Dia 72 da viagem: Um voo do Nepal para a Tailândia sobre o Himalaia


Relato da viagem do Nepal à Bangkok sobrevoando o Himalaia, com a empresa Jet Airways.


Esse post segue a mesma ideia do post da viagem pela Saudia Airlines que foi publicado no site “Melhores Destinos” nesse link.

Himalaia: a maior cadeia de montanhas do mundo
Himalaia: a maior cadeia de montanhas do mundo

No dia do meu voo de saída de Khatmandu, ocorreu um irrompimento de greve geral na cidade. Não havia ônibus e eram poucos os taxistas que se arriscavam a trabalhar. As ruas estavam lotadas de policiais, assim como a segurança no aeroporto estava reforçada. O número de revistas que precisamos nos submeter para entrar em um avião na Ásia fez história.

Nesse dia, existiu uma revista para entrar no aeroporto, outra para entrar na área de embarque, outra para sair da área de embarque imediatamente antes de entrar no ônibus que levava ao avião e outra para entrar no avião, em uma estrutura de metal acoplada à escada de acesso da aeronave. Surreal… Placas de proibição de fotografias existem em vários lugares e, com a enorme segurança que estava no dia, resolvi nem tirar a minha câmera do bolso. Assim, comecei a fazer as fotos apenas dentro do avião.

O aeroporto de Kathmandu é pequeno, velho e feio.  O check-in foi realizado normalmente e os funcionários, mesmo que não tão simpáticos, foram eficientes, polidos e rápidos. Na área de embarque queimei minhas últimas rúpias em dois salgados, cujo preço era suficiente para uns 4 jantares em restaurantes locais. Eu não consigo entender como podem explorar tanto os viajantes em aeroportos.

Aliás, consigo sim… É porque as pessoas compram. Se todos conscientizassem em não consumir em aeroportos, os preços baixariam. Eu evito ao máximo, mas fiquei na dúvida se iria conseguir trocar facilmente rúpias nepalesas na Tailândia. E entrei na dança… O embarque começou mais de meia hora antes da saída, e com essa antecipação, mesmo com todos os processos de revistas conseguimos sair no horário.

A refeição e os ótimos talheres
A refeição e os ótimos talheres

Meu voo tinha uma escala em Delhi. O primeiro trecho ocorreu em uma aeronave Boeing 747-800 relativamente nova e muito bem conservada. O sistema de vídeo porém, estava inoperante, mas o áudio funcionava, com alguns canais ocidentais e a maioria indianos. A revista de bordo é densa e toda em inglês, o que ajuda a distrair-se durante a viagem.

A distração maior, entretanto, ajudada pela minha privilegiada localização, foi acompanhar a cadeia de montanhas do Himalaia à direita. Após ter voado acima dos Alpes e Andes em outras épocas, chegou a vez da cordilheira asiática. Impressionante a sensação, como comentei no artigo “Os nobres desafios”.

Assim, ao contrário da minha ida, tive sorte da presença da magna natureza na volta. Como o voo era relativamente rápido, o serviço de bordo ocorreu após uns 20 minutos da decolagem. E agradou: frango, batatas, torta, frutas de sobremesa, pão com manteiga com água e chá ao final. Estava mais para um almoço, portanto, mesmo servido logo após às 09 horas da manhã. E detalhe importantíssimo: faz tempo que não via talheres de metal, e de ótima qualidade, em um voo. O prazer em comer é muito maior!

Aeroporto de Delhi: magnífico!
Aeroporto de Delhi: magnífico!

O desembarque foi muito bem assessorado pelos funcionários da Jet Airways, pois para passageiros em conexão, não passaríamos na imigração indiana e o caminho era distinto. Mas claro, sempre mais uma revista… Caminha-se muito no aeroporto, pois é imenso. E magnífico, como comentei no último post da Índia.

O novo terminal foi construído para a Copa Commonwealth há dois anos atrás e não economizaram um centavo. Amplas áreas, pisos acarpetados no acesso e área de embarque, linda área de compras e esteiras rolantes durante todo o trajeto atenuam a impaciência de andar, andar e nunca chegar no seu destino. A única coisa que acho absurda é a política de não poder comprar acesso à Internet, a menos que a pessoa tenha um celular. Como eu desativei o meu durante a viagem, mesmo com dinheiro na mão não tenho direito, pois o código de acesso chega apenas por sms. Sim, celular agora é como documento obrigatório…

Vinho, uísque, vodka e suco "Tropicana" disponíveis
Vinho, uísque, vodka e suco “Tropicana” disponíveis

O intervalo de conexão foi de 2 horas e meia. E, assim como o primeiro voo, esse saiu no horário e chegou em ponto no destino. No segundo voo o avião foi um Boeing 747-900, mais velho, mas ainda bem conservado. O interessante é que o avião tinha uma qualidade inferior para uma viagem mais comprida, sem apoios de cabeça móveis e um sistema de vídeo compartilhado, através das conhecidas telinhas de LCD no teto.

Como no primeiro voo, o sistema de multimídia foi falho. No voo de pouco mais de 4 horas, passou apenas um filme indiano sofrível e o resto do tempo as telas permaneceram apagadas. Para mim em especial o voo foi muito desconfortável, pois fiquei com um assento que não reclinava, em virtude de estar à frente de uma das duas saídas de emergência. Mas são coisas que às vezes acabamos enfrentando…

No serviço de bordo, tivemos algo a mais do que no primeiro voo: inicialmente serviram bebidas, com direito à cerveja (Heineken), vodka (Smirnoff) e whisky (Red Label). Havia vinho também, mas não conhecia a marca. E claro, sucos e refrigerantes. Posteriormente, a refeição foi servida no mesmo padrão do primeiro voo, com talheres de metal de ótima qualidade novamente. Como no primeiro voo, o passageiro poderia escolher o prato vegetariano ou com frango.

A diferença maior dessa refeição foi a presença de uma massa parecida com um chowmein, mas de melhor qualidade. E um mousse de sobremesa delicioso. Em relação à tripulação, mesmo que não possa fazer grandes elogios quanto à simpatia, não tenho como reclamar. Foram eficientes e corretos.

Aeroporto de Bangkok - Tailândia
Aeroporto de Bangkok – Tailândia

A chegada no aeroporto de Bangkok ocorreu em ponto. O aeroporto é novo, imenso e muito bem sinalizado. Fiz rapidamente a imigração (brasileiros não precisam de visto, mas precisam passar pelo controle sanitário para checar o certificado internacional de vacinação da febre amarela) e quando cheguei na esteira rolante, minha mochila já estava lá. Foi fácil encontrar a saída do trem elevado que me levaria à cidade.

Diferentemente da chegada em Kathmandu, a cidade estava toda iluminada, sem racionamento de energia. Apenas quando somos privados de confortos básicos, damos o real valor aos mesmos…

Em geral, a Jet Airways agradou, principalmente em virtude da pontualidade, serviços e refeições. Ficou devendo, entretanto, um serviço multimídia melhor, como comentei anteriormente. No primeiro voo contávamos com telas individuais mas sem nenhuma operacionalização. Desperdício de investimentos. Além disso, não devemos esperar muito pelas aeronaves, que em geral, não são tão novas, como pude confirmar na revista de bordo. Os funcionários não merecem nenhum aspecto positivo e nem negativo, mas fizeram adequadamente o seu trabalho. Enfim, é uma empresa correta, mas sem grandes brilhos.

Prossiga nessa viagem, aterrissando agora em Bangkok e Ayutthaya, na Tailândia!

Veja todas as fotos desse voo no Google Photos ou então, as melhores fotos do Nepal no álbum do Pinterest.

As postagens dos roteiros e também dessa aventura que começou na Europa, passou pela Ásia, retornando ao velho continente, estão na página da viagem de 205 dias à Ásia.
Veja mais viagens e reflexões de viagens nessa página.

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Nina Rezende
Nina Rezende
11 anos atrás

Oi André!Tudo em paz depois do relaxamento geral? Pequenos detalhes (sobre os talheres de metais) que quando estamos fora de nosso habitat ou em um lugar tão diferente do nosso, com hábitos muito diferentes também e tantas outras coisas que principalmente os viajantes solos precisam se acostumar durante a viagem, por necessidade ou por não ter outra alternativa mesmo, mas, que apesar de estranharem, entram no embalo e não pensam nas outras alternativas. Melhor assim né? Mas, quando se está de frente a frente com o que se está acostumado, com certeza, faz pensar que estavam fazendo falta… Quanto estas… Leia mais »

André Rezende Azevedo
11 anos atrás

Isso mesmo Nina! Damos sempre mais valor quando há escassez de algo…

Quanto às revistas, acredito que sejam por medo de atentado mesmo. Há poucos dias atrás ocorreu um atentado a bomba no sul da Índia matando 18 pessoas, se não me engano. Eles convivem com esse medo…

Bjus!

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