Muito tem acontecido desde o último post: em casa temos passado por uma crise gigante na qual não tínhamos como pagar a luz, incerteza absoluta do futuro, preocupação sobre como seguiríamos, segurança de que tudo iria bem, incertezas novamente e…vida.
Quando terminamos 2021, em casa ninguém tinha trabalho seguro para 2022. Meu marido autônomo estava sem muitas opções e eu esperando para ver como se desenvolviam as turmas da minha escola. E aconteceu uma coisa muito inesperada: meu companheiro arruma um emprego, e eu me encho de alunos particulares.
Um mês antes tínhamos feito a inscrição das crianças numa escola particular da região tendo a esperança de arrumar emprego: as vagas da escola pública não tinham aparecido ainda e como já falei num post anterior, não negocio nem com saúde nem com educação. Então dependíamos muito de poder arrumar trabalho. A nossa reserva financeira cobria apenas 6 meses de educação das crianças.
Mas uma coisa ainda mais estranha aconteceu: após semanas de entrevistas, arrumei um emprego fixo. E meu companheiro descobriu que a empresa onde trabalhava era muito boa, mas os funcionários não passavam os três meses de permanência. Então, sabíamos que o fim do emprego fixo dele estava acabando. E acabou como antecipávamos.
Para manter meu emprego fixo, tive que deixar os alunos particulares. Só fiquei com dois e uma turma na escola. Basicamente não tenho vida. Trabalho das 7 às 21:00 e duas horas no sábado. Mas sei que é uma fase e, apesar de estar com 43 anos, descobri que tenho (ainda mais) coisas para aprender sobre educação graças ao meu novo emprego. Desisti por enquanto de apresentar a minha tese de pós-graduação (o que significa que tenho que refazer a pós) e acabo de mandar um e-mail agradecendo a bolsa que me deram para estudar outra pós em uma faculdade pública do meu país, pois não tenho tempo para nada.
Mas estamos arrumando as coisas por aqui. Então, para que você escreve se ainda não está falando de finanças? A resposta pode estar no texto “Por que blogar” do André mas também, neste mesmo post.
Aquilo que você fez no passado
Tempos atrás comentei que estava fazendo um desafio chamado “52 semanas de economia”. Em algum comentário alguém disse que era uma bobagem de autoajuda ou algo assim, mas, para mim, era uma forma de me policiar e ter uma constância financeira que não tinha. Fiquei um pouco chateada inclusive, porque eu não leio livros de autoajuda e me surpreende até hoje que as livrarias coloquem esse tipo de livros em destaque. Mas enfim, para mim era uma questão de constância.
Parei com o desafio quando a comida e as contas ficaram mais importantes, mas o que ficou hoje daquele desafio foi um total de R$ 582,45 colocados no PicPay. E sabe o que mais? A empresa onde trabalho está me mandando para meu país e me deu a chance de ficar, nessa viagem, mais dias para ver a minha família (com os gastos pela minha conta, claro). Minha família não é da capital, nem de nenhuma cidade importante; a viagem dura pelo menos cinco horas da capital até lá e pelos dias livres que eu tenho (pagos com horas extras feitas) era melhor eles viajarem para a capital.
Adivinhem quanto me custou o AirBnB? Pois é! Esse valor! Então essa economia feita graças ao desafio de “autoajuda” como foi chamado anteriormente, hoje está me permitindo ver à minha família que não vejo faz três anos, a maior ausência em minha vida. O VVI tinha falado sobre fazer uma poupança para viagens e meio que pensei nisso com o desafio pois sabia que eventualmente, a pandemia ficaria mais leve.
Por isso é importante você ter um plano, mesmo que não seja o ideal. Eu tinha pensado em colocar X quantidade de dinheiro em algum lugar e o fiz, mesmo com a situação muito difícil, mas não encostei nesse dinheiro pois queria que fosse um dinheiro para momentos especiais.
E para que você escreveu este post?
Para dizer coisas simples, mas que as vezes esquecemos:
Tenha metas. Tenha planos. Ajuste-os conforme a vida acontece. Mas não desista. Continue. Aprenda. Se informe. Tem muitas circunstâncias que podem não ser favoráveis para seus planos. E esse é o caso para se ajustar as velas.
É aí que tem que revisar aquilo que você imaginou seria o ideal. Pois a vida não é ideal. Mas você pode fazer tudo o que puder para se aproximar dele.
PS: Acabo de ver que nós somos classe econômica D no Brasil. Entre dois e quatro salários-mínimos. Mais um motivo para se planejar pois com certeza o futuro não é brilhante para quem pretende depender do INSS!
A partir do final de março de 2020, esse blog passou a ter mais de um autor. Seu nome aparece sempre abaixo do título da postagem. Cuidado para não fazer confusão 🙂
Veja a nova ideia editorial e acesse seus perfis nessa página.
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