A viagem à região central da ilha de Java, Indonésia, nas cidades de Yogyakarta e em Borobudur e o maior templo budista do mundo.
O trem de Surabaya para Yogyakarta viaja rápido para os padrões asiáticos, completando 330km em menos de 5 horas, apesar das paradas no meio do caminho. Estava nesse momento na área central da ilha de Java, na cidade que é considerada a capital cultural do país, onde as inúmeras universidades compõem um ambiente jovem e mais liberal aos costumes das leis islâmicas.
Yogyakarta, carinhosamente chamada de Yogya (pronuncia-se Djógia) por seus moradores, é uma cidade que tem um histórico frequente de erupções vulcânicas e abalos sísmicos. Em 2010 a erupção do Mount Merapi matou 353 pessoas e em 2006, mais de 6000 pessoas foram mortas em um terremoto. Mais desastres ocorreriam em 2014 e 2018.
Yogya foi capital do país por três anos, antes da expulsão definitiva dos holandeses de Jakarta, e exerce um importante papel como pólo de atração turística, em virtude de seus próprios atrativos, mas principalmente pela proximidade da atração turística mais visitada da Indonésia: Borobudur, o maior templo budista do mundo.
Junto com um colega do Couchsurfing, visitei na cidade suas duas principais atrações: o Kraton e o Water Castle. O Kraton é um complexo de palácios, templos, residências e jardins onde o sultão vivia com sua família e seus empregados. Esse tipo de construção é muito comum nos países islâmicos, mas já vi em outras cidades algo bem mais suntuoso, embora isso em si não seja em todo positivo, pois toda construção destinada aos governantes sempre vêm do dinheiro da taxações impostas à população.
O complexo abriga hoje alguns museus com roupas, peças de decoração, mobiliário, armas e pinturas dos sultões e seus antepassados. Já o Water Castle, próximo ao Kraton, servia como um parque de lazer para o sultão e seus correligionários, cercado de piscinas, fontes e canais artificiais. O complexo atual não é o original, pois foi destruído após guerras e terremotos, e o seu entorno foi ocupado com construções de residências pela população.
Tentei visitar o Museu Sono-Budoyo, que possuía uma coleção de arte javanesa, mas incrivelmente o horário de fechamento do Museu é 13:30hs. Perdi. Mas, mais uma vez, preferi a cidade real do que seus pontos turísticos. A Rua Malioboro possui uma vibração efervescente, com muitos restaurantes, shoppings-centers, bonitas e bem cuidadas charretes, além de um trânsito de cidade grande. Esculturas intrigantes fazem parte do cotidiano. Yogyakarta é uma cidade bem cuidada, com uma vida noturna agitada em função de sua população majoritariamente estudantil.
Assim como Malang, a comida é muito barata, em torno de um dólar. Nesse período conheci mais três colegas do CS, entre eles meu anfitrião. Continuava a viajar na Indonésia sem ainda ter ficado em um hotel.
Oportunidades de estar na mesa de um bar com um muçulmano e com uma cristã protestante. Oportunidade para entender que na Indonésia, diferentemente de outros países islâmicos, existe, pela grande maioria e pelos mais jovens, uma tolerância religiosa muito grande. Oportunidades para ficar a par dos costumes reais do país, além de entender quais são os sonhos e aspirações da população. E oportunidade, devido à posição geográfica da cidade, de conhecer o maior monumento budista do mundo.
Visitar Borobudur não é barato para os padrões asiáticos. A entrada custa 20 dólares, mesma quantia, se não me engano, do Taj Mahal e Angkor Wat. Porém, é uma construção única. Construído no século IX e composto de 2 milhões de blocos de pedras em uma forma totalmente simétrica com seis andares quadrados e mais três circulares, lembrando uma flor de lótus visto de cima, é o maior monumento budista do mundo.
Em todas suas paredes, abundam desenhos escavados na rocha formando vários painéis, representando um mundo dominado pela paixão e pelo desejo, onde os “bons” eram recompensados por uma melhor forma de vida após a reencarnação, inversamente aos “maus”.
Sobre as mesmas, várias esculturas de Buda e animais completam a decoração. Em céu claro, é possível de seu topo, junto à grande coleção de stupas que cobrem estátuas de Buda, ter uma bela visão do Monte Merapi. Mas eu não tive a mesma sorte, pois o dia estava bem encoberto.
A entrada dá o direito de visita nos museus dentro da área do monumento, onde encontram-se várias esculturas escavadas na região e uma coleção de rochas que aparentemente, os cientistas não sabem onde se encaixam… Em um dos museus existe uma réplica bem interessante dos barcos a vela que os antigos povos javaneses usavam para o comércio com a China e demais civilizações antes das chegadas dos europeus. Vale muito a pena dar uma olhada.
E, ao final da minha visita, de tão encoberto o céu começou a descarregar toneladas e toneladas de água, inundando a pequena cidade e dificultando o meu retorno. O ônibus teve dificuldade de chegar ao ponto para me levar de volta a Yogyakarta. Mas no fim, a chuva diminuiu e as águas começaram a baixar.
As coisas, de forma geral, sempre acabam se resolvendo. De um jeito ou de outro. O que talvez pode mudar é a nossa aceitação da forma ou o meio dessa resolução. E por consequência, praticar a máxima de que devemos ter sabedoria para mudar o que é possível e ter a tranquilidade para aceitar o que não é possível mudar.
Próxima parada: Oeste de Java: Jakarta.
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As postagens dos roteiros e também dessa aventura que começou na Europa, passou pela Ásia, retornando ao velho continente, estão na página da viagem de 205 dias à Ásia.
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