O título, mais do que um título, é um aviso: controle seu orçamento ou tudo pelo qual trabalhou irá água abaixo. Controle seu orçamento ou todo o planejamento não significará nada. Controle seu orçamento ou seus “achismos” o levarão de cara contra a parede dos fatos.
Em casa terminamos o mês de outubro com o cartão de crédito explodindo, nenhuma meta atingida e este mês que ainda não terminou, nos encontramos com R$21 na conta e o cartão de crédito atingindo o limite.
Novamente gastos médicos e outros extras acabaram com o sonho de chegar no final do ano com uma reserva de emergência mais ou menos perto do que precisamos. O que fazer perante estas circunstâncias, desistir e deixar que as contas (caramba, como aumentou a luz!) encham minha caixa de e-mail avisando que estamos atrasados e me deitar na cama em posição fetal pelas adversidades da vida? Bom, eu gostaria, he. Mas não posso. Tenho amor-próprio e o mais importante, dois filhos pequenos.
Arrumando a bagunça.
O bom de tudo isto é que já tenho um pouco mais de conhecimento sobre finanças pessoais e, apesar de que tenho muito por aprender, sei que já possuo ferramentas para me levantar desta situação. O que está faltando é organização ou…controlar o orçamento!
A bagunça está feita e não adianta chorar pelo leite derramado. O que toca é se responsabilizar. E se organizar. Aqui, quem quiser ajudar com opinião nos comentários, agradeço.
Primeira etapa: fazendo as contas.
Os nossos gastos fixos, acho, são altos. Tem duas coisas que não negocio: plano de saúde (que, para ser honesta, pago um valor muito baixo e tem sido muito importante este ano para nós) e a escola das crianças. A escola é a mais barata da região e não tem cursos extras nem nada pois não acho que as crianças precisem de inglês com 5 anos (e eles já falam duas línguas); tentamos a escola pública (e de fato, estamos cruzando os dedos para pegar uma que fica perto de casa) mas com a que nos tocou tivemos uma experiência muito ruim. A região onde moramos não é muito boa, mas não pagamos aluguel e hoje não poderíamos nos mudar.
Meu companheiro precisa do carro pois é ferramenta de trabalho; não é uma questão de negociar: não podemos deixar de tê-lo. Esta semana ele teve trabalho em Alphaville e Campinas. Até cogitamos em alugar, mas nós só pagamos a gasolina do nosso carro e alugar termina sendo mais caro; o resto dos gastos do veículo meus sogros pagam para ajudar na economia de casa.
Enfim, os gastos que temos todo mês ultrapassam as entradas em pouco mais do valor de dois salários-mínimos (que é o valor do meu salário). Meu companheiro tem conseguido trabalhos que permitiram pagar os extras, mas isso terminou este mês com os gastos médicos e meu salário fixo para de entrar no final de ano. O resto são aulas particulares que vão também parar durante o período de férias.
Então precisamos urgentemente diminuir gastos e/ou conseguir outras fontes de renda pois, se tem duas coisas que eu não negocio (plano de saúde e escola das crianças), então não tem jeito: tem que entrar mais dinheiro e temos que reduzir gastos por algum lado.
Segunda etapa: fazer caber no orçamento.
Fazer caber no orçamento não é só gastar menos: é priorizar e ter um plano. Quando consultado sobre como investir e gerar dinheiro com um salário-mínimo, Gustavo Cerbasi disse basicamente que você devia melhorar a sua renda e investir em você. Embora pareça uma resposta pouco satisfatória no momento que você mais precisa algo rápido, é uma resposta acertada.
Hoje eu tenho três títulos superiores, uma pós, um curso de pós-graduação, estou terminando outra pós e terminando outro curso de pós-graduação (tudo em faculdades públicas do meu país) mas a minha formação foi errática. Educação, línguas e ciências ambientais ao longo de vinte anos produziram um híbrido aqui sem foco. Então, ter um plano é essencial. Não adianta investir em você se você não sabe para onde está indo. Isso não melhora a sua renda; só junta diplomas.
Então, investir em você implica necessariamente um plano: saber sua meta. Caber no orçamento significa isso também. Decidi então fazer um plano no qual tudo aquilo que venho estudando, aprendendo, fazendo e desejando coubesse.
A meta aqui é simples: continuar criando uma reserva de emergência, aprender mais sobre investimentos e controlar o orçamento para poder depois investir desde uma melhor situação e ter maior controle do nosso presente e futuro.
Terceira etapa: como estamos hoje (antes de tentar zerar as contas).
Estamos preocupados. As últimas duas semanas nem eu nem meu companheiro temos podido dormir bem por conta do futuro que está chegando e não temos previsão de emprego fixo. Para piorar, dois trabalhos que meu companheiro conseguiu foram como dizem aqui “furada” gastando mais dinheiro do que o previsto (pois o carro consome gasolina) e tempo para algo que não deu retorno algum somado a pessoas que não pagaram pelos serviços prestados pois “o cliente não pagou, não posso te pagar”.
No meu caso, tenho dois alunos particulares visivelmente cansados por conta do trabalho, e acho que não vão continuar e na escola onde eu trabalho dependo de se abrem ou não turmas para o ano que vem. Assim que a questão económica para 2022 está muito incerta.
Tudo o anterior é o problema; agora a solução:
Tomamos várias decisões: não viajaremos para visitar à minha família (caso ficar realmente difícil, só eu viajarei para abraçar aos meus e voltar além de criar uma reserva diferente para viajar como VVI recomendou em um comentário no post anterior); vamos pagar tudo o que der este mês e (re)começar do zero; criaremos uma outra reserva para gastos médicos imprevistos (não muito imprevistos pois sabemos que virão) e aos poucos uma reserva mensal de saídas e outros para que os “extras” não terminem explodindo nosso orçamento.
Por outro lado, continuaremos colocando dinheiro nos investimentos atuais e completaremos a reserva de emergência para termos um ano de gastos guardados (por enquanto, temos 44% do que precisamos para nos sentirmos seguros. Já temos 5 meses guardados, mas este ano demonstrou que precisamos de algo mais, pois meu companheiro ainda não arrumou emprego após quase um ano desempregado; só bicos.
E o mais importante: faremos um estrito controle do orçamento. Pelo menos o mês que vem, vamos contar até a bala que compramos para as crianças. Já tentei usar dinheiro vivo mas perdi R$40 pois a minha mochila é tão caótica quanto a minha vida e não consigo andar com um real no bolso que o perco. Então a opção que encontrei é limitar o cartão de crédito e não mudar o limite de jeito nenhum. Meu companheiro terá que fazer sua parte também. E as crianças. Como diz André, “[o] orçamento é apenas uma ferramenta…[a] vela de ajuste que definirá a velocidade em que você pode caminhar em sua jornada à liberdade”.
Assim que assim estamos…ajustando a vela.
A partir do final de março de 2020, esse blog passou a ter mais de um autor. Seu nome aparece sempre abaixo do título da postagem. Cuidado para não fazer confusão 🙂
Veja a nova ideia editorial e acesse seus perfis nessa página.
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Olá Muna, boa tarde
Perseverança é a chave nessa jornada e percebo que você tem realmente um plano. Então é colocar em prática e conseguirá passar por essa turbulência.
Ferramentas de controle tem das mais variadas opções e estilos, agora você deve escolher e utilizar aquela mais adequada e preferencialmente que ambos (você e seu companheiro) usem.
Abraços,
VAR
Oi, Voando! Agradeço seu comentário, por aqui tentando arrumar tudo para começar um 2022 de outra forma, incluindo a escolha de ferramenntas para levar um melhor controle financeiro! Bom 2022!
Excelente relato. Eu matenho registro detalhado de meus gastos pelos últimos 5 anos ininterruptamente e isso tem me ajudado saber onde gasto mais. Apesar desse controle, as contas muitas vezes não ficam ‘sob controle’. Ou seja, eu conto tudo, mas continuo gastando. Claro, se não fosse esse hábito, estaria MUITO pior. No meu blog eu relato tudo. Forte abraço e fica com Deus
Oi, Diário! Controle é a pedra fundamental de qualquer plano; para mim é muito difícil pois meu companheiro tem não só um mais dois cartões de crédito e resta importância aos gastos pequenos mas constantes do tipo 10 reais aqui, 20 lá e vira uma briga da qual quero fugir pois cansa muito. Mas para 2022 eu pedi para ele levar controle EXATO de tudo o que gasta: que coloque absolutamente tudo no cartão de crédito para ver depois aonde foi o dinheiro e chega de justificar “mas as crianças queriam…” ou “foram só 20 reais…”. Em fim, acabei de… Leia mais »
Boa tarde Muna! Força aí pra vocês! Sempre existem momentos difíceis, mas no final eles passam… paciência e fé….vai dar certo! Está claro pelo seu relato que você já tem uma estratégia pronta e um plano para atacar esse período difícil! Ao meu ver sua estratégia está corretíssima. Os gastos devem ser organizados em ordem de importância. Saúde e educação são prioridades máximas em qualquer plano! Foque em equilibrar gastos – receitas e apenas se sobrar dinheiro pense em reserva de emergência/investimentos. Viagem nesses momentos devem ser evitadas mesmo. Como sugestão para controle de gastos utilizo um aplicativo que me… Leia mais »
VVI, obrigada pelo seu comentário! Sim, tentei usar o Minhas Finanças inúmeras vezes mas o que realmente preciso não é tanto uma app mas controle mesmo, hehehe. Minhas Finanças tem o problema para mim que só posso usar no computador conectada a Internet e eu não gosto muito de app no telefone, já tenho um milhão disto ou do outro. Mas concordo que Minhas Finanças é muito bom pois vc consegue ter uma boa visão do seus gastos ao longo dos meses. A questão eleitoral é tão calma em comparação ao meu país que já estou além disso, hahaha. Bom… Leia mais »