O viajante durante a viagem: o elemento esquecido


Como o viajante interfere em suas próprias expectativas sobre as viagens?

E como isso faz com que ele se torne um elemento esquecido?


Um viajante costuma iniciar a sua viagem pelo planejamento. Leituras e interpretação de relatos de outros passageiros, fotos, pratos, cheiros, enfim, a pré-vivência das atrações que desejamos visitar. Quem já não sente essa expectativa antes mesmo de fazer as malas? Seu auge é alcançado na chegada ao destino, onde projetamos a realização de todos nossos planos e desejos.

O viajante na viagem: o elemento esquecido

Tais desejos, porém, acabam por sujeitar-se a ser apenas mera causa do prazer que esperamos obter na viagem. Mas nem sempre acontece dessa forma. O que causa a não conversão das expectativas projetadas em realidade na viagem propriamente dita? Qual o elemento que pode interferir na realização plena de nosso planejamento?

Quando fazemos a nossa transposição física entre a admiração das ilustrações de destinos turísticos feitas antes da viagem com os destinos turísticos concretos, no momento presente de nossa aventura, percebemos que existe um elemento a mais na segunda realidade: nós mesmos. Cansaço, problemas de digestão de novos pratos, preocupações com pessoas, apreensões financeiras, responsabilidades profissionais, enfim, com a vida que ficou em nosso lar.

É praticamente impossível desvencilharmo-nos e ficarmos à parte de tudo, como um ser intocável. Mas o fato é que esses fatores influenciam sobremaneira o dia a dia do viajante na viagem e podem distorcer, mesmo que inconscientemente, a realidade do momento. Há solução plena? Não acredito.

Há elementos que não podemos, devemos e principalmente, não queremos nos desprender. Faz parte de nossa existência, são nossas realizações, são nossos amores. Isso pode trazer um equilíbrio positivo para a viagem, se esses elementos tornam-se fatores motivacionais para sua existência. 

Mas também pode prejudicá-la se tragarem toda a revelação que o presente, vivente, pode sinalizar para o seu próprio equilíbrio pessoal. O importante e mais sábio conselho é permanecer com a consciência plena. Cientes de que mais tarde, é possível que reflitamos em quanto tempo passamos cuidando de nossos problemas e de um futuro que demora a chegar, no passado. E como aquele presente foi desperdiçado

Sobre o que diz mesmo aquele poema?

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Nina Rezende
Nina Rezende
11 anos atrás

Oi André!Belo texto!!!Apesar de encontrar alguns problemas, estou certa de que a viagem não perderá seu encanto. Em alguns momentos como você relatou que encontrou outros viajantes solitários e caminhou com eles ou elas por algum tempo e ainda encontrará outros, mas, percebe-se que a maior parte do tempo este tipo de viagem é sempre solitária e isto faz com que experimente um tipo de devaneio por todos os lugares que passa e sendo assim, penso que fica impossível não meditar, mesmo que não tenha este costume, pois, entendo que uma vez longe da família e de seu mundo, o… Leia mais »

André Rezende Azevedo
11 anos atrás

É bem isso Nina! Escrevi sobre esses pontos no post "Viagem solo". Vc chegou a ler?

Obrigado pelos comentários!

Bjus

Nina Rezende
Nina Rezende
11 anos atrás

Oi André!
Li sim e agora que fui ler novamente, percebi que muitas coisas das que escrevi tinha tudo a ver com seus escritos quando se programou para a viagem…
Só estou respondendo agora porque tentei acessar a internet ontem pela manhã e não consegui e sábado e domingo à tarde estive com Lama Michel e cheguei só à noite em casa.
(Lama Michel é um encanto de pessoa!)
Onde vai passar ou já passou o natal? De qualquer forma desejo um Feliz Natal para você!!!
Beijos

André Rezende Azevedo
11 anos atrás

Oi nina! Eu passei em Bodrum, na Turquia. Vou ver se consigo escrever um post ainda hoje. Bjus!

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