A viagem à ilha hindu de Bali, na Indonésia, que teve, além de praias, templos, vulcões e cachoeiras, um voluntariado em um orfanato.
Minha ida à Bali, primeiro local na minha visita a Indonésia, criou uma expectativa considerável, em virtude da mistura de misticidade da ilha com um dos spots mais badalados do mundo, presença de diversas paisagens diferentes como praias, montanhas, vulcões e cachoeiras, e uma grande diferenciação religiosa dentro de um mesmo país, pois a grande maioria dos balineses são hindus, ao invés da maioria muçulmana no resto da Indonésia.
Mesmo assim, praticam um hinduísmo particular, com elementos de animismo, presentes desde o início do povoamento da ilha que data de muitos séculos atrás, anteriormente ao ano 3.000 a.C. A diversidade linguística está presente, assim como em toda a Indonésia.
Esse tipo de diversidade, presentes em outros países da Ásia, talvez seja um dos pontos mais intrigantes de toda minha viagem, pois a experiência que temos do Brasil, um país sem história antes dos portugueses (estou falando de história escrita, civilização, o que nunca tivemos com as tribos indígenas), colonizado de forma homogênea por todo território, é completamente diferente.
Aqui em Bali, em um espaço territorial muito menor, convivem centenas de linguagens bem diferentes uma das outras, e o governo central encampa grandes movimentos para unir os indonésios em uma linguagem nacional, o Bahasa. Leva a pensarmos muito em todas as facilidades culturais, sociais e naturais que nosso país possui, e como não conseguimos tirar vantagem disso, promovendo nossa liberdade e melhorando nosso padrão de vida.
Minha estadia em Bali foi oferecida através da rede do Couchsurfing, na cidade de Seminyak, bem próxima a Kuta, que podia ser alcançada a pé em 30 minutos, e foi uma ótima experiência, assim como as anteriores. A cidade de Kuta não fica devendo nada à maioria das cidades turísticas do mundo. Totalmente ocidentalizada, nos deixa talvez pouco à vontade em imaginar que estamos na ilha de Bali.
Repleta de nightclubs (visitei um durante a semana com 5 andares e nove ambientes diferentes – Skygarden), shopping centers, muitas lojas de artesanatos para os milhares de turistas que circulam pelas ruas em meio a um tráfego absurdo.
Indícios de presença balinesa são percebidos apenas nos inúmeros templos em terrenos particulares pela cidade. Em direção à Legian e a Seminyak, a intensidade dessas percepções são diminuídas, embora a área ainda seja considerada “central” e muitos restaurantes e lojas de artesanato ainda estejam presentes.
As praias são bonitas, o mar é limpo e o pôr do sol proporciona um belo espetáculo, mas também é só. Nada muito a acrescentar. Interessante é que a cidade, as ruas, são muito mais cheias do que as praias. Andando pela areia, não se percebe que estamos no agitado centro da ilha indonésia.
Pensando em facilitar a mobilidade, em um dos dias aluguei uma scooter, apesar de saber que aqui a licença internacional é teoricamente “necessária”, embora colegas tenham comentado que é muito difícil ser parado pela polícia. Mas como de vez em quando somos agraciados pela Lei de Murphy, aconteceu comigo. Entre vai e vem de conversas com o policial, tive que deixar 25 dólares com ele para que ele liberasse o veículo da apreensão e da multa. Corrupção corre solta por aqui.
Eu estava no começo da viagem em duas rodas, mas mesmo assim decidi continuar e arriscar. Nesse dia, visitei Ubud, na área mais central de ilha de Bali, uma cidade também bem turística com alguns importantes templos e famosa pelo seu artesanato na madeira. Fiz um caminho totalmente rural de Ubud a Sanur, guiado pelo GPS. O tráfico simplesmente desapareceu em certo momento e rodei por estreitas estradas cercadas de pequenos templos e campos de arroz. Um momento de descontração durante o dia.
A pequena estrada acabou de repente em uma grande auto-estrada, que me levaria a Sanur, uma cidade no leste de Bali, famosa por ser uma alternativa menos movimentada que Kuta. Sanur possui uma bela praia que em alguns pontos, é uma mera extensão de alguns campos de arroz. No final do dia, voltei a Seminyak por rotas nada turísticas, mas muito movimentadas, agraciado por ter ao redor a verdadeira e tradicional Bali.
No final de semana, fui convidado para uma aventura que foge totalmente dos destinos dos turistas da ilha. Junto com uma turma de amigos do Couchsurfing, cerca de 35 pessoas, fui ao norte de Bali, na Vila Pakesan, próximo à praia de Singaraja.
Durante o caminho, passamos em volta do vulcão Catur, em uma impressionante vista do monte com um grande lago ao fundo. Foi minha primeira visão de um vulcão ativo. Já em Pakesan, o objetivo era passar o resto do dia, a noite e a manhã seguinte em um orfanato local.
O grupo havia arrecadado doações de roupas e dinheiro através de vendas de rifas, além de ter planejado algumas atividades com as crianças. Como entrei de gaiato, não ajudei a organizar o evento, pois todas as atividades já estavam prontas, mas participei em algumas e na apresentação dos países para as crianças (realizada pelos estrangeiros presentes), onde fui o primeiro latino americano a aparecer por aquelas bandas. E sim, o Brasil é conhecido apenas pelo seu futebol mesmo, mais nada…
Na noite na vila, na escuridão, tive a oportunidade de ver um céu estrelado como há muito tempo não via (a última vez foi a um ano e meio na Chapada Diamantina). É uma das mais bonitas e intrigantes visões que um ser humano pode ter, que faz com que repensemos muito nossos papéis aqui na Terra (Os nobres desafios).
No retorno da viagem, domingo à tarde, passamos em um parque nacional com muitas trilhas e um grande conjunto de cachoeiras – o Air Terjun Gitgit Park. Como não tínhamos tempo, visitamos apenas uma, com 80m de altura, porém muito bonita. O spray que a volumosa quantidade de água fazia quando batia no lago e nas pedras era fortíssimo e formava belos arco-íris próximo do solo.
Como nada é perfeito, perdi meu terceiro óculos de sol desde o começo da viagem na Grécia. Por isso que não dá para investir grana nesses objetos… Na segunda-feira seguinte, voltei a Denpasar para pegar meu onibus para Probolinggo, onde um novo colega do Couchsurfing me esperava.
Próxima parada: Probolinggo e monte Bromo.
Veja todas as fotos de Bali e o voluntariado no interior da ilha da Indonésia no Google Photos ou então, as melhores fotos da Indonésia no álbum do Pinterest.
As postagens dos roteiros e também dessa aventura que começou na Europa, passou pela Ásia, retornando ao velho continente, estão na página da viagem de 205 dias à Ásia.
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