A acumulação de capital, via poupança, é essencial para os investimentos de bens de capital e ao progresso da sociedade e é constantemente sufocada pela sanha arrecadatória do Estado.
O Brasil é um grande exemplo de uma distribuição de riqueza às avessas, com uma enorme e constante transferência de dinheiro de uma parte da sociedade para outra. Em geral, da parte que trabalha e produz, para a parte que vive de ditar regras para a primeira. Mesmo sem produzir, este setor improdutivo arrecada fortunas que são desviadas, mal geridas e devolve apenas alguns trocados para o setor produtivo, alimentando assim a fraude intelectual da necessidade de dependência do Estado.
Como comentei na postagem “A diferença básica entre liberais e estatistas”, esses últimos eternizam uma esperança que não chega e perpetuam a dependência na medida exata para sua manutenção no poder. E nesse discurso, angariam grande apoio da população.
O ponto fundamental nessa estrutura reside na transferência de riqueza para o governo, que por sua vez diminui a poupança interna e prejudica os investimentos que poderiam ser realizados pelas pessoas. Já citei na postagem “4 formas de ganhar dinheiro”, expondo as ideias de Milton Friedman, que o governo é um péssimo agente investidor, uma vez que ele gasta um dinheiro que não é dele, com terceiros. Não há incentivo para a eficiência e produtividade, situação agravada enormemente com a corrupção inerente dos burocratas.

A contra-argumentação econômica na eficácia dessa estrutura repousa na ideia de que se mais recursos ficarem nas mãos das pessoas, naturalmente teremos uma maior poupança e investimentos em bens de capital. O que é um bem de capital? São quaisquer ferramentas que auxiliarão a produtividade de um trabalho. Podemos produzir bens de capital para serem vendidos (criando empresas) ou comprar um bem de capital usando-o diretamente em nossa atividade.
No primeiro caso, quanto mais livre é o mercado, mais empresas estarão concorrendo pela venda de seu produto, ou seja, aliando baixo custo com qualidade, beneficiando o consumidor. No segundo caso, a pessoa estará sendo mais eficiente em sua atividade, aumentando sua produtividade ou prazer pessoal.
Repare que em ambos os casos, o investidor estará usando o seu dinheiro consigo próprio e estará assim alocando-o da forma mais eficiente possível, pois tem a motivação do lucro. Como também dizia Mises, os recursos aplicados naturalmente pelas pessoas, – e não por um planejamento central, resultarão em uma melhor eficiência e eficácia na alocação de investimentos.
Esse ciclo virtuoso só é possível quando temos disponibilidade de capital (poupança) para investimento, que é a condição primária para a produção e a existência de bens de capital. Nossa sociedade, estimulada e saqueada pelo Estado, infelizmente é uma sociedade de consumo, não de poupança. O investimento não é estimulado, nem economicamente nem moralmente. Ao menos, estamos tendo alguma esperança no novo governo com a nova política do BNDES.
A iniciativa de um indivíduo em acumular um montante, abrir uma empresa e contratar funcionários para a produção, normalmente é rotulada como um ato de desejo de exploração capitalista, e toda a estrutura arrecadatória do Estado parte para cima dele. A acumulação de capital que gera o investimento, ao invés de ser incentivada, é punida. A inveja impera e é recompensada entre as pessoas incapazes.
Bonito mesmo nesse país é viver de assistencialismo. Ou de burocracia, como os sindicalistas. Ou ainda viver de vento ou de manifestações, como a geração nem-nem. Assim, tributar o capital, uma vez que prejudica a poupança interna, o investimento e a produção de bens de capital que beneficiam a todos, é desestimular o desenvolvimento de toda a sociedade.
Tributar o capital e redistribuí-lo significa tirar oportunidades de investimentos e direcioná-los para o consumo. Mas se você clama para uma maior igualdade de renda entre as pessoas, sugiro a leitura do texto “Como ajudar os pobres e necessitados?“.
Bônus: a imoralidade das críticas aos empresários
“- Ah, Arake. Do jeito que você está pintando o quadro, parece que os empresários são bonzinhos e querem o bem de todos, mas TODO MUNDO SABE que o que eles querem é DINHEIRO!
Ah, tá. E você não?
– Como assim?
Você vive sem dinheiro?
– É, mas eu TRABALHO por ele! É fruto do meu próprio esforço. Esses empresários EXPLORAM seus funcionários e clientes pra encher a burra de dinheiro sem nenhum esforço.
Ah… então por que VOCÊ não faz isso?
– Faço o que?
Abre uma empresa, ué! Junte uma grana, abra uma empresa, trate bem seus funcionários e cuide bem de seus clientes! Pensa que legal! Numa talagada só, você: a) gera valor pra sociedade fornecendo um produto/serviço de qualidade; b) contribuirá para gerar uma cultura de respeito aos clientes, que não serão explorados pelos “vis empresários”; e c) criará novos postos de emprego com bons salários, o que ajudará a reduzir a disparidade de renda que assola o País! Quer ajuda???
– Anh… er…
O que foi?
– Não tenho muito jeito pra isso…. além do que é arriscado demais.
Ué, risco do que?
– Ah, vai que não dá certo. Vai que não dá clientes. Vai que a economia muda. Vai que demora pra dar retorno. Vai que…
Hmmm…
– Além do que, eu não conheço ninguém de confiança pra administrar a empresa pra mim. Então sabe Deus se terei folga, feriado ou mesmo férias…
Hmmm…
– Fora que manter uma empresa aberta é uma burocracia sem fim. As leis são muito confusas e tem muito imposto!
Hmmm…
– E ainda tem o investimento inicial e capital de giro pra manter esse troço aberto… não, isso não é pra mim (…)”
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