Viagem à moderna e cosmopolita capital da Malásia, Kuala Lumpur. Um exemplo de administração, limpeza e organização. Um exemplo de capitalismo para o Brasil.
A chegada em Kuala Lumpur no final da tarde prenunciou como seria toda a semana: grandes pancadas de chuva à tarde. Lembrou-me um período em que fiquei em Belém onde toda a tarde, praticamente no mesmo horário, chovia…
Independente desse fato, entretanto, a cidade impressionou logo na chegada. Altíssimos edifícios, amplas avenidas e dezenas de gruas revelam uma cidade que se moderniza muito rápido, e está em pleno processo de desenvolvimento. O transporte público, recheado de opções além dos ônibus, como metrô, trens elevados e trens suburbanos mostram a aposta correta: o trânsito, apesar do fluxo enorme de veículos, não é caótico. A miséria aparente é muito menor do que vi nos países anteriores, incluindo a Grécia e a Turquia, e muitos espaços de lazer, como imensas praças com jardins muito bem cuidados, florescem pela cidade.
Assim como relatei anteriormente na cidade de Penang, Kuala Lumpur reflete um país que, apesar da corrupção (muito comentada aqui, mas ainda menos endêmica que nosso país – está na 54º posição no índice de percepção de corrupção [1] contra o 69º lugar do Brasil, avança a passos largos para integrar logo o rol dos países desenvolvidos. Seu PIB per capita (PPP) que na década de 90 era menor do que o brasileiro, já é hoje cerca de 40% maior [2]. E na lista de liberdade econômica, o país está em 56º em uma lista de 177 países. O nosso país está em 100º [3]. Talvez isso explique boa parte da diferença.
Mesmo no IDH também está mais de 20 posições na frente do Brasil, e avançando bem mais depressa [4]. A mentalidade socialista e o viés ideológico que reina em nosso país nos qualificará a ser o eterno país do futuro que não chega, enquanto outros, nos verão pelos retrovisores…
Na região central, uma caminhada nas áreas da rua Bukit Bintang e Tuanku Abdul Rahman sensibiliza até a mais frugal das pessoas a realizar algumas compras. Enquanto a primeira é mais voltada a maiores gastos, a segunda é recheada de lojas de ruas, com preços super convidativos. Mesmo com uma mochila cheia acabei comprando umas camisetas, bermudas e novo tênis. Estava precisando jogar algumas coisas fora.
Na Malásia percebe-se que os vendedores não são muito invasivos, como em outros países. Você entra na loja, olha de tudo tranquilamente e só depois que solicita ajuda, eles aparecem. Normalmente mulheres com véu, são muito educadas e solícitas. Mas mantém o costume dos países anteriores de comprar uma taxa extra se comprarmos com cartão de crédito. Já perdendo na conversão e sendo roubado pelo governo em mais de 6,38% no IOF, não dá para aceitar mais taxas. E a gente finaliza comprando em dinheiro vivo mesmo.
A área onde repousam as Torres Gêmeas é um show à parte. Transformada num centro de lazer, a imensa praça conta com lagos, parque infantil, espaços de lazer e um aquário, além de escritórios e um grande shopping center no complexo do edifício. As torres foram concluídas em 1998 e na época, eram os edifícios mais altos do mundo (hoje estão na sexta posição). A estrutura, de aço e vidro, é realmente muito bonita e impressiona.
A cidade ainda possui uma outra mega construção, a KL Tower, situada na mesma região dentro de uma reserva ecológica na área central da cidade. Seu ponto mais alto está a apenas 20 metros abaixo do solo em relação a altura das torres gêmeas, mas como está construída em um terreno de maior elevação, parece um pouco maior quando observa-se o skyline da cidade. É a sétima maior torre de comunicação do mundo.
Ao redor da torre, existe um complexo turístico interessante com reconstruções de casas típicas malaias e um bonito jardim. Próximo à região encontra-se o Museu de Comunicações, onde pude ver alguns antiguidades em telefones, e como algumas fizeram parte da minha vida, senti-me um velho do século passado…
O lado oposto ao centro da cidade guarda uma área com muito verde – Taman Tasik Perdana, e muitas atrações interessantes. Junto com uma colega chinesa que conheci na Tailândia, fizemos os passeios desse dia juntos. Ao redor do imenso verde e lagos, existem museus (dentre os quais o Museu da Polícia de Kuala Lumpur, muito bom) mas sempre com fotos internas proibidas, orquidários, jardins de hibiscus (flor símbolo da cidade – muitos postes de iluminação são decorados com imitação de pétalas), a grande mesquita Masjid Negara e o Monumento Nacional, entre outros.
Voltando à cidade, passamos pela Merdeka Square, famosa por ser um símbolo da independência do país e abrigar ao seu redor grandes construções de inspirações britânicas e muçulmanas, como o Palácio Sultan Abdul Samad e o Royal Selangor Club. Grandes mesquitas localizam-se ao redor da praça, assim como a Galeria KL, interessante local onde podemos conhecer a história da cidade através de fotos, vídeos e lindas maquetes, além de ser um centro para divulgação e venda de artesanato local. Além da cidade, fui a Batu Caves, localizada na última estação do trem suburbano, no distrito de Gombak. Vários templos hindus começaram a ser construídos na região no século XIX, dedicado ao Lord Murugan, representado por uma estátua de 43 metros de altura na entrada da escadaria de 272 degraus.
O local é formado por várias cavernas de calcário e a principal fica a mais de 100 metros de altura com um alto pé direito e o teto com várias ornamentações hindus. Ao nível do solo, existe a caverna Ramayana com muitas estátuas e desenhos que descrevem a história de Rama, um dos avatares do deus Vishnu. O local é muito frequentado pela comunidade hindu da Malásia (casamentos hindus estavam sendo inclusive, realizados no local), basicamente indianos, mas muitos turistas, como chineses e mesmo malaios.
Foi um dia em que pude prestar mais atenção na multi-etinicidade do país, algo que já havia relatado no post de Penang. Muitas etnias, mas sem miscigenação. Uma forma peculiar de islamismo que lembra os rigores árabes (vagões de trens apenas para mulheres e em lugares públicos há avisos de “proibido comportamento indecente”, expressados por uma caricatura de duas pessoas se beijando), mas com uma liberdade maior nas vestimentas e direitos femininos. Era normal ver na ruas jovens usando o hijab, o véu islâmico, mas com jeans apertadinhos e camisetas curtas. Uma combinação estranha, mas melhor do que a burka…
No final de semana, passei por mais uma experiência de couchsurfing em Kota Kemuning, ao sul de Kuala Lumpur. Uma experiência mais caseira, com visitas a shopping center, supermercados, restaurantes típicos e lojas para animais domésticos rs. A Clarise, que me hospedou, trabalha em KL durante a semana e me ofereceu essa oportunidade de conhecer um final de semana de um morador local.
Acompanhei-a em algumas compras, fizemos outras no supermercado, cozinhamos (mais ela do que eu), perturbei um pouco os cães e o gato dela (principalmente o gato) e conheci alguns amigos dela durante um jantar em uma das noites. Foi, enfim, uma excelente experiência novamente pela rede. Claro que existem muitas histórias negativas, mas como tudo na vida, temos que filtrar bem quem escolhemos para esses encontros, e até agora, meu filtro tem funcionado.
No dia seguinte, embarquei para voar até o Camboja, com a notícia que a Air Asia havia cancelado meu voo já comprado do Vietnã para a Indonésia. Pior para mim: perdi a conversão do dólar e o IOF e vou ter que pagar mais caro para reservar agora com outra companhia.
Próxima parada: a capital do Camboja, Phnom Pehn.
Veja todas as fotos de Kuala Lumpur, capital da Malásia, no Google Photos ou então, as melhores fotos do país no álbum do Pinterest.
As postagens dos roteiros e também dessa aventura que começou na Europa, passou pela Ásia, retornando ao velho continente, estão na página da viagem de 205 dias à Ásia.
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