Conheça Rodes, uma ilha grega histórica no mar Egeu e a sua bem preservada cidade medieval.
Depois de uma noite dentro de um saco no ferry, cheguei a Rodes no sábado antes do almoço. Após encontrar um hotel, planejava visitar a cidade, focando no interior da cidade medieval. Eu havia anotado uns endereços anteriormente e foi fácil encontrá-los pelo GPS. Não precisei andar muito: no primeiro já fechei negócio.
O Star Hotel me forneceu a percepção inicial mais negativa dos hotéis que fiquei até agora, superada posteriormente pela amabilidade do dono, que conheci à noite. O quarto do hotel é espaçoso, possui uma boa varanda e limpo, embora possua uma mobília old-fashion mal-cuidada, e durante a noite, tive problemas no ar-condicionado para aquecimento e depois de 15 min a luz apagou de forma definitiva.
Foi nesse ínterim que conheci o dono, ausente na minha chegada. E ele se dispôs imediatamente a trocar o meu quarto e assegurar que estivesse tudo certo para minha noite. Essa boa disposição, aliada a uma ótima wi-fi, tornou minha avaliação do hotel no dia seguinte positiva, valendo o custo de 17 euros.
Durante a tarde, com o tempo nebuloso e alguns momentos de sol, aproveitei para passar pela faixa de litoral que une o hotel ao centro e fui conhecer a maior atração que me informei sobre Rodes: a cidade medieval. E foi algo inédito para mim.
A cidade medieval fica dentro de uma rede de muralhas que datam do século XI e grande parte das construções ainda estão preservadas. Sua entrada é feita através de seis bem preservados portões ao redor, e o viajante pode observar o antigo poço de segurança em volta da cidade, bem como as fortificações em suas entradas.
Ocupando uma área central relativamente extensa da cidade, não é simplesmente uma atração turística: a cidade medieval é usada como área residencial e comercial de Rodes e cumpre uma função produtiva na cidade. Assim, uma caminhada pelas suas ruas transfigura-se num retorno ao passado de uma forma muito mais intensa do que a visitação de um sítio arqueológico, pois lá existe vida.
Pelas vielas, observam-se pessoas dentro de suas casas, mercados, restaurantes e bancos, em construções típicas medievais. Seus meios de transporte, claro, mudam com o tempo: muitas motos circulam pelas ruelas e carros são usados nas ruas um pouco mais largas.
Mas, infelizmente, percebi na pele que o charme de época das construções antigas não é algo que viverá para sempre. No dia seguinte, após chuvas intensas, uma parte de um dos muros desabou, quando eu estava no meu caminho para a região portuária. Uma parte da história que vai sumindo a olhos vistos…
Existe também o castelo principal, atração paga para visitação e onde cheguei atrasado: no sábado fecha às 15h. Iria ficar para uma próxima vez. Em Rodes presenciei os primeiros fortes sinais da influência turca nos seus períodos de dominação. Afinal, a Turquia está a poucos quilômetros daqui. Pela primeira vez vi minaretes e construções com a típica abóbada otomana.
No final da tarde, quando estava voltando ao hotel, esfriou e começou a cair uma chuva fraca, que não parou durante toda a noite. Estava na região central e consegui jantar e voltar rapidamente, não me importando com a situação, pois a cidade estava totalmente vazia em pleno sábado. Aliás, em Rodes foi o único local até agora da viagem em que não vi nenhum turista. Nenhum.
Porém, fiz meus votos para que a chuva não continuasse no dia seguinte, quando pretendia ir à uma praia mais ao sul antes de embarcar novamente para o mar.
Meus votos não serviram para nada… No Domingo acordei sob chuva forte e a previsão do tempo ao longo do dia não animava. Aproveitei para sair do hotel quando a chuva deu um pequeno intervalo e inicialmente fui comprar um guarda-chuva, pois queria andar e não ir a um lugar específico direto, usando ônibus e táxi.
Comprei um guarda-chuva em um mercado chinês, e pedi proteção aos deuses. Nada de proteção também: após passar por uma bonita igreja no meio de um cemitério, começou a ventar e chover copiosamente quando estava próximo à praia. O vento direto do litoral destruiu minha tênue proteção. A qualidade chinesa do guarda-chuva denunciou o pequeno preço de 3 euros…
Para pegar minha mochila no hotel passaria no mercado de novo e troquei o guarda-chuva. Quase pedi o dinheiro de volta, mas achei que, mesmo péssimo, ele poderia ser útil, ao menos sem vento.
Segui para a região central passando novamente pela cidade medieval até o centro moderno da cidade, para almoçar e ir ao porto. Foi aí que uma tempestade caiu e não teve guarda-chuva que aguentasse novamente.
Estava numa região da cidade medieval que não passava táxi. Aliás, não passava carro nenhum. E a chuva, plena e contínua. Esperei quase uma hora embaixo de uma proteção, mas o vento fazia seu papel de me encharcar todo.
E conforme o tempo foi passando, tinha de tomar uma decisão, pois precisava embarcar no ferry à tarde. E decidi sair da proteção até atingir uma avenida e, de abrigo a abrigo, caminhei para uma praça central indicada no mapa e onde podia ter um ponto de táxi. Mas até esse momento eu já estava todo ensopado.
Além da chuva e vento em si, a drenagem das ruas de Rodes são péssimas, acumula-se muita água e enfiei o tênis na água muitas vezes.
Procurei presença de espírito para tirar ainda mais fotos da cidade nessas condições, embora com muita dificuldade: com as lentes da câmera molhada, foram várias fotos que foram simplesmente deletadas… Consegui salvar algumas que os leitores podem apreciar no Google Photos, com o link logo abaixo.
Estou eu agora no ferry, sem tênis, sem meias, com a calça molhada escrevendo esse post. Tudo tem seu lado bom, como ontem comentou um amigo pelo facebook quando protestei da repentina chuva: “Olha a história que você pode contar: tomando chuva em uma ilha grega!”. Sim, chuva é bom, mas sem roupa, sem frio e sem mochilão… Dessa eu não gostei muito não 🙂
Próximo post: Kos
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