Relato da viagem na capital Jacarta, oeste de Java, Indonésia: Monas, Istiqlal, Couchsurfing, museus e corrida pelas ruas da cidade.
A capital do país seria minha última parada na Indonésia e ponto de partida para Filipinas. De Yogyakarta, cheguei a Jacarta de ônibus, em virtude de uma combinação desfavorável de preços e horários de trens. Novamente, o ônibus até que é bom, mas as estradas… o que impede qualquer sono razoável.
Cheguei na cidade amanhecendo e esperei uma colega que me buscaria no terminal rodoviário. Jacarta não é só a maior cidade da Indonésia, mas também de todo o Sudeste Asiático. Tem fama de ter um dos piores tráfegos do mundo e sofre por não possuir metrô ou trens elevados semelhantes às demais grandes cidades da região, como Kuala Lumpur e Bangkok. Recentemente, a cidade implantou corredores exclusivos de ônibus (que muitos motoristas não respeitam), aliviando um pouco a caótica situação, mas ainda assim, muito aquém do aceitável.
Porém, por outro lado, a cidade, cosmopolita, oferece algumas agradáveis praças de lazer, esbanja opções de compras – dezenas e dezenas de shopping-centers, e uma vibrante vida noturna. Sua história data do século XII com os reinos hindus, e os primeiros europeus a chegarem na cidade foram os portugueses, em 1522.
Retomada posteriormente por reinos muçulmanos, entrou sob controle holandês, mantido, com circunstanciais perdas para os franceses e ingleses, até 1949, quando a Indonésia conquistou sua independência, libertando-se do jugo dos antigos colonizadores que não são vistos com bons olhos, em virtude do processo de escravidão e limitações diversas impostas à população, como, por exemplo, sua proibição de frequentar escolas.
Apesar do sono, não quis desperdiçar esse primeiro dia e propus a minha colega do Couchsurfing visitarmos algumas áreas de Jacarta que eu havia visto no meu guia de viagem anteriormente. Começamos pelo Monas, monumento de 137 metros de altura feito de mármore branco que levou 14 anos para ser concluído em 1975, na gestão do antigo ditador Sukarno.
No piso inferior há o Museu de História Nacional, mostrando de forma dramática, através de bem construídos dioramas, a história da Indonésia e de sua suposta exploração pelos europeus. Do alto do monumento, tem-se uma vista em 360º da cidade, isolando-nos um pouco do tráfego e da poluição.
Tive o ensejo no museu de estar presente e assistir uma apresentação escolar, onde exaltava-se todas as conquistas do país e mostrava o antigo ditador como um herói nacional, apesar de todas as falcatruas descobertas anos depois e notórias mundialmente. Lavagem cerebral começa-se cedo, na escola, e principalmente na escola pública, onde as crianças aprendem cada vez mais a legitimar o que não deveria ser legitimado.
A inversão dos valores de ética e caráter é um assalto ao processo de construção lógica das mentes ainda ingênuas e aptas a absorver toda essa indução. Recurso semelhante está ocorrendo no nosso país já há alguns anos, com as infames cartilhas e livros que são impressos a pedido do MEC para distribuição nas escolas.
Visitamos ainda a mesquita Istiqlal, onde um guia interno no museu ofereceu-nos uma visita guiada, e tivemos que usar as vestimentas islâmicas apropriadas. Com cinco níveis representando os cinco pilares do Islã e construída em 1978, possui um domo de 45m de raio e 90m de altura e impressionantes colunas de aço inoxidável, o que a torna a maior mesquita do sul da Ásia.
A catedral católica, oposta à avenida foi construída em 1901, possui estilo gótico e também impressiona pela sua beleza. Os demais pontos vistos, como o Palácio presidencial, a praça com o monumento da Liberdade e do Agricultor, assim como a Igreja Emannuel, construída em 1893 em um estilo diferente, misto de vitoriano com grandes colunas gregas, ajudam a compor uma atmosfera amigável, buscando manter nossas mentes longe do caos da cidade.
No dia seguinte, uma outra colega e sua filha me convidaram para um almoço e visitar um grande centro comercial onde me ofereceram muitas diferentes comidas e delicatessen para eu experimentar. Foi uma tarde muito agradável e lamento muito ter perdido as fotos desse dia, em virtude de uma total estupidez: deletei as fotos do SD da câmera achando que já as tinha copiado para o computador. Pior que não foi a primeira vez. Havia acontecido em Kho Samui na Tailândia também. Ridículo…
No final da tarde eu encontraria uma outra colega que me hospedaria, junto com sua família na noite que chegava. Ela e seu irmão proporcionaram-me grandes momentos na cidade, seja em um tour por quatro museus da capital e uma saída noturna em um bar muito bacana na cidade.
Os museus mostram muito da história do país, dos costumes, vestimentas e passeia por diversas áreas como numismática (até o Brasil estava representado, embora por cruzeiros e cruzados antigos) e finas artes. Astro por um dia: nesse mesmo dia estava acontecendo atividades de escolas secundárias onde os grupos deveriam procurar estrangeiros e aplicar um questionário. Fui entrevistado por 4 vezes dentro de uma hora, uma vez que existiam poucos estrangeiros por lá…
Domingo foi um dia de participação em uma corrida de rua na cidade e continuei misturado com os locais. Uma colega do CS havia me inscrito alguns dias antes. Vi durante toda a preparação e percurso apenas um estrangeiro com sua namorada/esposa indonésia. Sim, definitivamente Jacarta não é uma cidade turística.
Na corrida, não forcei a barra, entretanto. Fiz acompanhar minha amiga indonésia e agradeci por ela ter um ritmo menor que o meu, mesmo eu estando já há 6 meses sem nenhum treinamento. No retorno, o caminho estava livre, sem carros: a prefeitura fecha a avenida principal da cidade (a cada 15 dias, descobri depois) para pedestres, bicicletas, cachorros e afins, mantendo apenas a faixa exclusiva de ônibus em operação. Um oásis para quem passou por aquela avenida com pesado tráfego e alto nível de poluição um dia atrás.
O domingo terminou com uma volta pela cidade com uma colega, também do CS onde experimentamos mais uns pratos diferentes, os quais já desisti de lembrar dos nomes… Seis meses viajando experimentando tanta coisa dá um nó absurdo na cabeça. E eu nunca fui muito bom de memória… E fim de mais um país… Indonésia, o país dos amigos do Couchsurfing! Vinte e uma noites e apenas uma delas em hotel! Encontros com estrangeiros, apenas no final de semana em Bali, no trabalho voluntário. Formidável!
Próxima parada: Manila, Filipinas.
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As postagens dos roteiros e também dessa aventura que começou na Europa, passou pela Ásia, retornando ao velho continente, estão na página da viagem de 205 dias à Ásia.
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