição física pra outros, ou simplesmente o estar mais preso àquele lugar quanto mais o tempo passa, a velha zona de conforto.

Opto por materializar esse projeto idealmente por volta dos 40, e pra isso conto com a colaboração de todos os que possam trazer algo de valor a este estudo aqui. Se der tudo certo nos cruzamos por aí.

1. A taxa de homicídios de SP deve ser observada com cautela, tendo em vista o alto índice de mortes violentas com causa indeterminada (MVCI), que pode estar ocultando óbitos não classificados como homicídios (a taxa de MVCI aumentou 13,4% no último ano, o que redundou num índice de 5,8 MVCI por 100 mil habitantes). As cidades em negrito foram as que apresentaram melhores resultados no conjunto de seus indicadores.

2. Nota do autor do blog: vejo o IDH como uma variável que pode ajudar na conclusão, mas não definitiva. Veja meus comentários aqui.

Explore mais o blog pelo menu no topo superior! E para me conhecer mais, você ainda pode…
assistir uma entrevista de vídeo no YouTube
ler sobre um resumo de minha história
ouvir uma entrevista de podcast no YouTube
participar de um papo de boteco
curtir uma live descontraída no Instagram
… ou adquirir um livro que reúne tudo que aprendi nos 20 anos da jornada à independência financeira.

E, se gostou do texto e do blog, por que não ajudar a divulgá-lo em suas redes sociais através dos botões de compartilhamento?

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Juquinha
Juquinha
3 anos atrás

Olá, só alguns comentários sobre as cidades de Passos e Poços de Caldas. Sou natal da região de Passos, mas hoje em dia moro próximo a Poços. Tenho familiares que moram nas duas cidades, além de ir nas duas cidades com frequência. Poços é uma cidade que passa uma sensação de segurança maior. Se escolher alguns bairros mais centrais, morar em apartamento e evitar andar a pé sozinho durante a noite, estará livre da maioria dos problemas de segurança, que para uma pessoa comum são os crimes contra o patrimônio. O maior problema de Poços é o trânsito. Fora isso,… Leia mais »

Rumo a Independencia
3 anos atrás

Fala, André, como vai?
Excelente post! Me deparei com essa ideia há um tempo também, fazendo essa dinâmica de ir mudando e conhecendo as cidades conforme o momento após eu me tornar FIRE.
Ainda há uma longa jornada até lá, mas com certeza vou partir desses dados e ir atualizando com o tempo! Muito obrigado!

Donizete
Donizete
3 anos atrás

Sou mineirinho de poços de caldas cidade top para morar…. Ja morei em são Jose do rio preto uma das mais top se n for a mais ate hoje, morei em campinas e guarapuava no PR… Porem quero e vou assim q aposentar para serras gauchas , lá sim é tudo de bom….qual cidade? ainda não sei le é bem caro o custo de vida então tem q ir para cidades menores mais perto de tudo…. Lugar top top top….
Eu recomendaria serras gauchas , segunda perto de balneário Camboriú,

Cinthia
Cinthia
3 anos atrás

Sensacional este post! Tenho fé que ainda morarei em SC, próximo do litoral..

Marcos
Marcos
Reply to  Cinthia
3 anos atrás

Fico feliz que tenhas gostado, Cinthia!

Vagabundo
3 anos atrás

Adoro esse tema ! Tambem tive dificuldade pra abrir a planilha. Pergunta – de onde veio o dado de segurança ? Poderia acrescentar tambem um dado sobre crimes contra o patrimonio (roubos, furtos). Valeu !

Marcos
Marcos
Reply to  Vagabundo
3 anos atrás

Na própria planilha tem o link do observatório de segurança pública.

Vagabundo
Reply to  Marcos
3 anos atrás

Agora achei: http://ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/190802_atlas_da_violencia_2019_municipios.pdf
Outra idéia: algum índice sobre o sistema de saúde pública do município. São poucas mas existem cidades onde vc consegue se virar sem plano de saúde. Bom trabalho !

Anônimo
Anônimo
3 anos atrás

Ola,gosto muito de cidades no Sul de Minas,Norte do Paraná e Abc paulista.aproveitando poderia faze uma versão internacional?

Anônimo
Anônimo
Reply to  Anônimo
3 anos atrás

Acho que uma versão internacional ficaria mais pro André, eu talvez possa fazer uma versão latinoamericana 🙂

Libertas Quae Sera Tamen
Libertas Quae Sera Tamen
3 anos atrás

Tema muito importante e excelente planilha!
Morei por 10 anos em Bento Gonçalves e sempre vou recomendá-la, lugar muito bom pra se viver(se suportar frio, claro!).
Ano passado fui a Jaraguá do Sul e fiquei bem impressionado, tem a cara e o tamanho de cidade que me agrada. Único porém são os constantes alagamentos em época de chuvas, por isso vale a pena cuidar bem ao escolher um imóvel por lá. Grande abraço a todos!

Maicon
Maicon
3 anos atrás

Olá Andre, acompanho seu blog há mais de ano e gosto muito do seu trabalho, e fiquei com a impressão de que este guest post ficou meio confuso…
O ponto principal do artigo está discretamente posicionado em dois links que abrem uma planilha confusa, com dados meio “jogados”, enquanto todo o corpo do artigo trata de explicações sobre os tópicos abordados, apenas com dados quantitativos, nenhum aspecto qualitativo foi levantado pelo autor…
Uma organizadinha na disposição das informações e uma apresentação formatada num padrão de blog daria um apelo muito maior aos leitores. Grande abraço!

Fernanda
Fernanda
Reply to  Maicon
3 anos atrás

Ia comentar exatamente isso Maicon , ficou confuso. Pra quem lê no celular então ficou quase impossível ver a tabela em detalhes.

Fernanda
Fernanda
Reply to  André
3 anos atrás

Obrigada pela resposta André.
Achei difícil ver a planilha num todo, abro no pc e deu pra ver.

Marcos
Marcos
Reply to  Fernanda
3 anos atrás

Então, Fernanda, o texto apenas reflete a construção de um modelo de indicação de cidades personalíssimo. O resultado refletirá as preferências de cada um por tais ou quais indicadores, então o texto é mais uma reflexão geral sobre este exercício e sobre as diversas possibilidades de estilo de vida proporcionadas por um formato de semi-aposentadoria.

Maicon
Maicon
Reply to  André
3 anos atrás

Com essa sugestão, acredito que daria uma boa postagem de blog um ranqueamento em ordem de atratividade de cada cidade, digamos um Top 10 das localidades que melhor atendem os critérios pesquisados pelo autor. Em vez de ter apenas uma linha numa planilha para informar sobre cada opção, pode ser usado dois ou três parágrafos no corpo do artigo para elencar os principais aspectos de cada cidade,os fatores que a levaram a tal posição e uma foto para ilustrar. Naturalmente são decisões em que cada pessoa atribuiria um peso diferente para cada quesito, mas já torna a leitura muito mais… Leia mais »

Marcos
Marcos
Reply to  Maicon
3 anos atrás

Então, Maicon, o texto apenas reflete a construção de um modelo de indicação de cidades personalíssimo. O resultado refletirá as preferências de cada um por tais ou quais indicadores, então o texto é mais uma reflexão geral sobre este exercício e sobre as diversas possibilidades de estilo de vida proporcionadas por um formato de semi-aposentadoria.

Scant
Scant
3 anos atrás

Muito obrigado!

Acumulador Compulsivo
3 anos atrás

Muito legal o estudo!!! Este blog está sempre trazendo muita coisa relevante.
Inclusive André, mencionei você e o blog em um artigo essa semana.

Depois dá uma olhada lá. Um abraço!
https://www.mundodomarketing.com.br/noticias-corporativas/conteudo/233333/blogueiros-de-financas-relatam-suas-jornadas-rumo-a-independencia-financeira

Acumulador Compulsivo
Reply to  André
3 anos atrás

Não sou não. Mas tenho uma técnica para publicar alguns artigos em sites importantes, =).
Uso bastante no âmbito dos meus projetos pessoais e me trás um bom retorno.
Depois me manda um e-mail e trocamos ideia.
Um abraço, Stark.

Marcos
Marcos
Reply to  Acumulador Compulsivo
3 anos atrás

Fico feliz que tenhas gostado, Acumulador!

Mateus
Mateus
3 anos atrás

Tive a oportunidade de morar em todas as regiões do Brasil, experimentando os encantos e desafios de cada 01 deles. Como comentado no texto, o uso da planilha com dados socioeconômicos ajuda na elaboração do roteiro e deveria ser utilizado como suporte. A escolha da cidade vai depender do estilo de cada um e quando necessariamente precisa ser compatível. Algumas opções minhas por regiões nas quais conheci melhor: Norte: Santarem (PA) Ponto Forte: Natureza e Custo de Vida Baixo Nordeste: Parnaíba (PI) Ponto Forte: Natureza e Custo de vida baixo Centro Oeste: Campo Grande(MS) Ponto Forte: Segurança Sudeste: Ouro Preto… Leia mais »

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