Semana passada li o último artigo do André sobre inflação do estilo de vida e fiquei imaginando como outros hábitos familiares devem estar sendo alterados com a pandemia da Covid-19.
Eu já havia lido tempos atrás um artigo que mostrava a mudança dos hábitos orçamentários dos americanos na última década. Elas se pareceram muito com a mudança citada pelo André em seu artigo, muito voltada pelo uso mais intenso da tecnologia.
Será que a pandemia pode acelerar ainda mais essa tendência?
A mudança nos hábitos orçamentários das famílias americanas na última década
Quando analisamos as mudanças que ocorreram na última década, vemos como os serviços digitais estão na frente na alteração de comportamento das famílias americanas. A mudança que elas estão fazendo em seu orçamento são profundas. Veja o gráfico abaixo.
A despesa de TV a cabo caiu drasticamente, enquanto a assinatura de serviços de streaming, como Netflix ou Prime Amazon, aumentaram muito. O mesmo movimento é observado para o aumento de serviços de streaming de músicas. Observe que compras físicas relacionadas ao setor, como CDs ou DVDs, também caíram acentuadamente.
Os serviços de streaming estão fazendo as pessoas a consumirem menos em serviços onde seja necessário o deslocamento, como a ida aos cinemas ou em concertos. Veja que a tendência apresentada no gráfico é até 2019. Devemos esperar que, com a pandemia de 2020, essa tendência será acentuada?
Antes, vejamos que a tendência de “ficar em casa” não se restringe apenas à indústria de entretenimento.
Em relação à alimentação, essa tendência já existia na última década. Os entrevistados revelaram que estão ansiosos para cozinhar mais em casa, controlando melhor seu orçamento. As compras de supermercado tiveram um aumento de prioridade de 68% em 2010 para 80% em 2019, enquanto que o fast-food caiu 8 pontos ao longo da década para 6%. Os restaurantes caíram 5 pontos: de 15% para 10%.
Aceleração de mudanças de hábitos com a pandemia
Uma outra pesquisa, realizada no meio da pandemia, mostrou que a maioria das tendências continua. Além disso, observou uma tendência de longo prazo na mudança nos hábitos de gastos familiares: 47% dos americanos disseram que perceberam que não precisam gastar tanto dinheiro com refeições fora de casa. Será que isso criará uma alteração definitiva nos percentuais das despesas do orçamento das famílias?
O mesmo é observado na indústria de entretenimento: mais de um terço dos entrevistados (37%) disseram que não sentem mais necessidade de gastar dinheiro para ir ao cinema e 28%, para acompanhar shows de música ao vivo.
Resumindo, as áreas que receberão menos despesas dos americanos são:
- Fazer refeições fora de casa (47%)
- Assistir a um filme no cinema (37%)
- Ir assistir um show de música ao vivo (28%)
- Mensalidades de academias (27%)
- Roupas (26%)
O que a pesquisa mostrou também, é que as pessoas planejam um escalonamento de hábitos de consumo que envolvem o gasto com coisas mais voltadas a si mesmas, e não para agradar os outros.
Quase metade dos entrevistados (44%) respondeu que vão se sentir menos pressionados a gastar para manter as aparências. Seria isso um efeito colateral benéfico da pandemia? Cerca de 37% disseram que vão analisar de perto suas finanças e checar se a redução de despesas pode ser mantida após a pandemia. Quase um terço disse que vão iniciar um orçamento mensal.
Felizmente, isso não é um hábito que vem ocorrendo apenas em função da pandemia. Lembram da pesquisa anterior? Veja o que ela mostrou na última década:
Já havia uma tendência de as famílias largarem a mania de controlar o orçamento apenas “pela cabeça” e usar mais planilhas eletrônicas e apps para tal controle. O percentual de pessoas que ignoravam um orçamento caiu mais do que a metade.
Será que a pandemia, então, está apenas acelerando um processo que já vem ocorrendo ao longo do tempo? Será que os próximos anos mostrarão que as pessoas serão mais cuidadosas com seu dinheiro, usando-o preferencialmente para suas reais necessidades e para o que é importante apenas para elas mesmas?
Vamos acompanhar. O tempo dirá! Eu, aqui, junto da minha família, estamos fazendo grandes progressos em reduzir esses hábitos de consumo. A TV a cabo já ocorreu há um bom tempo, O segundo carro, idem, já foi embora. E estamos sobrevivendo. Ainda estamos em evolução. Sucesso para você!
A partir do final de março de 2020, esse blog passou a ter mais de um autor. Seu nome aparece sempre abaixo do título da postagem. Cuidado para não fazer confusão 🙂
Veja a nova ideia editorial e acesse seus perfis nessa página.
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Bom dia André e Bansir, acredito que esse site seja um oasis no deserto. O conteúdo encontrado aqui e rico e seleto. Obrigado pelas experiências dos senhores, paz, saúde e prosperidade para todos nós.
Obrigado, Sr. Foda!
Tudo de bom para você também! Boa semana!
Ótimo post Bansir.
Interessante o estudo, muitas coisas já mudaram, outras estão mudando e continuará. Assim caminha à humanidade… Infelizmente algumas coisas serão para benefícios e por outro lado algumas, digamos assim, para serão para possíveis malefícios. Como o Renato bem comentou abaixo.
Enfim, cabe a nós tentarmos aproveitar ao máximo o que vier de bom e tentar equilibrar e diminuir, dentro da realidade de cada um, os possíveis malefícios.
Forte abraço!
Triste, muito triste a tendencia das pessoas ficarem em casa. J’a era triste antes, agora com este virus chines s’o piorou. Nao ha interacao, nao ha conversas, nao da fator humano, viramos robos presos dentro de casa conectados pela rede que nos controla. Grim outlook for mankind
Ta aí, Renato! Nessa concordo contigo!
Matrix…