Dias 79 a 83 da viagem: Chiang Mai, Tailândia, em longas horas de trem


Relato da viagem à velha cidade de Chiang Mai, retorno a Bangkok e ida a Surat Thani e Koh Samui, em longas horas de trem.


Esses dias de viagem foram um pouco conturbados… Andar de trem na Tailândia é um exercício de paciência, pois são muito vagarosos, além de não cumprirem horários. A viagem de Ayutthaya a Chiang Mai, que deveria durar 14 horas, durou duas horas a mais. Quebra qualquer um. Apesar de estar imerso na minha viagem lenta, alguma vezes eu boto a cabeça para fora e penso com todas minhas forças: vaaaaaamos, quero chegar logo! Mas daí repenso minhas prioridades, internalizo que o caminho também é importante, pode ser agradável e passo a pensar um pouco sobre ele.

ใช่, eles também jogam futebol!
ใช่, eles também jogam futebol!

A paisagem também não é digna de apreciação, então penso em escrever e ler um pouco no laptop. Não, impossível… não há tomadas para carregar a bateria e a havia esgotado na estação de Ayutthaya. Penso em ouvir música, mas a bateria do celular também está fraca, e quero guardar algo para o GPS. Ok, sim, eu quero chegar logo… Não fui capaz de apreciar esse caminho. Fraquezas acontecem!

Minhas visitas em Chiang Mai foram feitas com a companhia de uma francesa que conheci na parte final da viagem de trem. Ficamos na mesma guest-house e fizemos os dois dias de visitas juntos. Dessa vez, não consegui treinar meu inglês com ela, pois ela falava muito pouco. Mas aprendi alguma coisa de francês, o que foi bom também 🙂 !

 Wat Chiang Mun - um dos 300 templos da cidade de Chiang Mai
Wat Chiang Mun – um dos 300 templos da cidade de Chiang Mai

A cidade de Chiang Mai foi fundada em 1296 d.C. e foi capital do antigo reino Lanna. Seus templos mais antigos possuem elementos com estilo lanna, birmanês e mon, refletindo a diversa herança cultural do norte tailandês. No primeiro dia ficamos restritos à cidade velha, que abriga muitos templos e fizemos um tour por eles. Tudo a pé, aproveitando para comer em lugares típicos e sentir o vai e vem dos habitantes.

Construído entre 1296-1306, o mais antigo templo de Chiang Mai é o Wat Chiang Mun, e possui uma bela imagem de Buda e um cristal chamado de Pra Seh Taang Kamane, que era venerado antigamente por trazer chuva às plantações e já foi motivo de guerras entre os povos (insensatos… por causa de um cristal?).

Já o Wat Phra Sing abriga a estátua de Buda mais venerada no norte da Tailândia e foi construído em 1345. Mais recente, mas com uma estrutura de madeira escavada não muito encontrada na Tailândia e detalhes das decorações em ouro, é o Wat Phan Tao, construído em 1846.

Ipês em Chiang Mai - disfarçando o calor com belas visões.
Lembrança da UNICAMP...
Ipês em Chiang Mai – disfarçando o calor com belas visões.
Lembrança da UNICAMP…

A cidade abriga mais de 300 templos, todos com entrada gratuita. Tem para todos os gostos! Porém o calor é muito forte e nesse dia chegou a 37ºC. Acabamos abortando a andança por volta das 14 horas e só saímos de novo de noite para jantar e andar pela área turística da cidade, com uma temperatura mais amena.

No outro dia conhecemos a área às margens do Rio Ping e os mercados populares onde se vende de tudo, inclusive muitas coisas vivas. Essa área mostra uma Chiang Mai menos turística, mais movimentada, mais cidade de verdade. O trânsito é menor do que Bangkok, e há respeito pelos pedestres e ciclistas, como Ayutthaya.

Voltei a tomar um bom sorvete de coco com a própria polpa no meio. Adoro polpa do coco (a água nem tanto, curioso…) e consumi vários desses sorvetes pela Tailândia. Voltamos posteriormente ao hotel e me preparei para voltar a enfrentar o trem de volta. Até poderia ficar um pouco mais na cidade, mas queria aproveitar mais as praias do sul do país. E já sabia como era a viagem de volta que me esperava…

Eu juro que tudo isso se movia!!! - Mercado em Chiang Mai
Eu juro que tudo isso se movia!!!

A cidade ainda possui algumas atrações mais selvagens para quem curte e quer ficar mais tempo, como passar um dia com elefantes ou tigres dopados (não faço questão não…) ou ver um zoológico humano na tribo das mulheres-girafas, algo que não aceito como sendo da cultura natural do país se agências de turismos vendem pacotes a preços caríssimos. Bom, de novo, cada um com seu cada um. Foi apenas uma referência a alguns princípios expostos em Turismo de culpa.

Cheguei na estação um pouco mais cedo, pois ainda não tinha comprado a passagem. E o trem para Bangkok conseguiu novamente sair com  uma hora de atraso, mas não me irritei tanto pois fui agraciado por um belo pôr do sol até o seu fim. E enfim, após 15 horas, cheguei novamente duas horas atrasado. Mas ok, eu tinha algum tempo até sair o outro trem para Surat Thani, de onde eu iria para a Ilha (Koh) Samui.

Aproveitei para passear no bairro de Chinatown de Bangkok, que era perto da estação de trem. Nada de muito atrativo. Foi apenas para passar o tempo mesmo, já que na estação não tinha como recarregar o celular e laptop. Aqui na Tailândia isso é um problema pelo jeito… E entre mais um smoothie tailândês e um sorvete de coco, parti para uma nova viagem, após um banho bem sem vergonha nos vestiários da estação ferroviária. Mais 12 horas de trem até Surat Thani. Esses cinco dias foram gastos com quase a metade do tempo viajando, praticamente!

Último vagão! Até parece sem pressa de chegar...
Último vagão! Até parece sem pressa de chegar…

Continue agora pelas ilhas paradisíacas da Tailândia, em Koh Samui.

Veja todas as fotos de Chiang Mai no Google Photos ou então, as melhores fotos da Tailândia no álbum do Pinterest.

As postagens dos roteiros e também dessa aventura que começou na Europa, passou pela Ásia, retornando ao velho continente, estão na página da viagem de 205 dias à Ásia.
Veja mais viagens e reflexões de viagens nessa página.

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Nina Rezende
Nina Rezende
11 anos atrás

Dispensou então o passeio no lombo de um elefante? Eu também dispensaria e dispensaria também o passeio turístico em ver as mulheres girafas. Só de pensar que estes espirais em volta do pescoço são colocados quando ainda são crianças, fico imaginando o sofrimento que elas passam até se acostumarem e como conseguem viver assim…
Se os turistas parassem de se interessar por esta "atração" turística, penso que abandonariam este costume.
Mas, cada povo com sua cultura…
Beijos e Ótima viagem!!!

André Rezende Azevedo
11 anos atrás

Sim Nina… suspeito que isso só exista para alimentar o fluxo de turistas para lá. As pessoas da "tribo" recebem por esse fluxo…

Bjus!!!

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