Essa adaptação brasileira da fábula da formiga e a cigarra de Esopo, demonstra a alteração dos valores e a inversão moral e ética da sociedade ideal para os coletivistas.
Recebi há tempos esse texto que desconheço a autoria. No documento original, a cigarra foi substituída por um gafanhoto. Desconheço o porquê, pois está certo de que foi uma inspiração da versão original da fábula de Esopo, cujos personagens eram justamente uma cigarra e uma formiga.
Preferi manter os personagens clássicos e apenas troquei o gafanhoto pela cigarra. Entretanto, apesar de algumas referências políticas e sociais estarem desatualizadas, eu preferi manter o texto original nesse caso, que resume bem a importância dos valores para as pessoas que lutam por mais Estado e pregam os valores progressistas.
Continuam com o desprezo pela meritocracia, com a glamourização do oportunismo, o desrespeito à propriedade privada, a irresponsabilidade da mídia, os roubos contra a justa riqueza, os “interesses sociais” escusos acima da justiça… Movidos principalmente pela inveja, tais atos revelam o tamanho da inversão moral e ética de suas pregações. Veja o texto “A idiocracia de uma sociedade medíocre” para mais comentários sobre o assunto.
Vamos aos textos?
Versão clássica: a formiga e a cigarra
Era uma vez uma formiga que trabalhava duro, de sol a sol, construindo sua toca e acumulando suprimentos para o longo inverno que se aproximava.
A cigarra viu aquilo e pensou: – Que idiota!
E passava o tempo todo dando gargalhadas, cantando e dançando.
Assim passou todo verão; ao chegar o inverno, enquanto a formiga estava aquecida e bem alimentada, a cigarra não tinha abrigo nem comida; morreu de fome.
MORAL DA ESTÓRIA: Trabalhe, seja previdente e responsável.
Versão brasileira progressista
Era uma vez uma formiga que trabalhava duro no sol escaldante de verão, construindo sua toca e acumulando suprimentos para o longo inverno que se aproximava.
A cigarra pensou: – Que idiota!
E passou o verão dando gargalhadas, cantando e dançando como nunca.
Ao chegar o inverno, a cigarra, tremendo de frio, armou uma barraca de lona na entrada da toca da formiga e convocou toda a imprensa para uma entrevista e exigiu explicações: – Por que é permitido à formiga, uma toca aquecida e boa alimentação, enquanto as cigarras estão expostas ao frio e morrendo de fome?
Todos os órgãos de imprensa compareceram à entrevista (SBT, BAND, ZERO HORA, JORNAL DO BRASIL, ESTADÃO, REDE GLOBO, CNN e outros); tiraram muitas fotos da cigarra trêmula de frio e com sinais de desnutrição.
As imagens dramáticas na televisão mostraram uma cigarra em deplorável condição, sentada num banquinho debaixo de uma barraca, plástico preto e mais adiante mostraram a formiga em sua toca confortável, com uma mesa farta e variada.
O programa do Datena apresentou um quadro de 15 minutos, mostrando a cigarra cambaleante. O povo brasileiro fica perplexo e chocado com o contraste.
A BBC de Londres manda ao Brasil uma equipe para fazer uma reportagem especial a ser distribuída em rede para toda a Europa. A CBS nos EUA interrompe uma entrevista coletiva sobre a guerra no Iraque, antes da entrega do Oscar, para mostrar como anda a cidadania das cigarras brasileiras.
A notícia recebe apoio imediato dos progressistas brasileiros, com a ressalva de que devemos aumentar os impostos e direcionar os recursos a programas sociais do governo, depois de retirar o suficiente para bancar todo o funcionalismo público existente, e cogita uma Emenda Constitucional que obriga as comunidades a promover a integração social das cigarras.
A formiga, multada por supostamente não entregar sua quota de folhas verdes ao Ministério das Folhas e não tendo como pagar todos os impostos e contribuições que foram apurados retroativamente, pede falência. A Câmara Federal instala uma comissão de inquérito para investigar a falência fraudulenta de inúmeras formigas abastadas.
O Ministério das Folhas nomeia uma comissão de auditores fiscais suspeitando de que as formigas tenham desviado recursos do FF5 (folhas fresca nº 5 de Banco Central) e suspeitas de lavar folhas.
A cigarra, encorajada pelos movimentos sem teto, decide invadir a toca da formiga e lá acampa.
A formiga pede ajuda da polícia e esta informa que não dispõe de efetivo para atender ocorrências desta natureza e que também por orientação do Secretário de Segurança que deseja evitar confronto com os “sem tocas”.
A formiga entra na justiça para obter a reintegração da toca, mas é negado, o juiz garantista invocou um novo ramo do direito, “o econômico” e sentencia que a formiga não provou a produtividade da toca.
O Ministério da Reforma Agrária desapropria a toca da formiga, por não cumprir sua função social e a entrega à friorenta e desnutrida cigarra.
O Ministério da Justiça examinando folhas do Jornal Última Hora, descobriu que a cigarra foi presa no passado, por promover algumas greves, assaltos e sequestros (crimes políticos), e conseguiu sua inclusão no grupo das perseguidas políticas com direito e indenização federal e pensão vitalícia.
Agora começa novamente o verão, as formigas trabalham e as cigarras cantam e dançam…
Moral da estória: E por acaso tem???”
Explore mais o blog pelo menu no topo superior! E para me conhecer mais, você ainda pode…
… assistir uma entrevista de vídeo no YouTube
… ler sobre um resumo de minha história
… ouvir uma entrevista de podcast no YouTube
… participar de um papo de boteco
… curtir uma live descontraída no Instagram
… ou adquirir um livro que reúne tudo que aprendi nos 20 anos da jornada à independência financeira.
E, se gostou do texto e do blog, por que não ajudar a divulgá-lo em suas redes sociais através dos botões de compartilhamento?
Artigos mais recentes:
- Comparação da rentabilidade dos FOFs – atualização
- Atualização das rentabilidades de todas as carteiras de investimentos (out/24)
- Atualização das carteiras ativa e passiva (out/24)
- Atualização das rentabilidades das carteiras de ETFs (out/24)
Claro! A meritocracia é o suficiente pra fazer qualquer um rico, né? Basta querer, trabalhar sem parar que você chega lá! Logo devo concluir que você já tá ricaço! Curte aí sua fortuna, amigo!
Anon, se você entrar no meu post sobre meritocracia e analisar o que penso dela, ajuda a falar menos bobagens: Meritocracia – os 5 principais argumentos na sua oposição – Viagem Lenta
Abraço e boa semana!
Excelente analogia com a situação que vivemos no Brasil…
Sim, Ana. Parece que o Brasil possui uma âncora que impede se sairmos dessa situação…
Obrigado e abraço!
Muito decepcionado com o nível do post. Muito diferente de todo o resto do blog, mais parece uma mensagem encaminhada do Zap.
Qual o motivo de postar isso? Vc realmente acha que as oportunidades são iguais para todos?
Olá Orlando!
O motivo? Falar sobre o que penso dentre outras áreas além das finanças rsrs
Não, eu não acho que as oportunidades são iguais para todos. Mas acredito na meritocracia. Se vc mistura esses conceitos, veja Meritocracia – os 5 principais argumentos na sua oposição – Viagem Lenta.
Abraço!
Bom dia André Perguntei o motivo não por fugir do assunto finanças, mas sim por fugir do padrão do blog que possui textos muito bem escritos (inclusive esse da meritocracia). Nem sempre concordo contigo, mas sempre leio e tento entender os argumentos. Nem estou querendo entrar na questão da meritocracia, pq vc assim como eu concordamos que a meritocracia só existe se houver condições de partida similares. Tô puto pq a analogia parte de um princípio errado (todos temos as mesmas oportunidades) que nem vc acredita, mas usa mesmo assim pra poder ridicularizar todo o resto. Não acha isso uma… Leia mais »
Olá Orlando, bom dia! Tudo bem, é seu direito não gostar do texto. Concordo que ele foge um pouco dos padrões do blog. Mas tendo a ser um pouco mais flexível. Fugir do padrão nem sempre é ruim. Há pessoas que gostam, outras não, faz parte. Sim, parece que concordamos com a ideia da meritocracia e sua relação com as condições iniciais. Mas, se formos debater a questão desse texto simples em relação ao assunto, repare que as consequências para a cigarra não partiram de sua condição inicial inferior, e sim de que ela escolheu não pensar no futuro. Ou… Leia mais »
Sugiro então uma mudança. Troque a personagem da cigarra preguiçosa por uma outra formiga que, sei lá, nasceu sem perna.
Dessa forma a mensagem transmitida continua simples e bem humorada, mas sem a ridicularização de quem se indigna com a situação e só atacando quem se aproveita do movimento para ganho próprio.
Olá Orlando!
Juro que não entendi bem sua ideia.
“mas sem a ridicularização de quem se indigna com a situação e só atacando quem se aproveita do movimento para ganho próprio.”
Quem ridiculariza? Quem se indigna e ataca? Quem se aproveita?
Colocar uma cigarra que nasceu sem perna é justamente “plantar” justificativas para praguejar a meritocracia. No caso das pessoas com alguma deficiência, temos que ter muito cuidado para falar de meritocracia sem sermos injustos. Já com uma pessoa sã e capaz, mas possui “preguiça”, o conto tem muito mais sentido.
Primeiramente, feliz ano novo! Agora vamos lá. Formiga sem perna foi só um exemplo, não leve ao pé da letra. Pense em uma pessoa que nasceu em condições desfavoráveis para se dar bem na vida (escola ruim, bairro sem segurança, má alimentação na infância, …). O texto claramente ridiculariza e ataca toda e qualquer ação a favor da cigarra, uma vez que só o leitor sabe que a culpa é da cigarra. Vc fala como se só existissem cigarras preguiçosas, mas não é assim. Se só existissem cigarras eu estaria de acordo, mas não é bem assim. Quem ridiculariza e… Leia mais »
Olá Orlando! “Pense em uma pessoa que nasceu em condições desfavoráveis para se dar bem na vida (escola ruim, bairro sem segurança, má alimentação na infância, …).” -> o texto não aventa essa situação. A cigarra não nasceu em condições desfavoráveis. Ela simplesmente não quis trabalhar e depois pediu ajuda do governo e da sociedade para se sustentar. Logo, seu argumento não faz sentido, pois está usando uma hipótese que o texto não faz menção. A situação está longe de ser esdrúxula. Ocorre muito nesse Brasilzão. E é com base nessa situação (preguiça, não desfavorecimento) que a história se desenvolve.… Leia mais »
André, vc já fez algum artigo sobre certificações da área financeiro, tipo CNPI ou afins? Será que para o investidor PF que faz gestão de sua própria carteira valeria a pena?
Luiz, em geral, não acredito na educação formal por si só. Ou seja, um diploma não mudaria nada para mim. Tudo que aprendi no mercado financeiro foi de forma didática.
Porém, pessoas são diferentes. Conheço quem mergulharia nos estudos apenas se fosse “obrigado”. Ou que tivesse investido já um dinheiro e que cursaria algo apenas para fazer valer o investimento.
Se você faz parte desse perfil, talvez valha a pena entrar no curso para se “forçar” a estudar para valer! 🙂
Abraço!
Ficou perfeita a história e não entendi onde o comentarista anônimo “intelectual” e “crítico social” viu exagero. A realidade não dista muito da ficção. Muitos trabalham como burros de carga, pagam sua cota social, e as cigarras, gafanhotos ou parasitas que forem conseguem ficar com a barriguinha bem cheia.
Um adendo sobre a meritocracia é a ideia de que o que importa é a geração de valor, não o simples esforço improdutivo. É a imagem do cidadão que decide cavar um poço por dias e dias e não encontra nada no fundo.
E parece que pouco mudou nos últimos anos, Aportador, infelizmente…
Concordo com a geração de valor. E olha que ainda tem quem creia que o trabalho medido em horas, pura e simplesmente, deveria ser a referência… Herança da mais-valia…
Abraço!
Sou professora e conto a primeira versão sempre para minhas crianças kkkkk quem sabe se tocam desde cedo que aproveitar a vida é o contrário do que dizem por aí 🙂 Que blog fantástico, como ainda não tinha conhecido algo assim? Estou aqui maratonando seus posts 🙂
Olá Vanessa! Para crianças, é melhor ficar na primeira versão mesmo rs.
Que bom que está gostando! Espero que encontre textos que sejam positivos a você.
Abraço!
Ficou perfeita a história. Retrata bem a sociedade e principalmente a mídia podre de hoje em dia. Inclusive alguns comentaristas anônimos “progressistas” abaixo retratam bem como andamos.
Obrigado, Renato!
Concordamos!
Abraço!
Com todo o respeito, vim lendo um texto, que remetia a outro … e acabei chegando aqui. Não sou de desfazer de pessoas, portanto, minha crítica não é pessoal. Porém, a 'estória' da cigarra e da formiga recontada ficou sem graça. Claro, não era para ter graça, porém, usou do prosaico para ser irônico com o que se chama de 'esquerda'. Rotulou a cigarra como o fazem os paranóicos. Construiu uma situação maniqueísta inexistente. Pecou e muito no exagero, aquele que apenas leigos, mal informados e desonestos têm.
Anônimo, o texto não é meu. Eu apenas o reproduzi, como deixei claro na postagem. Concordo com o exagero. Porém, para o leitor atento e ponderado, acredito que dá para perceber que o maniqueísmo, os excessos, as críticas de determinados textos possuem um viés de humor e de criticidade como um alerta para algo pior no futuro, e não como opiniões e informações rígidas que pudessem transparecer que as únicas opções para o seu escritor é a falta de informação ou a má-fé. Concordo porém, com um certo exagero. Mas os princípios morais que hoje esparramam-se por todos os lados… Leia mais »
Opiniões eu concordo que não podem ser rígidas e nisto acredito que ambos estejam parcimoniosos. Todavia, as informações devem ser rígidas e nisto discordo de você. Ao misturar o que é opinião e o que é informação, o leitor desatento é levado a concluir que tudo faz parte de uma mesma 'estória'. É fato que este leitor comum não distingue a fábula, e passa a repetir discursos. Já viu aquela frase atribuída a M. Friedman no facebook sobre a falta de areia no Saara caso o governo resolva gerenciá-lo? O reprodutor deste tipo de 'informação' é o típico leitor que… Leia mais »
Anônimo, informações precisam ser sim rígidas, mas essa história irônica e cômica não se propõe a ser "informativa". Se você procurar no YouTube, de fato não encontrará um programa do Datena mostrando uma cigarra. Porém, é fato que a mídia explora de forma intensiva supostos coitados e oprimidos sem procurar entender as causas. E muitas vezes não têm nada de coitados e oprimidos. É esse tipo de relação a que o texto se propõe. Reli o texto e para TODAS as situações aventadas, existe relações com o mundo real. Você está levando as palavras de forma muito séria e não… Leia mais »
Andre Rezende, manda esse palhaço nazifascista-lulopetista ir cagar, não tem argumento, só mi-mimi!!!