Dias 84 a 86 da viagem: Koh Samui e Surat Thani, Tailândia


Relato da viagem à Koh Samui, ilha no golfo ao sul da Tailândia, próximo à praia de Chaweng. Sol, lindas praias e paisagens.


Como relatei no post de Chiang Mai, a viagem até Koh Samui foi muito cansativa, e o cansaço impediu de certa forma a apreciar essa travessia norte-sul do país, com mais de 1.400 km de distância. A interferência desse cansaço foi um elemento adicional nesses dias, bem como escrevi no post “Viagens: o elemento esquecido”. Talvez deveria ter ido contra meus critérios de viajar lentamente e ir pelo ar, estrada rápida que estou deixando apenas para distâncias maiores ou travessias oceânicas (até agora foram “apenas” 7 vôos e existe uma programação de mais 7 até eu chegar na Europa de novo).

Koh Samui: águas verdes e cristalinas
Koh Samui: águas verdes e cristalinas

O fato é que, em Koh Samui eu estava em uma das ilhas com algumas das praias mais belas da Tailândia, e precisava escolher entre conhecer muita coisa e não curtir (a ilha é relativamente grande – uma volta completa pela estrada de carro levaria umas 3 horas, sem paradas) ou manter-me em um pequeno trecho e relaxar a mente desfrutando de algumas de suas belezas naturais. Escolhi a segunda opção, propondo-me ficar duas noites antes de partir para o lado oeste do litoral da Tailândia.

Koh Samui é uma das ilhas no Golfo da Tailândia e possui uma estrutura urbana bem desenvolvida, totalmente voltada para o turismo. Os preços praticados na área de serviço, como hotelaria e restaurantes são ao menos o dobro de Bangkok ou Chiang Mai. Mas ainda aceitáveis para os padrões brasileiros. Cheguei na ilha através da cidade de Surat Thani, servida pela malha ferroviária do país. No ticket que comprei na estação ferroviária de Bangkok, estavam incluídos o ônibus até o pier (mais de uma hora de viagem) e o ferry (mais uma hora e meia).

Na ilha, até chegar à badalada praia de Chaweng, ainda tinha mais uma hora de viagem. Mas não pensei no cansaço. Era hora do almoço, deixei as coisas no hotel (o hotel mais caro que paguei até agora desde a Europa), comi uma besteira no 7-eleven e fui conhecer a praia caminhando para o norte, devagar e com direito a alguns mergulhos. Passei ao largo da ilha privada de Koh Matlang, chegando quase ao extremo norte de Koh Samui.

Turista compra qualquer coisa...
Turista compra qualquer coisa…

As praias dessa área são fantásticas e em determinada região a inclinação do terreno é tão pequena que o nível da água é baixo até uns 50 metros de distância da costa, proporcionando um efeito visual no estilo “caminhando sobre as águas”. Trouxe lembranças de Natal (mas no caso foram bancos de areia) e nos Lençóis maranhenses, nas inúmeras lagoas da região.

Mas a grande e estúpida notícia que preciso declarar é que eu tirei inúmeras fotos desse dia, incluindo a viagem de ida no ferry e perdi todas as fotos… Fiz o backup na primeira noite em Koh Samui, separando por pastas, as cidades. Mas havia copiado apenas as fotos de Chiang Mai e Bangkok. E enfim, formatei o SDcard da câmera. Besteira feita, paciência. Todas as fotos que estão no Google Photos são do segundo dia na ilha. Infelizmente, perdi algumas muito belas do dia anterior…

Um pouco de isolamento onde ninguém chega
Um pouco de isolamento onde ninguém chega

No segundo dia conheci a parte sul. Fui quase até Lamai Beach. Essa área mostrou uma presença maior de áreas rochosas e algas. Foi necessário atravessar uma área considerável de rochas para poder manter-se ao lado do mar, sem ir ao asfalto. Foi o único lugar que fiquei sem a presença de pessoas.

Estamos na Tailândia em alta temporada, e a ilha estava apinhada de turistas. Mas turistas não se aventuram em lugares difíceis… Assim, curti um pouco a ausência da cidade, sentado de frente ao mar, ouvindo e sentindo  as águas solaparem-se contra as rochas, observando a enorme quantidade de caranguejos que se escondiam a qualquer movimento que eu fizesse.

Com mais alguns minutos de caminhada, entretanto, avista-se novamente a cidade, com seus vários condomínios, hotéis, bares e restaurantes, atendendo a demanda de um mundo ávido pelo consumo nos paraísos naturais. Ao final da área rochosa, existe um bonito ponto de observação onde do alto, podemos ter uma visão melhor sobre toda a baía de Chaweng.

Pescadores locais em Koh Samui
Pescadores locais em Koh Samui

A ilha porém, ao menos a área próxima à praia de Changeng, não fornece muita possibilidades de apreciação da cultura local. Praticamente tudo é voltado aos turistas. Embora saiba que na ilha existam alguns templos budistas, eu não encontrei nenhum na minha caminhada, apenas um local em um mirante onde haviam algumas imagens de devoção. Alguns pescadores locais também surgiram no caminho, mas não sei se para fornecer alimentação a si próprios ou para os restaurantes.

Isso não é uma crítica. Escolhemos o que visitamos e essa é uma característica da ilha. É um lugar para apreciar belezas naturais e relaxar, sem aspirações para conhecer a cultura local. De certa forma, esse ambiente acaba sendo incorporado aos poucos na própria cultura do país, através das influências dos visitantes, o que torna a liberdade de expressão e escolhas componentes vibrantes no progresso e desenvolvimento da humanidade, como comentei no artigo “A expressão dos locais”.

Detalhe: luminárias da "vovó"!
Detalhe: luminárias da “vovó”!

O retorno para o próximo destino teve o mesmo trajeto. Um “ônibus” tuk-tuk para chegar ao pier, o ferry até o pier Don Sak no continente, mais um ônibus para Surat Thani e um outro ônibus, bem estilo tailândês a Krabi. Mais dez horas de viagem no total. A viagem final de ônibus, entretanto, foi tranquila.

A Tailândia possui uma boa estrutura de estradas, embora nessa região tínhamos que passar internamente às cidades, que não deixam de ter curiosidades para observação.

Andar de transporte público nesses países é ver além do que um viajante normalmente vê. É conhecer o país além de suas atrações turísticas. É conhecer mais da cultura real de um país. É uma forma de aprimorar nossa inteligência cultural, além de presenciar inúmeras curiosidades: novamente, como na Índia, eu presenciei cinco pessoas em uma motocicleta. E novamente, não fui hábil para poder tirar uma foto dessas particularidades… Quem sabe consigo novamente no Vietnã?

Continue agora por outras e a mais famosa ilhas da Tailândia, em Krabi e Koh Phi Phi.

Veja todas as fotos de Koh Samui no Google Photos ou então, as melhores fotos da Tailândia no álbum do Pinterest.

As postagens dos roteiros e também dessa aventura que começou na Europa, passou pela Ásia, retornando ao velho continente, estão na página da viagem de 205 dias à Ásia.
Veja mais viagens e reflexões de viagens nessa página.

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