Com quais premissas financeiras os nômades digitais devem se preocupar mais para alcançar sua independência financeira?
Olá pessoal! Novamente, em função do escasso tempo para dedicar-me a artigos novos, acolho mais um pedido de guest-post aqui nesse espaço. É um texto com conceitos básicos de gerenciamento financeiro, voltado aos nômades digitais.
Lembro que aceito apenas textos que possam ser úteis ao público, sem acordos financeiros. A troca envolve apenas um link para o site do editor em troca de um texto de acordo com os padrões do blog.
Dessa vez, deixo com vocês um texto de Margareth Krinsk, editora do site A Melhor Escolha.
O último ano expôs de forma clara quanto o inesperado pode se tornar possível, e como mudanças de mentalidade, comportamento e o exercício da flexibilidade são diferenciais cruciais para continuar seguindo em frente.
O impacto gerado por meses de pandemia mudou o pensamento de muitas pessoas em relação às finanças pessoais. Para muitos, tanta incerteza econômica e volatilidade do mercado de trabalho têm sido uma oportunidade para analisar o que pode ser melhorado. É a oportunidade de traçar planos para um futuro com maiores chances de alcançar uma independência financeira.
E, se tempos como esses incrementaram a possibilidade de que o planejamento financeiro passasse a fazer parte do vocabulário dos trabalhadores mantendo sua saúde financeira, para os nômades digitais planejar despesas é ainda mais importante comparado aos demais, uma vez que a renda pode sofrer grandes variações mensais.
Mas afinal o que são os Nômades Digitais?
Os nômades digitais tem na tecnologia a base para realizar suas atividades profissionais, pois ela permite o trabalho remoto. Portanto, um nômade pode estar em qualquer lugar do mundo, desde que tenha conexão à internet. Qualquer profissional pode se tornar um nômade digital e muitos começam trabalhando como freelancer.
Então, se o seu trabalho oportuniza a liberdade de trabalhar de forma remota, independente e permite estar conectado a um computador e não atado a uma mesa, você possui a oportunidade de ser um nômade digital. E é importante considerar algumas considerações financeiras para colocar na balança.
Logo de início, é preciso saber onde você está e entender onde quer ir, para descobrir qual o melhor caminho a ser seguido.
O primeiro passo para construir a sua liberdade financeira, começa com a necessidade de organizar as suas finanças, e dar a prioridade certa para suas despesas, através de um bom orçamento. É entendendo seus gastos que você vai conseguir tomar decisões sobre o destino de seu dinheiro.
Para os nômades digitais, seja um freelancer ou alguém contratado por uma empresa, o orçamento relaciona-se com dois pontos básicos: o que você ganha e o que você gasta. Não é tão complicado, e talvez nem tão simples elaborá-lo, uma vez que planejar finanças pessoais não é um hábito muito comum em nosso país.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, já revelava que em dezembro de 2019, antes da pandemia, o percentual da população endividada chegava a 65,6%, o que colaborou para a transformação da tempestade perfeita para muitas pessoas”
Sobre ter um orçamento
Como a sua renda pode sofrer variações mês a mês, verifique seus ganhos nos últimos 12 meses, e, com base na média mensal, planeje adequadamente as despesas do seu orçamento. Dessa forma, você não corre o risco de gastar além do que recebe, e vai conseguir economizar um dinheiro a mais, nos meses em que a renda for maior do que o previsto.
É muito fácil ser atraído pelo impulso consumista e muito difícil não acabar o mês com gastos supérfluos. Por esse motivo, ter uma planilha de gastos é o ideal. Além de facilitar para você conseguir uma visão abrangente, sobre seus recebimentos e despesas. Ela vai auxiliar no controle do seu orçamento, nos ajustes que precisam ser feitos, e deixar claro onde é possível economizar.
Nessa planilha estarão incluídas as despesas que são essenciais no seu dia a dia, todo o mês. Como exemplo: alimentação, luz, água, internet, telefone, despesas com aluguel, combustível, seguros, cartões de crédito, empréstimos, e outros itens que fazem parte do seu cotidiano. Não ignore pequenos gastos, eles quando somados podem te surpreender.
Não esqueça: não é o seu conhecimento em finanças que vai fazer o seu orçamento dar certo. Mas o quanto você está disposto a se comprometer, com a meta de gastos que for estabelecida. Ou sua renda deve se adequar às suas despesas do dia a dia ou suas despesas devem se adequar à sua renda: não será possível de outra forma. Sem ter controle sobre o seu dinheiro, qualquer planejamento colocado em prática vai falhar.
Economizar, quando existe flutuação de receita, é fundamental. Isso é imprescindível para “realizar sonhos”, seja a compra da casa, do carro ou uma viagem. Tudo fica mais rápido e muito mais plausível, se estiver atrelado a sua capacidade de juntar dinheiro. Do lado oposto, tudo fica muito complicado e distante, esperando pela sorte ou então, acertar na loteria.
Quando você economizar em compras e despesas, é possível poupar dinheiro e investir de forma inteligente. Para um nômade digital um fundo de emergência é extremamente importante e uma carteira de investimentos é a oportunidade para construir sua liberdade financeira.
Como fazer um fundo de emergência
Ter uma reserva de emergência é importante para qualquer pessoa que faz planejamento financeiro quando se trata de nômades digitais, e é preciso estar sempre preparado para o inesperado. Esse fundo pode ser a diferença entre a tranquilidade de se antecipar e resolver o imprevisto, ou a sina de arriscar e pagar os juros exorbitantes de um empréstimo e do cartão de crédito.
O seu fundo de emergência pode ajudar a cobrir uma simples despesa que não estava programada no final do mês. Como também, ajudar com gastos de saúde ou caso ocorra alguma mudança relacionada a sua profissão.
Esse dinheiro pode ser mantido em uma conta poupança, ou em aplicações de prazo mais curto, que permitam liquidez e facilidade de resgate, para sacar quando for preciso. Bancos digitais, em função das tarifas inexistentes para fundos pós-ficados, são ótimas opções para quem é nômade digital. Você tem opções de investir facilmente e rapidamente, em título do Tesouro Direto ou um Fundo de Investimento de renda fixa.
É importante considerar, que diferente de uma carteira de investimentos, essas aplicações para reserva de emergência, não tem como foco serem altamente rentáveis. Elas visam proteger seu dinheiro, com rendimentos que cubram, ao menos, a taxa básica de juros.
Qual o valor para sua reserva de emergência?
O valor do seu fundo de emergência, deve levar em conta que seu trabalho pode ter remuneração variável, e, por segurança, uma reserva maior será sempre bem-vinda. No entanto, é essencial estabelecer metas realistas. Caso contrário, é muito frequente iniciar o planejamento financeiro e não avançar em estruturá-lo em sua rotina.
Segundo a XP Investimentos, a conta que você deve fazer para chegar no melhor número dessa reserva é multiplicar por 6 os seus custos mensais. Sendo assim, se suas despesas mensais, por exemplo, são de R$1.000,00, sua reserva de emergência será de R$ 6.000. E para alcançar esse valor, você vai estabelecer uma quantia a ser poupada por mês.
Essa reserva vai permitir manter cobertas as suas despesas mensais por 6 meses. Mas você pode construir seu fundo de emergência com metas menores. Inicie o fundo com R$ 1.000 e depois dedique-se para aumentar o valor da sua reserva. O mais importante é conseguir fazer depósitos regulares nesta conta e criar o hábito de guardar dinheiro. Procurar se programar, e não deixar de cumprir essa programação. E fazer revisões constantes dos seus valores e das suas metas, para o seu dinheiro crescer.
Com relação a quanto você vai precisar poupar mensalmente para alcançar o valor que o seu fundo precisa ter, é necessário entender quanto você ganha e gasta, e, a partir disso, calcular o valor que você consegue guardar mensalmente. A planilha de orçamento, vai simplificar esse entendimento, e ajudar nessa poupança.
O que não pode ser esquecido? Que essa reserva para emergência é para – emergências!
Como você pode ser tentado a usar algum recurso do seu fundo para algo que não é prioridade, estabeleça critérios de como o dinheiro pode ser usado, e seja fiel a eles. O que é bom lembrar? Sempre está em tempo de começar uma reserva financeira, e claro, melhor não esperar muito.
Você está pensando em independência financeira?
Então, é hora de dar um passo adiante, e considerar uma carteira de Investimentos diversificada. Analisar aplicações mais rentáveis do que somente manter o dinheiro na poupança ou fundo de emergência.
É fácil observar que, cada vez mais, é possível encontrar centenas de dicas, vídeos, artigos e cursos relâmpagos para investidores iniciantes na internet. Mesmo para os nômades digitais, a melhor escolha, quando se trata de investir seu dinheiro, é buscar orientações com quem conhece o mercado, e passou a ser referência no segmento. Ou seja, obter informações financeiras de qualidade, e ter consciência que esse é um mercado de médio e longo prazo. Investe-se para um benefício futuro, como observa o Head de Educação Financeira da XP Investimentos, Thiago Godoy: “É preciso tempo, é preciso paciência, é preciso consistência para investir”.
O número de investidores pessoas físicas na Bolsa de Valores do Brasil (B3) cresceu expressivamente de maio de 2019 a novembro de 2020, passando de 1 milhão para cerca de 3,2 milhões de pessoas. A pesquisa da B3 revelou que as pessoas estão percebendo que investir em produtos da bolsa de valores não é somente para quem tem muito dinheiro.
Se por um lado, muitos investidores se mostram mais maduros em relação aos investimentos em renda variável, um número muito grande de pessoas tem se deixado levar por promessas de ganhos expressivos, de forma fácil e rápida, como mostra a demanda de cursos de day-trade, por exemplo. Muitos, entretanto, seguem o caminho correto, com o investimento em boas ações, fundos imobiliários e ETFs.
As operações day trade, em que o operador aproveita a volatilidade do mercado para comprar e vender ações no mesmo dia através de uma plataforma online, tem feito muita gente perder dinheiro na bolsa de valores. Investidores iniciantes, com pouco conhecimento, entram nesse mercado, em que a estratégia demanda de muito conhecimento e o risco de prejuízo é extremamente alto, para operar de forma independente. Muito disso se deve, à desinformação ou à informação enganosa disponibilizada na web.
Plataformas de investimentos e bancos digitais, disponibilizam muito conteúdo educativo relevante, voltado tanto para investidores iniciantes como mais experientes. São artigos, cursos, palestras, presenciais e online. Conteúdo sério, que realmente visa ajudar quem quer entrar nesse mercado. É necessário esse aprendizado diário.
Plataformas de Investimentos como XP Investimentos, Ágora Corretora, Órama Investimentos, são bons exemplos. É importante também, conhecer um pouco mais sobre os bancos digitais, que oferecem investimentos em suas plataformas, entre várias opções, temos: Next do Bradesco, Banco Inter e Nubank. Essas instituições aproximam você de assessores especializados em mercado de investimentos. Confira a comparação no site do A Melhor Escolha.
Para começar a investir
Estabeleça seus objetivos para definir o valor que será investido. E você pode começar investindo pouco. Segundo pesquisa da B3, o valor médio da primeira aplicação de quem está entrando na Bolsa de Valores, é de R$ 1.622, e 30% dos iniciantes entram no mercado com menos de R$ 500.
Você pode iniciar no mercado financeiro com investimentos no Tesouro Direto a partir de R$ 30, Fundos Imobiliários a partir de R$ 10, Ações a partir de R$ 3, Fundos de Investimento a partir de R$ 100.
Identifique o seu perfil de investimento, que basicamente são três:
- Conservador: procura investimentos seguros, evitando correr riscos.
- Moderado: a segurança é importante, mas está disposto a assumir algum risco.
- Agressivo: está disposto a correr riscos mais altos, visando maior retorno.
Escolha entre ativos de Renda Fixa e Renda Variável.
Por que uma carteira de investimentos é importante? Por causa da diversificação.
Quando você diversifica seus investimentos, consegue equilibrar melhor os rendimentos. Dessa forma, quando um ativo tem um desempenho menor, outro pode compensar esse resultado.
Renda Fixa: Tesouro Direto, CDB, LCI, LCA, Letras de câmbio, debêntures, CRI, CRA e ETFs de renda fixa.
Renda Variável: Ações, Fundos Imobiliários, ETFs de renda variável.
A sua carteira de investimentos, pode ser composta por um percentual de investimentos em renda fixa, e outro em renda variável: como Tesouro Direto e Fundos Imobiliários, por exemplo.
São muitas as opções para você investir. É preciso ter em mente, que um especialista na área vai trazer mais segurança e assertividade. O fundamental é escolher o ativo certo.
Uma dica final: faça o teste do pudim
Pode andar meio esquecido, pode ser meio antigo, mas indiscutivelmente – é eficiente.
“The proof of the pudding is in the eating.”
Só a experiência comprova. Ou seja, teorias e argumentações, precisam passar por confirmações práticas. “É comendo que se prova o pudim.”
Nômades Digitais, bem-vindos ao Mercado de Investimentos!
Nota: apesar de o texto ser dirigido aos iniciantes em finanças pessoais, gostaria de comentar dois pontos para aprofundamento:
1) Eu considero tanto o perfil de investimento como o perfil de investidor (não comentado no texto), extremamente importantes. Para entender a diferença, acesse esse texto;
2) Eu considero imprescindível também, o pilar de câmbio para criar uma carteira de investimentos. Acesse meu texto sobre Alocação de Ativos para descobrir como construí-la de forma detalhada.
Explore mais o blog pelo menu no topo superior! E para me conhecer mais, você ainda pode…
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… ou adquirir um livro que reúne tudo que aprendi nos 20 anos da jornada à independência financeira.
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