Uma viagem à incrível Istambul, na Turquia. Meio europeia, meio asiática, possui maravilhosas construções como a Hagia Sophia, a Mesquita Azul e o Palácio Topkapi.
Da Capadócia e passando pela capital Ankara, cheguei a Istambul. É uma metrópole complexa, geográfica e historicamente falando. Geograficamente pelo seu relevo irregular, divisões de terra através do estreito de Bósforo e pelo seu tamanho – sua região metropolitana rivaliza com Londres em população. E é a única cidade do mundo pertencente a dois continentes.
Historicamente, pelas suas origens na antiguidade, ainda com o nome de Bizâncio e como capital de impérios culturalmente opostos, como o Império Romano-Bizantino (com o nome de Constantinopla) e Otomano. Em um período de 500 anos, foi a cidade que deu suporte ao avanço do cristianismo pelo mundo e posteriormente, após alguns séculos de decadência, foi conquistada pelos otomanos e posteriormente tornou-se uma cidade islâmica. A história da cidade é épica, vale conhecer!
Mas não vou me empolgar muito, pois em função do que comentei em Relatos de Viagem, aqui não é o espaço para a extensão do assunto. A internet já possui informações demais. 🙂
A chegada em Istambul ocorreu pela manhã, e da rodoviária, peguei um metrô à estação Aksaray (3 liras). Eu deveria fazer uma conexão para a linha de tram, mas como eu iria realizar check-in no hostel apenas ao meio-dia, resolvi ir andando para sentir a cidade no último dia do ano. O tempo estava nublado e no caminho que percorri, percebi uma cidade semelhante a uma metrópole qualquer do Brasil.
Algumas belas construções, mas com sujeiras nas ruas, um trânsito absurdo com motoristas que ignoram completamente os pedestres e alguns pedintes nas calçadas (iria achar isso um paraíso depois que cheguei na Índia). Uma visão de um maior tradicionalismo na cidade surgiu na forma de dezenas e dezenas de pescadores nas duas pontes que cruzam o canal do Chifre Dourado, que divide a porção ocidental da cidade. O principal peixe pescado aqui é o Hashi, o mesmo que comi em Bodrum, soube depois.
Até o hostel, o caminho mostrou-se difícil para pedestres, com calçadas afuniladas e inexistentes, muitas atividades de construções civis ao longo do percurso que sujam as ruas de barro sem nenhuma cerimônia. Uma primeira impressão da Istambul não turística, portanto, não foi tão positiva. Esse foi o primeiro hostel de verdade que fiquei (Route39 – 11 euros por noite em média, com café da manhã). Não foi o hostel que gostaria de escolher, mas era o único que teria dias disponíveis em sequência para minha estadia.
A cidade estava cheia em função do reveillon. Porém, eu simpatizei com o lugar, exceto pelo colchão, bem aquém do padrão normal, mas que não atrapalhou minhas noites de sono. Aliás, andar o dia inteiro é um ótimo remédio para problemas de demora ao pegar no sono. Desde que comecei a viagem, deito e durmo em menos de 5 minutos.
O local do hostel achei ótimo e recomendo: 5-10min da praça Taskim, o centro do agito da cidade, 5-10min do “portinho” de Kabatas, de onde vc pode cruzar para o lado asiático ou fazer um cruzeiro pelo Bósforo e 30min do bairro histórico de Sultanahmet, onde estão as principais atrações da cidade. Para os incapacitados ou preguiçosos, existe um tram que sai de Findkli (a 2min do hostel) e pára em frente à Hagia Sophia.
Descansei um pouco nesse dia e fui à festa de reveillon promovida pelo Couchsurfing, com uma colega brasileira. A festa teve direito à músicas brasileiras de “qualidade”, como “tche tche rere” e “ai, se eu te pego”… Mas a festa foi ok, bem organizada!
No dia seguinte, me propus a andar pelo norte da cidade para alcançar a primeira ponte que liga a Europa à Ásia. Achei que seria um caminho agradável, ao longo do estreito, mas não foi bem assim. Existem muitas construções entre a avenida que caminhei e a costa do Bósforo. O mar estava ao lado, mas era impossível chegar até ele.
O único ponto “turístico” no caminho foi o Palácio de Dolmabahçe, residência oficial do sultão a partir do final do século XIX, mas fechado nesse primeiro dia de 2013. Chegando perto da ponte pela costa, percebi que seria difícil chegar até seu acesso. Sua elevação inicia ao menos 1km antes do estreito, para dentro do continente, sobre um bairro inteiro de Istambul, situado em um ponto elevado da costa. Subindo esse bairro através de muitas curvas sinuosas, consegui ter uma visão melhor da ponte, que no entanto, não permite pedestres na travessia.
Comecei a fazer o caminho de volta por outras avenidas, que mostraram uma Istambul movimentada, mas não tive sorte para ver muitas pessoas, pois as avenidas eram mais residenciais e havia pouco comércio na volta. O primeiro dia, portanto, não foi muito produtivo. Andei cerca de 20km, mas as paisagens não me agradaram.
No dia seguinte, precisava resolver a situação da minha saída da Turquia. No dia que pretendia sair, as passagens haviam aumentado muito, mas achei uma por um bom preço no dia 06, pela Saudiairlines. Porém, seu website estava com problemas para passar o cartão VISA e resolvi ir até o escritório da empresa para comprá-la logo. Fui de metrô, pois era meio afastado do hostel.
Na saída da estação, a sensação é a mesma de sair do metrô da Paulista. Altos prédios envidraçados vão aparecendo acima de sua cabeça conforme a escada rolante avança. Após subir na torre do escritório para comprar a passagem (385 dólares), resolvi voltar a pé. E esse dia foi bem mais agradável.
O caminho escolhido passou por centros comerciais, um enorme shopping center (onde as pessoas são revistadas e seus pertences passam em máquinas de raio-X), ruas dedicadas a pedestres, enfim, onde Istambul na sua forma pura ocorria. Não mudou muito minha opinião da caminhada do primeiro dia, mas essa parte da cidade era uma região bem mais prazerosa de caminhar. Retratos de uma cidade imensa, com várias facetas.
No quarto dia, fui fazer um pouco de turismo com uma amiga do Brasil. Fomos a pé na Torre Gálata (13 liras), através da Rua Istiklal, em Beyoglu. Foi construída no ano de 1348 para proteção da cidade e permite uma linda vista, que seria mais linda se o tempo não estivesse com muita névoa.
Fomos depois em Sultanahmet. Visitamos primeiro duas grandes mesquistas que estavam no caminho: Mahmut Pasa e Yeri Mosque. Chegamos um pouco tarde na praça principal de Sultanahmet, centro turístico do bairro. Havia muita fila na Hagia Sophia e resolvemos ir à Blue Mosque, onde a entrada é livre dentro dos horários estipulados. A mesquita foi construída no século XVII, possui 6 minaretes e é simplesmente linda e impressionante. Suas formas, seus vitrais, suas cerâmicas internas a tornam única. Visita imperdível!
Posteriormente fomos ao Grande Bazar para se perder nas mais de 4000 lojas que ali se encontram. Vende-se de tudo por lá. Ao lado existe um enorme bazar culinário também. Mesmo se a intenção não seja comprar algo, vá por curiosidade. E treine suas habilidades para se safar das abordagens dos vendedores.
A auto-proposta do quinto dia era visitar o Palácio Topkapi, a Hagia Sophia e depois fazer um tour no Bósforo. Mas os dois primeiros ocuparam praticamente todo o dia. O Palácio Topkapi (25 liras) é algo imenso e com curiosidade, é fácil demorar-se 4 horas por lá. Os pontos fortes do local são os tesouros do Sultão, que, entretando, não podem ser fotografados. Várias salas com pinturas (destaque para uma que compartilho aqui), jóias, roupas, armas, insígnias, todas da época do império, algumas com mais de 600 anos de existência.
As principais peças são a adaga Topkapi, com 3 grandes esmeraldas, o trono de ouro do sultão e o Spoonmaker’s Diamond, o quarto maior diamante do mundo. Mas, mesmo para as peças menos valiosas, é muito interessante ver o trabalho dos ourives da época, os detalhes que conseguiam cravar nos metais, com uma tecnologia muito inferior à atual. Para quem visitar o Palácio até Fevereiro, há uma exposição dos Tesouros da China em outro pavilhão, sem possibilidades de fotografar, entretanto. Mas não chega aos pés dos detalhes das joias do Palácio. Quando imaginamos os recursos que possuíam para confeccioná-las, damos ainda mais valor ao trabalho humano durante nossa existência.
E isso ficou ainda mais claro na visita da Hagia Sophia (25 liras). O viajante treme quando entra no vão principal do (hoje) museu. A nave principal tem quase a altura de um prédio de 20 andares. E, pasmem, a construção atual data do século VI, ocupando o posto de maior igreja por mais de 1000 anos. É um colosso, possui um grande piso superior e convida você a ficar horas observando e sentindo as boas vibrações do local.
Os afrescos não estão muito bem preservados, mas ainda mostram toda a riqueza e esplendor da construção. A igreja cristã foi transformada em mesquita após a conquista dos otomanos e desde a década de 30 do século passado, foi convertida em um museu. De gosto duvidoso são os grandes emblemas de madeira com motivos muçulmanos que decoram todo o vão superior. A impressão é que, de fato, não faz parte da decoração tradicional e acrescenta um elemento intruso no ambiente.
No dia seguinte fiz um tour no Bósforo pela manhã. Existem duas opções de tour no Bósforo: o curto (12,50 liras) de cerca de uma hora e meia, e o longo (25 liras), de até 6 horas com parada para almoço. Em função do frio (tour marítimo é para ficar no deck, curtindo o ambiente e não ficar fechado na salinha envidraçada, penso eu) e do tempo, escolhi o primeiro. Foi um passeio agradável, passando por algumas construções belíssimas nas margens européia e asiática de Istambul. Vale a pena para relaxar um pouco. Apenas o frio e o vento gelado atrapalharam um pouco.
Posteriormente, após mais um passeio na Istiklal e almoço, voltei ao hostel para acertar algumas coisas da vida real e para ler algo mais sobre a Índia. Estou atrasado nesse processo. O Domingo foi dedicado à viagem seguinte. Tinha que estar às 14:00hs no aeroporto e saí logo após o almoço.
Se você quiser conhecer como foi a viagem de avião da Turquia até a Índia, passando pela Arábia Saudita, leia: “Uma viagem com a Saudia Airlines e escala em Riyad, na Arábia Saudita”
Caso contrário, leia sobre minha chegada à Índia em Chennai e depois, em Mahabalipuram
Veja todas as fotos de Istambul no Google Photos ou então, as melhores fotos da Turquia no álbum do Pinterest.
As postagens dos roteiros e também dessa aventura que começou na Europa, passou pela Ásia, retornando ao velho continente, estão na página da viagem de 205 dias à Ásia.
Veja mais viagens e reflexões de viagens nessa página.
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