Relato de viagem a Krabi, Au Nang e ilhas de Koh Phi Phi. Cenários paradisíacos na Tailândia, dignos de total relaxamento.
Após ter conhecido Koh Samui, uma das ilhas do lado leste da Tailândia, fui a Krabi, uma cidade que fica na margem oeste do litoral do país banhada pelo estuário do Rio Krabi e do Mar de Andaman.
Krabi é a capital de uma província que inclui o vilarejo de Au Nang (onde fica a melhor praia da cidade) e das ilhas de Koh Phi Phi, imortalizadas no filme “The Beach”. A cidade é bem organizada, bonita e possui uma ótima infraestrutura, apesar de possuir menos de 30mil habitantes. Possui um grande e bonito templo na área central da cidade, e mescla grandes oportunidades de compras e alimentação junto aos locais, como também um razoável shopping center no centro. Não possui, porém, uma praia para passar um período do dia. Praia decente, apenas em Au Nang, um subdistrito da cidade.
Cheguei no final da tarde e jantei no Mercado Noturno, em frente ao rio. Experimentei uma típica panqueca de banana e aproveitei para começar a fazer uns experimentos de preços nas agências turísticas para um pacote para Koh Phi Phi e a ida de van para a Malásia. Para finalizar a Tailândia, decidi pagar algo mais em um transporte para turistas ao invés de ficar pegando ônibus locais. Ter um pouco mais de conforto e não usar tanto do meu tempo em trocas de transportes.
No dia seguinte, fui a Au Nang. O ônibus local, que, como Koh Phi Phi nada mais é do que uma pick-up adaptada, leva 20 minutos para lhe deixar em frente à praia. A praia é bonita, tranquila, com alguma movimentação turística e cheia de barcos que dali partem para as ilhas mais badaladas. Mas não tem nada de muito destaque. Lugar mais para relaxar do que apreciar.
Eu fiquei impressionado com a estrutura do vilarejo, transformado em mais um spot turístico na Tailândia; inúmeras agências de turismo, hotéis e resorts. Procurei também aqui algumas agências para o passeio em Koh Phi Phi no intuito de comparar os preços, após uma caminhada de algumas horinhas nas duas grandes praias que abraçam as avenidas principais.
De volta à Krabi, com os orçamentos do passeio e da van na mão, apresentei-os ao gerente do hotel e o mesmo cobriu ambos. Fechei tanto o pacote a Koh Phi Phi como a van até Penang, na Malásia. Para Koh Phi Phi, apesar de ter todos os pontos negativos de contratação de “pacotes”, entendo como necessária a contratação de um serviço de agência para quem decida usar apenas um dia para conhecer o arquipélago.
Para efeito de comparação, paguei no pacote, com almoço buffet incluído, mais uns mimos durante a viagem (sucos, frutas e bolos) e empréstimo do snorkel e máscara, 1000 baht. Apenas um tickey one-way de ferry de Au Nang até Koh Phi Phi custa 300 baht. E isso para uma das ilhas. Assim, achei melhor fazer o pacote e conhecer 7 locais diferentes (mesmo com o horário controlado). Posteriormente, sempre tem a opção, já conhecendo melhor os locais, de ficar um dia em um local específico em uma viagem individual.
E as ilhas são nada mais, nada menos, do que magníficas, apesar de a indústria do turismo estar trabalhando maciçamente para sua lenta degradação. Os barcos são inúmeros, e na praia da ilha de Phi Phi Don, vila principal do arquipélago, já se nota uma água mais turva, e manchas escuras oleosas onde os barcos se concentram.
Algum lixo, gerado pelos inúmeros restaurantes, já está presente ao largo das ruas e praias. Consequências inevitáveis? Acredito que não. Não sou contra a exploração comercial dos mais belos lugares do mundo em si, mas acredito sempre que possa existir um melhor gerenciamento dos recursos e da poluição gerada. O ponto é sempre encontrar um equilíbrio entre esses dois extremos. Mas se a praia de Phi Phi Don já apresenta algum desgaste na natureza, as demais ainda mostram de forma esplendorosa suas belezas. A primeira ilha que paramos, a Bamboo Island, possui uma areia branquíssima e nas margens da água já nota-se sua cristalinidade, típica da região.
As duas próximas paradas (Loh Sama Bay e Monkey Beach) foram acompanhadas de snorkling. O barco parava a uma certa distância da praia onde podíamos cair na água e apreciar o fundo, que abriga lindíssimos corais e muitos, muitos peixes que nadavam ao seu lado sem receio. A água cristalina e o dia claro, com muito sol, colaborava para que enxergamos todo o fundo a longas distâncias, difícil de estimar.
A profundidade média que o barco parava estava em torno de 5 a 10 metros, e todo o fundo era claramente visível. Conforme nadávamos em direção a praia e essa altura diminuía, novos detalhes apareciam para admiração. Não tinha como proteger adequadamente minha câmera para tirar fotos, mas na internet há muitas para ter uma ideia das belezas do local.
Os próximos locais a ser visitados foram a Phi Leh Bay, uma baía magnífica e idílica, e posteriormente uma caverna com mais de 3 km2 com desenhos pré-históricos que lembram barcos vikings. A caverna está fechada para o público, mas habitantes chineses arriscam-se para coletar ninhos de pássaros “swift” para cozinhar uma iguaria local: sopas de ninhos de pássaros.
O almoço foi no vilarejo de Phi Phi Don, já com alguma infraestrutura, mas sem espetáculos naturais, diferentemente da Maya Beach, famosa por ter sido o local de filmagem do filme “The Beach”. Apesar de estar constantemente lotada de turistas, está bem preservada e a beleza do local mantém o visitante extasiado, com as grandes rochas guardando a entrada da baía. O passeio nas ilhas de Koh Phi Phi não foi tanto para “relax”, em virtude do pouco tempo que tínhamos para ficar em cada local (sempre menos de uma hora), mas sim para ter curtir um pouquinho e ter consciência do que existe de naturalmente maravilhoso nesse nosso mundão.
O dia seguinte foi reservado para conhecer mais de Krabi e me despedir da Tailândia. Esse foi o primeiro país predominantemente budista da viagem, e que mostrou uma infraestrutura muitas vezes melhor do que havia visto no último mês e meio, na Índia e no Nepal. Arrisco-me a dizer que ainda melhor do que a Grécia e Turquia.
É um país que vem se desenvolvendo bem rapidamente e que hoje se assemelha-se ao Brasil: ilhas de prosperidade e excelência, mas com alguma miséria ainda presente. Nos subúrbios da cidade, ao lado das linhas de trem pude presenciar moradias que assemelham-se às nossas favelas.
É um país onde a principal religião não tem um Deus, mas cujas imagens de seu guia ficam restritas aos templos, enquanto as imagens da família real estão por toda a cidade, ocupando o lugar do Deus que não existe. Um culto oficial apenas como uma doutrinação à manutenção de um poder atribuído, e não conquistado por méritos. E esse é o pior poder. As pessoas, por respeito ou medo, não gostam nem de citar o nome do rei. E isso faz-me lembrar uma frase que diz que nossos medos precisam ter nome antes que possamos bani-los. Até para recuperarmos nossa liberdade de dizer.
Vamos agora para a Malásia, em Penang.
Veja todas as fotos de Krabi, Au Nang e Koh Phi Phi no Google Photos ou então, as melhores fotos da Tailândia no álbum do Pinterest.
As postagens dos roteiros e também dessa aventura que começou na Europa, passou pela Ásia, retornando ao velho continente, estão na página da viagem de 205 dias à Ásia.
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Gostei muito dos posts da Tailândia.
Estive neste país há alguns meses e assim como vc tive um impressão muito positiva!!
Obrigado! Abraço!